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Assistente virtual ganha força nos carros
Tecnologia

Assistente virtual ganha força nos carros

Concierge Onstar da GM passará a trazer sistema de inteligência virtual Watson desenvolvido pela IBM

Tião Oliveira

12 de mai, 2017 · 6 minutos de leitura.

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OnStar-Go
Crédito:Função de concierge da General Motors terá sistema IBM Watson

O motorista entra no carro, dá a partida no motor e, depois de saudá-lo com um cordial “bom dia”, o assistente virtual pergunta para onde ele quer ir. Após o comando “escritório”, o dispositivo informa que há pouco combustível e sugere que o abastecimento seja feito no posto da esquina. Afinal, além de estar no caminho e ser da bandeira preferida pelo usuário, há uma promoção para quem pagar com o cartão de crédito do banco em que ele tem conta.

Essa cena logo será comum graças à parceria que une o OnStar, da GM, ao sistema de inteligência artificial IBM Watson, criando o OnStar Go. A nova geração da plataforma de mobilidade chegará aos carros dos EUA ainda neste ano. Segundo informações da GM, o dispositivo pode “aprender” as preferências do motorista, a partir de seus padrões de decisões e hábitos.

Entre as facilidades prometidas pelas duas companhias, o motorista poderá ser lembrado, ao sair do trabalho, que é preciso comprar fraldas na farmácia. Também será possível avisar que o pedido feito a uma loja está pronto e, ao mesmo tempo, informar ao vendedor que o cliente está a caminho.

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Em viagem de férias, o dispositivo será capaz de recomendar hotéis, restaurantes e passeios. Tudo a partir do histórico de preferências do usuário. O lado negativo é que, para ter esses benefícios, o usuário terá de liberar o acesso a informações pessoais, como agenda de telefone, dados financeiros e hábitos de consumo.

Segundo o professor doutor Frank Allgöwer, da Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade de Stuttgart, na Alemanha, antes de abraçar esses sistemas é preciso criar mecanismos que garantam seu funcionamento adequado. Especialista em redes interconectadas, ele ministrou uma palestra em São Paulo sobre carros autônomos e cibernética.

Para funcionar, o novo sistema da GM requer conexão com internet de alta velocidade. Por isso, sua implantação ocorrerá primeiramente nos Estados Unidos – a rede 4G LTE cobre praticamente todo o país.


Diferentemente das três gerações anteriores da rede de comunicação, focadas no tráfego de voz, a quarta prioriza o fluxo de dados. Isso permite conexões mais rápidas e estáveis.

Novo negócio. ExxonMobil (petróleo), Glympse (localização), iHeartRadio, (rádios online), Mastercard (financeira) e Parkopedia (estacionamentos) já aderiram ao OnStar Go. Para a GM, trata-se da criação de uma nova (e promissora) frente de negócios.


Motorista guia Variant com o pensamento. Há pouco mais de seis anos, o professor Raul Rojas e a equipe coordenada por ele, da Universidade Freie de Berlim, apresentou um sistema que cria uma espécie de interface entre homem e carro por meio de sensores que captam as ondas cerebrais do motorista. Batizada de BrainDriver, a engenhoca utilizava um dispositivo da Emotiv, criado originalmente para jogos eletrônicos.

O dispositivo utiliza o mesmo princípio da eletroencefalografia (EEG), exame médico que registra a atividade elétrica cerebral. Na prática, o motorista pode movimentar o veículo com o pensamento.

Por meio de um software que interpreta as leituras obtidas pelo EEG, cada ação é associada a um padrão diferente de atividade cerebral. Com isso, o sistema “lê” os impulsos elétricos produzidos pelo cérebro e os transforma em comandos.


A equipe de Rojas conectou o BrainDriver ao sistema de direção drive-by-wire (sem cabos) de uma Volkswagen Passat Variant. O motorista, que utilizava um capacete repleto de sensores, conseguiu guiar, acelerando e fazendo conversões à esquerda e à direita, sem tocar em qualquer peça da perua ou utilizar comandos de voz.

A experiência foi um sucesso, mas, ao menos por ora, não há previsão de aplicação prática do sistema em veículos.

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