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Aceleramos (e muito) o novo Audi R8 Spyder V10
Avaliação

Aceleramos (e muito) o novo Audi R8 Spyder V10

R8 Spyder V10 tem 540 cv, dirigibilidade ótima e chega ao Brasil em 2018 ainda mais potente

Diego Ortiz, de Munique

10 de jul, 2017 · 7 minutos de leitura.

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Audi R8 Spyder V10 - Foto: Audi
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O convite da Audi era simples e direto: dirigir o R8 Spyder V10 na Alemanha e suas “autobahnen” sem limite de velocidade, saindo de Munique, partindo para os Alpes austríacos, cheios de curvas, e terminando na Itália e seus belos lagos com tráfego intenso nas ruas no verão. Ali havia a oportunidade de dirigir um superesportivo, que chega ao Brasil no primeiro trimestre de 2018, em todas as condições normais de uso do carro. Um banquete de graxa que não tinha como ser negado.

A máquina posta à prova vem com um motor de dez cilindros em V que gera 540 cv e 55,1 mkgf, é força e potência para dar, vender e emprestar. Ainda assim, ela ainda é um pouco menos forte que a versão que irá para o Brasil, a Plus, que tem 610 cv e passará fácil do R$ 1,2 milhão. Porém, um V10 é sempre um V10, e o R8 Spyder é uma usina de força capaz de chegar de 0 a 100 km/h em apenas 3,6 segundos. Até os 200 km/h ele vai em 11,8 segundos e, mesmo assim, ainda sobra força. Aos 287 km/h, velocidade máxima atingida durante a avaliação, o carro ainda parecia muito disposto, talvez tentado a alcançar seu limite de 318 km/h.

Aos 120 km/h o carro permanece aos 2 mil giros, como se nada tivesse acontecendo, e basta pisar um pouco mais para o maravilhoso câmbio automatizado S Tronic de dupla embreagem com opção de troca manual atrás do volante entregar a força do motor como um coice de mula, que faz com que a cabeça chegue a bater no apoio traseiro. Mas está trânsito e o motorista precisa ir devagar? Basta selecionar o modo Confort (as outras opções são Auto, Dynamic e Indvidual) para que o conversível rode a 30 km/h como se fosse um A3 1.8 com bancos do tipo concha e que todo mundo olha na rua, sem exceção. Por falar em ser olhado, abaixo do botão de partida no volante, há um outro capaz de liberar mais o som que sai do sistema de escapamento. Para se sentir um pop star no meio da Itália, basta fazer isso.

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Apesar de ter motor traseiro, o R8 Spyder tem a gabaritada tração Quattro da Audi e os obrigatórios (em carros deste tipo) controle e tração e estabilidade, o que na ficha técnica sugere controle total. Porém, o R8 não é um carro que se doma fácil. Ele tem uma tendência a sair de traseira que faz dele um exemplar dos mais divertidos para quem está acostumado com este tipo de comportamento dinâmico. Não chega a dar susto, mas quando exigido, ele mostra que superesportivos não podem ser o primeiro carro da vida de alguém. Nem o segundo.

Construído na fábrica alemã de Heilbronn, ele tem chassi de alumínio e algumas partes de fibra de carbono. Com isso, mesmo nesta configuração conversível, o R8 é rígido e não oferece nenhuma torção de carroceria em curvas. E como vem calçado com pneus 245/30 na dianteira e 305/30 na traseira, em rodas de 20 polegadas, o modelo apresenta uma estabilidade elogiável – muito ajudado por uma direção tão direta que quase chega a ser “seca”. Outro equipamento interessante que ajuda na tração é um bloqueio do diferencial traseiro, que atua jogando mais aderência para a roda deficitária e segurando o deslocamento do motor na inércia.

Os freios de carbono-cerâmica demoram duas curvas para ficar no ponto certo de aquecimento, mas depois oferecem frenagens ancoradouras sem limite, mesmo tendo que segurar um peso de 1.720 quilos e mais as leis da física.


A capota de lona tem estrutura de alumínio e magnésio (pesa 44 kg) e demora cerca de 20 segundos para abrir e fechar, mas só pode ser operada a até 55 km/h. Seu acionamento é por um botão no console central e basta ficar apertando para concluir a operação. Quando recolhida, ela fica em um compartimento acima do motor V10, diferentemente de outros modelos mais comuns com motor frontal que escondem a capota no porta-malas.

Com ela arriada e as janelas fechadas, a turbulência é quase nula dentro da cabine, já que há um defletor têxtil acima dos bancos, após o motorista e o carona, que diminui em 90% o vento no topo da cabeça e em 80% o ar que iria para o pescoço. Ele é opcional na versão avaliada, mas vem de série na Plus que vai para o Brasil.

Ficha técnica
Motor: 5.204 cm3, V10, gasolina
Potência: 540 cv a 7.800 rpm
Torque: 55,1 mkgf a 6.500 rpm
Câmbio: Automatizado de dupla embreagem e sete marchas
0 a 100 km/h: 3,6 segundos
Velocidade máxima: 318 km/h
Peso: 1.720 quilos


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