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Com novo motor, Fiat Toro desafia Toyota Hilux
Comparativo

Com novo motor, Fiat Toro desafia Toyota Hilux

Quando equipada com opcionais equivalentes aos da picape Toyota, versão 2.4 da Fiat tem preço próximo ao da líder das médias

15 de abr, 2017 · 11 minutos de leitura.

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 Com novo motor, Fiat Toro desafia Toyota Hilux
Fiat Toro e Toyota Hilux

Uma é feita sobre base de carro de passeio e a outra, sobre chassi. Mas o lançamento da versão Freedom 2.4 da Fiat Toro, uma picape intermediária que representa o primeiro caso, a aproximou em preço à versão de entrada da líder das médias, a Toyota Hilux. Sua opção SR 4×2 com câmbio automático, parte de R$ 113.392, ante os R$ 98.730 iniciais da rival.

Porém, a diferença não é tão grande quanto parece, pois, quando a Toro recebe opcionais para ficar com lista de equipamentos semelhante à da Hilux, os preços ficam próximos. Para ter central multimídia e rodas de liga leve, vai a R$ 107.932. Os air bags laterais do tipo cortina e para os joelhos do motorista elevam o valor da picape Fiat a R$ 112.467.

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Diante desses números, a Hilux SR flexível pode até parecer uma opção melhor, pois é mais espaçosa e leva mais carga. No entanto, a Toro ficou com a vitória pelos melhores comportamento ao volante e desempenho do motor 2.4 (174 cv), superior ao 2.7 (159 cv) da Hilux. A suspensão da Fiat também deixa a picape mais confortável e agradável de dirigir na cidade e na estrada.

Os 850 litros de capacidade de carga, 100 quilos a mais que na Toro, poderiam ter equilibrado o duelo, mas o tiro de misericórdia da Hilux foi suas cotações de seguro. O valor é quase o dobro do da Toro.

Por dentro, a Hilux é mais rústica. Os materiais usados transparecem muita robustez, com ótima montagem e sem rebarbas, mas são mais simples, tanto ao toque quanto nos formatos das peças. A Toro tem cabine mais bem elaborada, semelhante à do Jeep Renegade, modelo com o qual compartilha base. O senão do modelo da Fiat é o menor espaço interno, ditado pelas dimensões mais enxutas que as da rival.


Embora os ocupantes da frente da Toro viajem com conforto, os passageiros de trás têm menos espaço para pernas. Além disso, gera desconforto o encosto bem mais vertical que o da Hilux. O assento do banco de trás é mais comprido na picape da Toyota, o que acaba privilegiando a melhor acomodação dos passageiros.

Multimídia. Mesmo sendo a versão básica, a Hilux SR tem itens de série valiosos, como uma vistosa central multimídia no centro do painel. Ela, no entanto, é bastante difícil de usar. Trata-se de um sistema pouco intuitivo, além de lento nas respostas ao toque na tela de sete polegadas, que traz os comandos de suas funções.

Opcional na Toro, o sistema da Fiat não é muito melhor. A tela de cinco polegadas tem tamanho comparável ao de um smartphone. Porém, seu uso é um pouco mais simples que no caso da Hilux. Os monitores das picapes projetam imagens da câmera de ré, para facilitar manobras de estacionamento.


A versão da Hilux fotografada para o comparativo é a SRV 4×4, visualmente idêntica à SR.

RESPOSTAS DO CÂMBIO ATRAPALHAM A TOYOTA

Em movimento, nem Toro nem Hilux se destacam pela agilidade. No entanto, o 2.4 da picape Fiat dá ao modelo mais esperteza do que o 2.7 oferece à concorrente em praticamente todas as situações.


O câmbio de nove velocidades da Toro, em algumas situações, demora a responder enquanto “caça” a melhor marcha, entre as várias disponíveis. Ainda assim, ele consegue ajudar a picape a deslanchar com um pouco mais de facilidade.

Mas uma das maiores qualidades do 2.4 da Fiat em relação ao motor da Hilux é a suavidade no funcionamento. O propulsor não é dos mais sutis, mas ainda é bem mais agradável de explorar que o enorme quatro cilindros da Toyota.

Na Hilux, o 2.7 até rende bem em muito altas rotações, mas é bastante ruidoso e vibra muito. Tanto que, ao dar a partida, a impressão é de estar em um modelo a diesel. Acima de 3 mil rpm, o ruído passa a ser companheiro de viagem e a picape parece sem fôlego para retomadas e acelerações mais vigorosas. As marchas longas do câmbio de seis velocidades não contribuem muito e a Toyota acaba sendo morosa nas reações.


E nem adianta tentar alterar as marchas manualmente na Toyota, já que nem sempre o sistema vai responder aos comandos e continuará fazendo as mudanças quando bem entender.

Sem economia. Nas duas, o consumo bastante elevado é um grande problema. Mesmo sendo mais moderno e levando uma picape menor, o 2.4 bebe quase tanto quanto o antiquado 2.7 da Hilux.

Segundo o Inmetro, a picape da Toyota roda apenas 4,8 quilômetros com um litro de etanol na cidade, número que pode ser ainda menor no “mundo real”. Na estrada, são 5,6 km/l com etanol, também conforme o Inmetro.


Diante desses números, o tanque de combustível é generoso: leva até 80 litros. Sem isso, a autonomia da picape ficaria bastante comprometida.

A Toro tem marcas ligeiramente melhores, mas também não vai muito mais longe. Segundo o Inmetro, roda 5,9 quilômetros por litro na cidade e menos assustadores 7,4 na estrada.

SEGMENTO DE INTERMEDIÁRIAS VAI FICAR MAIOR


Nessa faixa de preço, a Hilux tem muitos predicados. É grandalhona, impõe respeito, consegue levar muita coisa na caçamba e mostra notáveis valentia e robustez inerentes a praticamente todos os Toyota. Além disso, por ora é a única picape média com motor flexível e câmbio automático. Mas nem assim conseguiu vencer a modernidade da Toro, que é robusta, mas também agradável na convivência diária. A Fiat faz parte do novo segmento de picapes intermediárias, menores que as médias, que tem também a Duster Oroch e, em breve, ganhará um modelo da Hyundai.

PRÓS E CONTRAS

TOYOTA HILUX


Prós: Espaço. Picape tem ótima amplitude para cinco ocupantes e pode levar até 100 kg a mais de carga na caçamba que a Toro.

Contras: Desempenho. Motor até é valente, mas tem dificuldades para mover os 1.800 kg da picape; câmbio ajuda pouco.

FIAT TORO


Prós: Mecânica. Propulsor 2.4 tem casamento quase perfeito com câmbio de nove marchas, entregando desempenho superior ao da rival.

Contras: Consumo. Mesmo melhores que os da Hilux, números ainda são elevados para um conjunto moderno.


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