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Concorrência desafia o Jeep Compass
Comparativo

Concorrência desafia o Jeep Compass

Sensação do segmento de SUVs, modelo faz comparativo com Tiguan, Sportage e Q3

Rafaela Borges

17 de mai, 2017 · 14 minutos de leitura.

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Compass x Tiguan x Q3 x Sportage
Comparativo
Crédito:Compass e Sportage se destacam pelo espaço interno e nível de equipamentos. Tiguan e Q3 têm bom desempenho (Foto: SERGIO CASTRO/ESTADÃO)
Compass x Tiguan x Q3 x Sportage

Nova sensação entre os utilitários-esportivos, Jeep é desafiado por Sportage, Tiguan e Q3

Desde o lançamento, em dezembro do ano passado, o Compass vem monopolizando as vendas no segmento de utilitários-esportivos médios. No mês passado, o Jeep conquistou mais um feito: foi o mais emplacado de toda a categoria, deixando para trás até os compactos, que custam menos. Para saber como a nova sensação do mercado se sai diante da concorrência, convocamos três rivais – Sportage, Tiguan e Q3 – para encarar a versão flexível do modelo feito em Goiana (PE), que tem também opção a diesel.

Os critérios básicos para escolher os desafiantes foram: estar na mesma faixa de preço e ter recebido atualizações recentemente.

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O sul-coreano da Kia mudou de geração no ano passado e o alemão da Volkswagen ganhou versão com motor 1.4 – a 2.0 acaba de sair de linha. O paranaense da Audi, que recebeu tecnologia flexível neste ano e é o mais vendido entre os utilitários de marcas premium, completa o quarteto.

O Audi comparece na versão de entrada, Attraction 1.4. Tabelada a R$ 143.190, é a com preço mais próximo ao das opções de topo de Compass (Limited, a R$ 129.990) e do Sportage (por R$ 139.990). O Tiguan tem configuração única, a R$ 128.270.
Compass e Sportage se destacam pelo espaço interno e pela ampla lista de equipamentos. O ponto forte de Tiguan e Q3 é o conjunto mecânico, que resulta em melhores desempenho e consumo de combustível.

No quesito preço, foi considerada a relação entre a tabela sugerida para o modelo e os itens de série que ele oferece. Confira o resultado do comparativo.


 

 


 

Tiguan surpreende por bom custo benefício
A vitória do Tiguan foi uma surpresa, pois o carro vendido no Brasil está no fim de seu ciclo de vida. A nova geração já é vendida na Europa e chega ao País no ano que vem. Ainda assim, o motor 1.4 o deixou muito competitivo diante dos rivais, a começar pelo preço, o mais baixo do comparativo.

Esse alemão vem com menos itens que Sportage e Compass, mas há um pacote que eleva seu preço a R$ 134.307 e o deixa bem pareado aos rivais no quesito equipamentos. O kit inclui câmera na traseira, ar-condicionado com duas zonas e rodas de 18 polegadas. Outro extra é o teto solar, não disponível nos concorrentes. Com esse item a tabela vai a R$ 141.332. Em equipamentos importantes, faz falta o banco de couro.


O desempenho do Tiguan é impecável. O motor 1.4 flexível rende 150 cv e entrega bons 25,5 mkgf a 1.500 rpm. O câmbio automatizado de seis marchas e duas embreagens, rápido e preciso, proporciona respostas imediatas aos comandos do pedal do acelerador.

O Volkswagen é ágil no trânsito e silencioso em velocidade de cruzeiro, em que a rotação do motor permanece em faixa bastante baixa. O consumo de combustível também é o mais baixo do comparativo. Porém, tanto para o Tiguan quanto para o Q3, o Inmetro só divulga dados aferidos com gasolina.

Com controles de estabilidade e tração e direção com assistência elétrica muito precisa nas respostas, o VW passa sensação de segurança ao motorista em qualquer situação. O ponto fraco é o porta-malas, bem menor que o dos três rivais. Além disso, seu visual, tanto externo quanto interno, está datado. As fotos são da versão 2.0.


PRÓS
MECÂNICA
Motor e câmbio fazem bom casamento e dão respostas rápidas ao carro. Consumo é menor que o dos rivais.

CONTRAS
ESPAÇO
Volkswagen deixa a desejar na área destinada aos passageiros e tem o menor porta-malas do quarteto.

 


Compass tem visual parrudo e muitos itens de série
Graças à excelente relação preço-equipamentos, a melhor entre a dos modelos deste comparativo, o líder de vendas conseguiu uma boa segunda colocação. O Compass é aquele carro que tem tudo, mas não sobressai em nada.

De série, só ele traz central multimídia com tela sensível ao toque. O monitor é grande e oferece boa visibilidade dos dados. Além disso, tem uso bastante intuitivo.

