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Carro com motor flexível faz 15 anos no Brasil
História

Carro com motor flexível faz 15 anos no Brasil

Tecnologia surgiu em março de 2003 em versão TotalFlex do VW Gol; motor flexível avançou e é padrão na indústria nacional

Redação

04 de abr, 2018 · 7 minutos de leitura.

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Gol
VW Gol TotalFlex de 2003 foi primeiro carro flexível vendido no Brasil
Crédito:Volkswagen/Divulgação

Há 15 anos nascia comercialmente no Brasil o carro com motor flexível. O sistema permite abastecer o tanque com gasolina ou etanol em qualquer proporção. Hoje ele equipa praticamente todos os modelos vendidos no País, entre nacionais e até importados. A proporção ronda os 95%. A ideia não é nova, mas ganhou força a partir dos anos 1990 com a oscilação na oferta do etanol nas bombas. O primeiro carro com motor flexível lançado no País foi o Volkswagen Gol com motor 1.6.

Nesses anos, houveram algumas evoluções técnicas no sistema flexível. A maior mudança foi a saída dos tanquinhos de partida a frio de vários modelos. O primeiro sistema adotado usava um reservatório de gasolina, que é misturada na admissão para ajudar o carro a funcionar em temperaturas baixas. A ausência é compensada com alternativas mais eficientes, como aquecimento dos dutos de injeção de combustível. No entanto, alguns modelos ainda usam o antigo – e perigoso – tanquinho. O reservatório fica no compartimento do motor e precisa ser abastecido de tempos em tempos.

Alguns modelos já rodam também com injeção direta de combustível, como o motor 2.0 da Ford, presente em Focus e EcoSport. A Volkswagen também tornou flexível o 1.4 turbo que equipa Golf e Audi A3 sedã e Q3. Também lançou o 1.0 turbo flexível, que equipa Up!, Polo e Golf. Peugeot e Citroën também tornaram flex seu 1.6 turbo, que passou a render bons 173 cv, ante os 165 da versão apenas a gasolina.

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O sistema também ganhou modelos de luxo, como BMW e Mercedes-Benz. As versões mais vendidas de seus modelos nacionais também são bicombustíveis. Modelos chineses também passaram a ser importados com motor flex para se encaixar na preferência nacional.

Recentemente, com a alta do preço do etanol, a gasolina voltou a ser a alternativa mais viável em praticamente todo o País. A conta leva em consideração preço e consumo do combustível. Apesar de mais barato, o etanol faz o carro consumir mais. Por isso, se o etanol custar mais de 70% do preço da gasolina, o derivado de petróleo é economicamente melhor.

Contudo, isso não deve diminuir o apelo do carro flex no Brasil. Poder escolher o combustível se tornou fundamental por aqui. A não ser que catastroficamente algum dos combustíveis deixe de ser oferecido, a opinião do brasileiro não deverá mudar sobre isso.


Nem mesmo as queixas de perda de eficiência energética com a adoção da injeção flexível foi capaz de frear o avanço da tecnologia. A reclamação era de que eles consumiam mais que os modelos antigos. Comum entre motoristas que trocaram seus carros a gasolina por modelos idênticos, mas mais novos e flexíveis. Isso mesmo quando abastecidos somente com gasolina.

História

O primeiro carro capaz de rodar com mais de um tipo de combustível foi o antigo Ford T, no início do século passado. No Brasil, embora os carros a etanol existam desde 1979, a tecnologia do motor flexível apareceu somente no início dos anos 1990. A Bosch instalou o sistema num Chevrolet Omega. No entanto, o funcionamento era lento (para mudar os parâmetros da injeção) e toda a operação era muito cara para produção em larga escala. O primeiro carro totalmente movido a etanol foi o Fiat 147.

Na virada do ano 2000, começamos a ver de novo a volta de algumas versões apenas a etanol – popularmente chamado de álcool. Modelos como Volkswagen Gol e Ford Fiesta tiveram opções movidas somente a etanol logo antes do lançamento do carro flex.


A Volkswagen foi a primeira em 2003 com o Gol TotalFlex, seguida de perto pela Chevrolet, que colocou o sistema Flexpower nos Corsa 1.8. Ambas optaram por lançar a tecnologia em versões de menor volume. Na época, as versçoes 1.0 dominavam o mercado com mais de 70% de participação. Somente depois os modelos mais baratos ganharam opção flexível. Eles demoraram a tirar de cena as variantes monocombustível. Essas versões só foram sumir depois da consolidação da preferência pelo sistema flex.

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