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Veja como anda a Classe X, primeira picape da Mercedes-Benz
Avaliação

Veja como anda a Classe X, primeira picape da Mercedes-Benz

Mercedes-Benz Classe X terá motores a diesel no Brasil, com opções de quatro e seis cilindros quando chegar em 2019

José Antonio Leme, DE SANTIAGO

01 de nov, 2017 · 7 minutos de leitura.

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Mercedes Classe X fracassou no mercado e quase foi vendida na América do Sul
Crédito:Mercedes-Benz/Divulgação

As estradas estreitas ao pé da Cordilheira dos Andes e algumas vinícolas chilenas foram o cenário para conhecer a Classe X, primeira picape média da Mercedes-Benz. Importado da Argentina, o modelo chegará ao Brasil em 2018. O preço ainda não foi definido, mas ficará acima dos de veículos de mesmo porte à venda no País. Atualmente, as versões de topo de Hilux, Ranger ou S10 têm preço em torno de R$ 180 mil.

A Mercedes pretende oferecer as três configurações disponíveis – Pure, Progressive e Power – no País. Porém, a mais simples (Pure) ainda está em estudo, pois tem rodas de aço e é voltada ao trabalho.

A Classe X é baseada na Frontier, da Nissan, marca com a qual a montadora alemã tem uma parceria. Apesar disso, pouco foi aproveitado pela Mercedes efetivamente. A carroceria guarda partes iguais na tampa da caçamba e na seção central.

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O resto foi reprojetado pelo time de design da Mercedes, com a meta de aumentar as proporções do veículo. Na parte estrutural, o chassi é o mesmo, mas recebeu reforços para entregar maior rigidez, alterando a torção em piso irregular. As suspensões mantêm a mesma arquitetura, com double wishbone na frente e eixo rígido com braços arrastados atrás, mas os eixos cresceram 7 cm, o que aumentou a largura da picape.

Segundo informações da Mercedes, isso melhorou o espaço interno para os ombros dos ocupantes. Ainda assim, viajam com conforto, como nas outras picapes médias, apenas quatro adultos. Quem vai no meio do banco de trás é prejudicado pelo túnel central e pela saída de ar-condicionado.

Para todas as versões, há controle de estabilidade, sete air bags, assistentes ativos de frenagem e de sinais de trânsito, alerta de manutenção em faixa, monitoramento da pressão dos pneus, controle de velocidade de cruzeiro e câmera de ré.


A avaliada, a X 250 d Power, adiciona a esse pacote faróis com fachos alto e baixo de LEDs, sensor de chuva, ar-condicionado com duas zonas, partida por botão, retrovisores com rebatimento e bancos com ajuste elétrico, entre outras comodidades.

O painel tem uma faixa cromada, que dá ao interior um ar futurista e combina com o visual externo. A dianteira do veículo consegue mesclar a classe dos Mercedes com a aparência de “durona” que se espera de uma picape graças à grade com barras mais largas. A traseira é bastante simples, mas tem um ar moderno.

Os pênaltis do modelo são a chave, o seletor da tração 4×4 e os botões iguais aos da Frontier. Esses itens não aparentam a qualidade do resto da cabine.


Picape tem conjunto bastante eficiente.

Outra parte que foi aproveitada da Frontier é o trem de força, formado pelo motor quatro-cilindros 2.3 biturbo a diesel, que rende 190 cv e 45,9 mkgf, e a transmissão automática de sete marchas. Esse conjunto tem força suficiente para empurrar a picape em qualquer situação e funciona de modo suave. Para ultrapassagens, a resposta do acelerador poderia ser um pouco mais ágil, para fazer a força chegar mais rapidamente.

A assistência hidráulica progressiva da direção tem o peso ideal e uma calibração que, para os padrões de uma picape, entrega respostas bastante diretas e precisas. Ainda que a Classe X só tenha ajuste de altura na coluna de direção, a posição de guiar é fácil de encontrar e muito confortável. Os comandos estão à mão do motorista e, como há poucos botões no painel, a visualização não fica poluída.

Com os 7 cm a mais dos eixos, a bitola – distância entre uma ponta e outra do mesmo eixo – aumentou. Na prática, isso deixou o carro mais estável e quase extinguiu a rolagem da carroceria nas curvas, comportamento que era esperado de uma picape, ampliando a sensação de boa dirigibilidade da Classe X.


A calibragem de suspensão no asfalto mantém a picape estável, sem a sensação de o eixo traseiro estar “flutuando” (com pouco contato com o solo no caso da caçamba vazia) em velocidades mais altas (120 km/h), passando mais segurança. Em estrada ruim ou fora de estrada, a Classe X consegue absorver bem as irregularidades do piso sem que o retorno do amortecedor devolva com força o impacto à cabine.

O bom isolamento acústico garante que nem a turbulência do vento na carroceria nem o som do motor a diesel venham para o interior do veículo, lembrando bem o conforto de qualquer outro modelo da marca.

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