Há também detector de pontos cegos, mas esse equipamento não é muito funcional. O alarme, alto demais, é acionado o tempo todo, até quando os carros na faixa ao lado estão longe. Isso assusta o motorista. Outros destaques são o ar-condicionado de duas zonas, o freio de estacionamento elétrico, a câmera na traseira e os bancos de couro.


O ponto fraco do Jeep é o motor 2.0 flexível. Com até 166 cv, é o mais potente do quarteto, mas seu torque (20,5 mkgf a 4.000 rpm) não é suficiente para dar agilidade ao carro – o Compass é pesado, com mais de uma tonelada e meia.

O Jeep sofre especialmente nas retomadas a partir de baixas velocidades, mas consegue se sair bem quando a subida de rotação é mais gradual. O câmbio automático de seis marchas não tem credencial para fazer milagre, mas também não limita o potencial do 2.0.

O utilitário tem um rodar bastante confortável, mas sem ser “bobão”. O ajuste da suspensão, mais para o mole, não compromete a sensação de segurança do motorista, e a direção tem boas respostas. O espaço interno é bom, mas o porta-malas, com 410 litros, desaponta para um modelo desse porte.


O visual externo é parrudo e dá a impressão de que o Jeep é robusto. A cabine é bonita, mas falta um pouco de zelo no acabamento e na qualidade dos materiais de revestimento dos painéis, por exemplo.

O seguro do Compass é, juntamente com o do Tiguan, o que apresentou as cotações mais baixas. Por outro lado, as três primeiras revisões só não são mais caras que as do Q3.

PRÓS
TECNOLOGIA
Compass tem boa oferta de equipamentos modernos, como assistência à direção e central multimídia com tela sensível ao toque.


CONTRAS
DESEMPENHO
Motor é potente e casa bem com o câmbio, mas, como o torque é baixo, sofre para dar agilidade ao carro, que pesa mais de 1,5 tonelada.

 

 


Amplitude em alta no Kia
A nova geração do Kia surpreende pelo estilo. O desenho da carroceria pode até ser polêmica, mas chama a atenção. Os faróis são “livremente inspirados” nos do Porsche Cayenne. As imensas rodas, de 19 polegadas, também ajudam o sul-coreano a sobressair na “multidão”.

Por dentro, o acabamento não seduz, apesar de ser bem feito. A tela da central multimídia é pequena e há muitos botões em volta dela. A função sensível ao toque liberaria espaço para um monitor maior. Mas é na cabine que estão os dois maiores méritos do Sportage, que é espaçoso e traz um imenso porta-malas.

O Kia capricha nos itens de série. Há banco do motorista com ajuste elétrico e três modos de condução (que os rivais não têm), além de start&stop, mas falta câmera na traseira.


Na hora de acelerar, o desempenho entregue pelo motor 2.0 flexível de 167 cv é muito parecido com o do Compass. Falta fôlego em baixa rotação e a agilidade só começa a melhorar a partir de giros mais altos. Outro senão do Kia é o câmbio, que atrapalha um pouco mais que o do rival. Como o Jeep, o Sportage é “pesadão”. O Kia surpreende por ter baixo custo de manutenção. Já o seguro só não é mais caro que o do Q3.

PRÓS
ESPAÇO INTERNO
Cabine ampla acomoda bem o motorista e os passageiros. Além disso, seu porta-malas é o maior do quarteto.

CONTRAS
TELA CENTRAL
Monitor é pequeno e traz muitos botões ao redor. Além disso, carro sul-coreano não tem câmera na traseira.


 

Um “premium” na batalha
A descrição dos méritos e deméritos dos concorrentes deixaram claro qual é o problema do Q3: custos. O alemão cobra alto pelo logotipo da Audi na grade – além de ter versão de entrada mais cara que as de topo dos rivais, também apresenta os maiores valores de seguro e manutenção.

Quem pagar para ver não vai garantir para si apenas status, mas também o carro mais bem construído entre os que participam do comparativo. A sofisticação ao volante do Q3 é superior até à do Tiguan, com o qual tem muito em comum – Audi e Volkswagen pertencem ao mesmo grupo.


O Q3 é um projeto mais moderno que o VW, e tem respostas de direção mais convincentes. O ajuste de sua suspensão – independente nos dois eixos, como a dos outros três – é o mais eficiente para transpor curvas – e sem comprometer o conforto. A mecânica é a mesma do Tiguan, assim como o ótimo desempenho em acelerações e retomadas. Porém, o Audi apresenta um atraso de respostas no acelerador, mais perceptível nas arrancadas, que o VW não tem.

Nessa versão, a lista de itens deixa a desejar. Há start&stop e bancos de couro – o do motorista tem ajustes elétricos -, mas falta quase tudo. Não há câmera atrás nem controlador de velocidade.

PRÓS
COMPORTAMENTO
Dos carros do comparativo, alemão apresenta a melhor estabilidade. Audi também anda bem.


CONTRAS
CUSTOS
Além de ser o mais caro do quarteto na hora da compra, apresenta preços mais altos de seguro e manutenção.

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