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Leitor descobre que Golf era de frota interna e não tem garantia
Defenda-se

Leitor descobre que Golf era de frota interna e não tem garantia

Hatch pertencia à frota interna da montadora, que quis cobrar R$ 12 mil pela troca da caixa de direção

Redação

20 de set, 2017 · 6 minutos de leitura.

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Crédito: VW
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Comprei um Golf GTI seminovo em uma revenda de usados. O carro foi fabricado em 2015 e tem garantia de 36 meses, desde que respeitadas as características originais e feitas as revisões a cada seis meses ou 10 mil km. Meu veículo não sofreu alterações e passou por todas as revisões necessárias até agora. Quando esterço o volante, a caixa de direção emite estalos muito fortes. Na autorizada disseram que a peça precisa ser trocada, a um custo de R$ 12 mil, e a Volkswagen informou que o veículo não tem garantia, pois pertencia à frota interna da montadora. Uma fabricante tem de garantir seus carros, mesmo se vieram da frota interna. Ou não deveria vendê-los ao público.
Juliano Bassetto, SANTO ANDRÉ (SP)
VW responde: podemos fazer os reparos necessários, mediante a aprovação de orçamento.
O leitor diz que os problemas do veículo foram resolvidos sem ônus e a garantia de fábrica foi restabelecida.
Advogado: a montadora tem a obrigação legal de garantir a qualidade de todos os componentes do veículo durante o tempo de vida útil deles. Se não puder provar que houve desgaste natural das peças ou culpa exclusiva do consumidor pelo problema, a empresa terá de fazer os reparos sem ônus ao consumidor.
Veja outras queixas publicadas na coluna Defenda-se desta semana
BMW i3
Pane elétrica sem solução
No início do ano adquiri um BMW i3. Com 3.300 km rodados, o carro parou no meio da rua e não ligava mais, mesmo com 91,5% de carga na bateria. Apareceu um aviso de “problema no grupo propulsor” e não foi possível nem mesmo colocar a transmissão em neutro para removê-lo da via. Faz 13 dias que o carro está desmontado na concessionária, sem solução. Fiz diversos contatos, exigindo um carro reserva. Parece que sou uma cobaia. Faço parte de um grupo de proprietários e não há um único dono de i3 que ainda tenha o carro “virgem” de concessionária, já são 20 casos idênticos ao meu. Um dos proprietários recebeu um orçamento de R$ 60 mil para o conserto. Se é um problema recorrente, a BMW deveria se posicionar e oferecer, no mínimo, garantia estendida. Eu quero receber um carro reserva elétrico ou híbrido.
Silvio Tanaka, CAPITAL
BMW responde: o veículo foi reparado e entregue ao cliente.
O leitor confirma que o reparo foi feito e diz que recebeu carro reserva durante o período.
Advogado: após 30 dias sem uma solução, o consumidor passa a ter direito de exigir a troca do carro ou o cancelamento da compra, com a devolução do valor pago, acrescido de correção monetária. Durante o tempo em que ficar sem o veículo, o cliente tem direito a receber um carro reserva equivalente.
ITAÚ SEGUROS
Conserto feito pela metade
Meu carro sofreu uma colisão que afetou a suspensão dianteira do lado direito. Mesmo após a troca do braço do sistema, o veículo continuava sem alinhamento. O inspetor da Itaú Seguros veio até a concessionária e concluiu, junto com o chefe da oficina, que era preciso fazer um alinhamento técnico; depois, ele disse que seria necessário trocar apenas o amortecedor direito, sem usar a mesa alinhadora. Contestei, pois sei que os amortecedores devem ser trocados aos pares, por eixo. Passaram-se 50 dias, o carro continua parado e o pessoal da oficina procura resolver o problema na base da tentativa e erro.
Marcos Santos De Bonis, EMBU-GUAÇU (SP)
Itaú Seguros responde: autorizamos a troca do amortecedor esquerdo, em nome do bom relacionamento com o segurado.
O leitor confirma a informação, mas diz que a troca ainda não foi feita pois a peça, importada, não chegou. Ele recebeu carro reserva por apenas 20 dias.
Advogado: em caso de falta de peças, os prejuízos decorrentes do atraso no reparo não devem ser suportados pelo consumidor segurado, mas pela seguradora e montadora, solidariamente.
Quer participar? Envie para o e-mail jcarro@estadao.com um resumo do seu problema, junto com seu nome completo, RG, CPF, endereço com município e telefones para contato
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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.