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Clio, Fusion e Fortwo brigam pela economia
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Clio, Fusion e Fortwo brigam pela economia

Saiba qual o mais econômico entre Clio, Fusion e Fortwo e qual geraria mais créditos de carbono

19 de mar, 2014 · 13 minutos de leitura.

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 Clio, Fusion e Fortwo brigam pela economia
Os três modelos rodaram por 200 km cada, em trecho misto de estrada e cidade

Um carro “popular” feito para ser econômico (em tudo), um híbrido moderno e um subcompacto gerado com base no “downsizing” encaram um desafio que poderia ter consequências ambientais significativas para cidades como São Paulo. Quanto será que a capital arrecadaria em créditos de carbono se toda a frota fosse de modelos com baixo consumo energético? O que poderia ser feito com esse dinheiro para melhorar a vida na metrópole?

Para responder a essas questões, fizemos avaliações com três carros que receberam nota “A” no programa de etiquetagem do Inmetro: Renault Clio, Ford Fusion Hybrid e Smart Fortwo. Por meio de uma metodologia de aferição de consumo criada pelo professor de engenharia mecânica do centro Universitário da FEI, Silvio Shizuo, os modelos foram à pista em condições idênticas – local (circuito com 60% rodoviário e 40% urbano), horários e motoristas. Além disso, todos foram reabastecidos nos mesmos postos de combustível.

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O Fusion registrou o menor consumo dos três, repetindo o resultado obtido na prova do programa do Inmetro. O Ford obteve média de 25,83 km/l, ante 18,01 km/l do Fortwo e os 17,3 km/l do Clio.

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Com esses dados em mãos, foram feitos cálculos considerando a hipotética situação em que toda a frota circulante da cidade de São Paulo fosse formada pelo Fusion Hybrid. O resultado, além de ambientalmente excepcional, seria capaz de gerar alto lucro de crédito de carbono (veja no quadro da próxima página) para ser reinvestido.


Os números obtidos pelo Ford confirmam a tecnologia híbrida como a mais eficiente oferecida no País, ainda mais se considerando que o modelo tem maiores motor e potência que Clio e Fortwo (leia detalhes sobre os carros na página 14).

Ainda raros por aqui, os híbridos são comuns em alguns países. Estão na lista dos mais vendidos no Japão, por exemplo. E vão começar a ganhar incentivo no Brasil, com direito a produção local prevista – o Toyota Prius pode ser montado no País em 2016. Pelo menos é isso que afirma o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan: “A negociação está adiantada. Agora, é uma decisão do governo.”

O incentivo será importante para o desenvolvimento do mercado de híbridos no País. Por ser tecnologia cara, pela qual a maior parte do consumidor não está disposta a pagar, é subsidiada pelos governos nos países em que faz sucesso.


Nova frota na cidade de SP geraria créditos de carbono

Com a hipótese de um projeto de frota limpa e a subsequente redução drástica da emissão de CO2 (como no quadro ao lado), São Paulo poderia lucrar com crédito de carbono, um certificado emitido quando há diminuição da emissão de gases que provocam o efeito estufa e o aquecimento global.

Um crédito equivale a uma tonelada de CO2 que deixou de ser produzida. A quantidade permitida de emissão de gases poluentes e as leis que regem esse sistema de créditos foram definidas no Protocolo de Kyoto, assinado no Japão em 1997.


Com os cerca de R$ 17 milhões (veja cálculo no quadro) anuais de crédito de carbono, perguntamos para a prefeitura e ONGs o que poderia ser feito para melhorar a condição ambiental da cidade. Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), Alberto Bocuhy, é preciso investir na manutenção de mananciais e áreas verdes.

“O padrão usado para medir a qualidade do ar em São Paulo usa os parâmetros de 1989 da Organização Mundial da Saúde”, diz. No resto do mundo, os padrões são 50% mais restritos. “Por ano, 4 mil pessoas morrem na capital paulista por complicações decorrentes da poluição atmosférica.”

ESTUDO DE EMISSÕES


As emissões por veículos automotores no País são regulamentadas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que desde 1970 realiza estudos sobre a qualidade do ar. No final daquela década, criou o Programa de Controle de Emissão dos Poluentes e Resultados. Em 2009, surgiu o relatório de Emissões Veiculares, feito desde 2009, que utiliza informações fornecidas por diversos órgãos.

Entre os dados apontados pelo levantamento, chama a atenção o fato que, mesmo com a modernização da frota, as emissões não estão caindo. “Isso ocorre porque o número de carros também está crescendo”, afirma o engenheiro da Cetesb, Marcelo Pereira.

FORNECIMENTO DE DADOS DIFICULTA A MEDIÇÃO REGIONAL



O novo relatório da Cetesb (leia no texto acima) está sendo preparado com o objetivo de ser base para o Plano de Controle de Emissões Veiculares. Este será criado para estabelecer as políticas previstas no Decreto Estadual 59.113, de 24 de abril de 2013, que estabeleceu novos padrões de qualidade do ar para São Paulo. O único entrave do estudo é a demora na liberação das informações. Tanto que os números de 2013 só serão divulgados em junho deste ano, seis meses depois do ideal.

Ford Fusion – exemplo de engenharia e eletrônica unidas


A engenharia automobilística caminha, já há cerca de 10 anos, em rota paralela à do meio ambiente. E o Ford Fusion Hybrid é um dos exemplos mais eficientes nesse sentido. Além de ter moderna tecnologia híbrida, que combina motor 2.0 a gasolina de 145 cv a outro elétrico de 120 cv, o sedã traz uma série de aparatos tecnológicos voltados exclusivamente para diminuir o consumo, o que contribuiu com a vitória sobre o 1.0 flexível de até 80 cv com etanol do Clio e o 1.0 turbo a gasolina de 84 cv do Fortwo.

O motor do Fusion é parametrizado para mover o carro a até 100 km/h em condições normais. Já o propulsor a gasolina fica esperando duas medições: a de pressão no pedal, que pode indicar se o motorista precisa acelerar mais e depressa, e a da carga da bateria, que pode estar baixa. Apenas após isso ele entra em ação.

A central eletrônica, por sua vez, é tão precisa que até a inclinação da pista é analisada na aceleração. Há ainda o ar-condicionado ligado às baterias, e não ao motor – para não usar gasolina -, o sistema de regeneração de energia vinda da frenagem, que alimenta as baterias, e o modo EV Mais, em que o GPS aprende o trajeto diário do carro e ajuda o propulsor a racionalizar o consumo.


“Eletrônica e engenharia trabalhando juntas são o pai e a mãe do sucesso do Fusion Hybrid”, afirma o gerente regional de engenharia veicular da Ford, Robson Jardim.

ECONOMIA

Por mais que os resultados do modelo da Ford sejam excelentes, o diretor de comissões técnicas da AEA, Edson Orikassa, diz que a tecnologia imbatível em termos de eficiência é a híbrida plug-in a diesel, que não existe no País. “No Japão há carros a diesel fazendo 70 km/l.”


No Brasil, desde 1976 não é permitido o diesel em carros de passeio. Porém, a comissão Aprove Diesel foi criada no fim do ano passado para promover a liberação, que será difícil, já que o governo argumenta que ele é importado e afeta negativamente a balança comercial.

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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.