Você está lendo...
Multimídia é desejo nacional
Tecnologia

Multimídia é desejo nacional

Item do carro mais valorizado pelo brasileiro é o sistema de entretenimento

Rafaela Borges

26 de abr, 2017 · 6 minutos de leitura.

Publicidade

Crédito:JF DIORIO/ESTADÃO

A central multimídia é o item mais desejado pelos brasileiros que compram carros novos, mesmo nos segmentos de entrada. Dados de uma pesquisa encomendada recentemente por uma montadora instalada no Brasil à qual o Jornal do Carro teve acesso apontam que esse tipo de dispositivo está à frente até do ar-condicionado e da direção hidráulica na preferência do consumidor. Na segunda posição entre os equipamentos mais valorizados por clientes desses modelos está o computador de bordo, seguido dos vidros elétricos.

De acordo com informações da Chevrolet, uma das primeiras marcas a adotar a central multimídia em um compacto – o Onix –, isso se deve à popularização dos smartphones, fenômeno que mudou a maneira de o consumidor se relacionar com o veículo – e até mesmo de dirigir. Gerente de produto da Citroën do Brasil, Bianca Lepique diz que esses dispositivos não precisam necessariamente vir com navegador GPS integrado. “Provavelmente porque muitos motoristas já estão acostumados a usar esse recurso no telefone celular.”

Nos segmentos mais caros as prioridades mudam, mas a central multimídia se mantém em primeiro lugar na lista de itens mais desejados. Segundo a Chevrolet, o consumidor de utilitários-esportivos, por exemplo, também faz questão de equipamentos que ressaltem a estética do carro, como faróis de LEDs.

Publicidade


Os clientes de sedãs médios também valorizam as novas tecnologias. Os compradores do Cruze, por exemplo, desejam sistemas de auxílio à direção e carregador da bateria do celular por indução.

De acordo com as montadoras, os itens de segurança mais sofisticados não estão entre as prioridades do consumidor de compactos.

Muitos sabem o que é o ESP, ou sistema eletrônico de estabilidade, que será obrigatório no Brasil a partir do ano que vem. Mas apenas 10% desses clientes têm o recurso no carro.


Os equipamentos de segurança mais valorizados por esses compradores são os vidros elétricos e o travamento remoto das portas. A trava de segurança para crianças, nas portas traseiras, é mais desejada que os air bags, obrigatórios nos carros vendidos no País. “Alguns itens de segurança sofisticados têm de ser explicados ao cliente”, afirma Bianca. “Muitos também não estão dispostos a pagar por eles.”

Gama Toyota mostra preferência do cliente
A gama da Toyota é um bom exemplo do quanto o consumidor brasileiro valoriza a central multimídia e dá pouca importância a itens mais sofisticados de segurança. Até o início deste ano, o Corolla, líder de vendas entre os sedãs médios no País, não tinha ESP – o sistema acaba de chegar à linha 2018. Ainda assim, o modelo fechou 2016 como o quinto mais vendido do Brasil, considerando todos os automóveis e comerciais leves disponíveis no mercado. E não se trata de um carro “popular”. A versão mais emplacada, XEi, tem preço próximo dos R$ 100 mil.

O Etios, por sua vez, não havia caído no gosto do consumidor até o ano passado. Após quatro anos à venda no Brasil, o modelo entrou finalmente na lista dos 20 mais vendidos – e vem se aproximando dos dez mais emplacados.


A “virada” ocorreu após a chegada de uma central multimídia ao modelo, no primeiro semestre de 2016.

Como parte da atualização, a linha Etios também ganhou câmbio automático, importante item de conforto. Nas grandes cidades, onde se concentra a maior parte dos consumidores do modelo, esse recurso é um grande aliado para enfrentar o tráfego intenso.

Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.