Você está lendo...
Com preços equivalentes, Audi A3 Sedan e Toyota Corolla duelam
Comparativo

Com preços equivalentes, Audi A3 Sedan e Toyota Corolla duelam

Renovado, Corolla topo de linha encara a versão de entrada do ‘premium’ Audi A3 Sedan

Igor Macário

24 de mai, 2017 · 8 minutos de leitura.

Publicidade

Crédito:Foto: Werther Santana/Estadão

Eles representam a interseção de dois mundos. De um lado está o Corolla Altis, versão de topo do sedã médio mais vendido do País. Do outro, o A3 Sedan Attraction 1.4, opção de entrada para a gama do três-volumes premium “queridinho” do mercado. Em comum estão a faixa de preço e o porte da carroceria. Praticamente todo o resto difere o Toyota do Audi.

Por R$ 116.990, o Corolla Altis é muito bem equipado. Traz rodas de 17 polegadas, central multimídia, partida por botão, banco do motorista com ajustes elétricos e central multimídia com navegador GPS, entre outros. A R$ 115.190, o A3 leva pequena vantagem na tabela, mas faltam itens importantes no pacote básico (mas a lista de opcionais é ampla). Além disso, seguro e manutenção são mais caros no Audi. O A3 compensa essas desvantagens com o conjunto mecânico irrepreensível, o ótimo comportamento e o impecável acabamento, que lhe garantiram a vitória no comparativo.

Publicidade


Com isso, o Audi obteve revanche, pois havia perdido para o Corolla em um comparativo feito pelo Jornal do Carro há três anos. De lá parca cá, o A3, que vinha da Hungria, passou a ser feito em São José dos Pinhais (PR) e ganhou itens importantes – não havia sequer volante multifuncional. Além disso, a suspensão está mais bem acertada para encarar a buraqueira das vias do País.
O Corolla mantém o conjunto competente e, na linha 2018, ganhou controle eletrônico de estabilidade. Seu motor 2.0 combinado ao câmbio automático CVT, de relações continuamente variáveis, não é páreo para o 1.4 turbo do A3, acoplado à caixa automática de seis marchas.

Interior. A cabine do Corolla é bem acabada, com plásticos de qualidade e arremates corretos. Mas o Audi transparece mais luxo na combinação de revestimentos, como metal e plásticos lisos. Botões e comandos têm acionamento suave, enquanto no Corolla o aspecto é funcional e menos requintado que o do rival.


A3 esbanja desenvoltura em movimento. O motor do A3 tem potência pouco inferior à do 2.0 do Corolla (150 cv ante 153 cv do Toyota). Porém, o 1.4 do Audi se mostra mais ágil graças ao torque, que é superior e surge em sua plenitude a partir de baixas rotações.  No A3, as reações ao pedal do acelerador são quase imediatas e, além de ser esperto, ele é gostoso de dirigir. A transmissão de seis velocidades tem funcionamento suave, trocas rápidas e escalonamento de marchas correto.

O Audi também se destaca pelo baixo consumo de combustível. Não é raro fazer médias superiores a 15 km/l de gasolina em rodovias, segundo o computador de bordo, números dignos de carros menores.
Já o Corolla tem no câmbio CVT um grande aliado. Seu 2.0 parece não se esforçar para movimentar o sedã, que pesa pouco mais de 1.300 kg, graças à transmissão, que eleva as rotações do motor somente o necessário para oferecer uma boa tocada, sem fazer o quatro-cilindros “gritar” à toa. Mas as respostas são bem mais plácidas que as do A3.

Nas curvas, o Audi também leva vantagem e transmite muita segurança ao motorista em qualquer situação. O A3, inclusive, instiga o motorista a guiar de modo mais esportivo, ritmo que o Corolla até tolera, mas não chega a animar muito quem está ao volante.


Opinião
O A3 e a evolução da classe média
Em 2014, o Corolla venceu o duelo contra o A3 Sedan por oferecer uma enxurrada de equipamentos extras ante um Audi que, à época, era um carro praticamente “pelado”. Afinal, por melhor que o A3 fosse, quem iria querer um sedã na casa dos R$ 100 mil sem itens que são básicos até em modelos não considerados “premium”?

Agora, o jogo virou, pois a Audi recheou melhor um produto mecanicamente impecável. O A3 perdeu o câmbio automatizado de dupla embreagem (que era ótimo em velocidade, mas devia suavidade em manobras) e passou a ter suspensão traseira mais simples. Mas o acerto do conjunto atual não faz esses itens deixarem saudade e o Audi ganhou “mimos” já na versão de entrada, mostrando boa evolução na abordagem do modelo ao mercado brasileiro. O Corolla manteve o bom conjunto, mas encareceu sem mudar muito, o que fez com que a excelência do Audi prevalecesse desta vez.


Toyota Corolla

Prós – espaço interno

Sedã acomoda bem quatro adultos e seu porta-malas, bastante amplo, tem 470
litros de capacidade.


Contras – dirigibilidade

Embora o motor e o câmbio sejam competentes, conjunto empolga bem menos que o do modelo concorrente.

Audi A3 Sedan


Prós – conjunto mecânico

Motor 1.4 turbo casa bem com o câmbio automático de seis marchas. Suspensão é firme, mas confortável.

Contras – equipamentos


Versão “básica” é enxuta e faltam itens como câmera na traseira e ar-condicionado automático (opcionais).

Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.