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Ford EcoSport encara Jeep Renegade, Honda HR-V e Hyundai Creta
Comparativo

Ford EcoSport encara Jeep Renegade, Honda HR-V e Hyundai Creta

Renovada, versão de topo do ex-líder Ford EcoSport chama os três SUVs compactos mais vendidos para a briga

Hairton Ponciano Voz

20 de set, 2017 · 11 minutos de leitura.

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ECOSPORT, CRETA, HR-V E RENEGADE
Crédito:CRÉDITO: FELIPE RAU/ESTADÃO

Dos quatro carros da foto acima, dois (Jeep Renegade e Honda HR-V) foram lançados há pouco mais de dois anos. O Hyundai Creta ainda não completou um ano de vida, e o Ford EcoSport acaba de passar por significativas mudanças. São, portanto, cheios de atrativos para conquistar os interessados em utilitários.

Para este comparativo, o EcoSport comparece na versão mais cara, Titanium, com motor 2.0 e câmbio automático, por R$ 93.990. Com as mudanças, o Ford volta ao jogo para tentar reconquistar o espaço que era só dele. O veterano enfrenta o Jeep Renegade 1.8 Limited (R$ 99.990), o Hyundai Creta 2.0 Prestige (R$ 100.990) e o Honda HR-V EXL (R$ 102.900). Veja os pontos altos e baixos e a classificação de cada um, em ordem crescente.

Renegade: sobra carisma, falta desempenho. Um dos pontos altos do Renegade é o carisma da marca Jeep. Não é preciso ser nenhum “jipeiro” para perceber algo familiar assim que se bate os olhos na ampla grade do radiador. Além disso, a exclusiva suspensão independente nas quatro rodas absorve com perfeição as irregularidades do piso, sem transmitir solavancos para a cabine.

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O motor 1.8 flexível, que ganhou 7 cv e agora rende 139 cv (com etanol), amenizou uma das deficiências do modelo (desempenho), mas não resolveu definitivamente essa questão. O propulsor ainda mostra que está perto do limite de suas possibilidades. O motorista precisa estar disposto a pisar mais firme no pedal do acelerador para melhorar o ânimo do modelo pernambucano. O resultado é que o consumo aumenta.

A propósito, o Renegade é o mais “gastão” do quarteto, segundo dados do Inmetro. Outros pontos negativos: o porta-malas acomoda apenas 273 litros, e as revisões são mais caras que as dos concorrentes.

HR-V: atraente por fora, simples por dentro. O Honda HR-V EXL, mesmo não sendo da versão de topo da linha (acima dela há a Touring), é o mais caro deste quarteto. E, para um carro nessa faixa de preço, o acabamento é muito simples. Embora o console central tenha estilo moderno, o painel é espartano, com plástico rígido. A tela multimídia tem 7 polegadas.


Em combinação com o câmbio continuamente variável (CVT), o motor 1.8 flexível originário do Civic (140 cv) garante desempenho superior ao do Renegade, mas perde para os oponentes 2.0 (Creta e EcoSport). No entanto, o paulista é o mais econômico do grupo.

Entre os destaques, o HR-V traz freio automático em paradas (não é preciso manter o pé no pedal), aletas para trocas de marcha no volante e porta-malas espaçoso (437 litros). O freio de estacionamento é elétrico e há disco nas quatro rodas (como no Renegade). O visual externo é moderno. O custo das três primeiras revisões é mais baixo que o dos concorrentes, mas o seguro é o mais alto de todos.

Hyundai faz a lição de casa com o Creta. A Hyundai fez com o Creta o mesmo que já havia feito antes de lançar o HB20: uma boa lição de casa. A marca sul-coreana estudou o mercado e foi cirúrgica no ataque, investindo em itens nos quais os rivais não eram tão fortes. Começando pelo preço, a versão mais cara, Prestige, é mais em conta que o HR-V EXL – que nem é a de topo do Honda líder do segmento de compactos.


Entre os itens de série, há seis air bags (quatro no HR-V), sistema start&stop, chave presencial, faróis que acompanham as curvas e bancos de couro com ventilação. Além disso, há saídas de ar para o banco traseiro, indicador de pressão dos pneus e porta-malas espaçoso.

Por fora, o estilo do paulista é simples e não empolga muito, mas por dentro o desenho do painel agrada e transmite modernidade. A suspensão não isola muito bem as imperfeições do piso e deixa passar um pouco de ruído para a cabine. O motor 2.0 de até 166 cv trabalha bem com o câmbio automático de seis marchas, mas o consumo é alto.

EcoSport já não é coadjuvante e volta ao jogo. No trânsito, o novo EcoSport passa praticamente despercebido, mesmo no tom de azul do carro da foto à direita. Afinal, foi bem leve a reestilização feita na dianteira (grade, faróis e para-choque) do carro baiano. O visual é muito semelhante ao do Ford lançado em 2012, incluindo o estepe na tampa traseira. Então, por que ele saiu da posição de mero coadjuvante para conquistar o primeiro lugar neste comparativo?


Para entender isso, é preciso entrar no EcoSport e dirigir. Abrindo a porta, o que se vê é um outro carro. O novo painel não foi apenas redesenhado, mas também ganhou revestimento macio, suave ao toque. A tela do sistema multimídia é de 8”, fica em posição elevada e tem operação intuitiva.

Além disso, a versão mais cara, Titanium, com motor 2.0 e câmbio automático, é bem mais barata que os concorrentes, e vem muito bem equipada de série. Isso inclui teto solar, sete air bags (há um de joelho, além dos frontais, laterais e de cabeça), faróis de xenônio, sensor de pressão de pneus, partida do motor por botão e alerta de veículos em ponto cego, entre outros itens.

A suspensão foi retrabalhada e absorve muito bem as imperfeições do piso, incluindo calçamento de paralelepípedo. O novo 2.0 com injeção direta é o mais potente da categoria (176 cv), e garante desempenho muito bom. O motor trabalha em harmonia com o câmbio automático de seis marchas, que aposentou o sistema automatizado. O ponto negativo é o porta-malas, com apenas 356 litros de capacidade.


Opinião: EcoSport é novo só onde não se vê. Vejo dois problemas para que o EcoSport possa reviver o sucesso de outrora. Um é o de sempre: tamanho do porta-malas. O bagageiro é limitado até para acomodar as malas da viagem familiar no fim de semana.

O outro é intangível, mas igualmente importante atualmente: quem compra carro novo muitas vezes quer mostrar sua conquista aos amigos e vizinhos. O Ford não tem o que mostrar: mudou muito onde não se vê (mecânica e interior), e quase nada onde se vê (exterior).

Por isso, parece ser apenas mais um EcoSport nas ruas. A marca tanto sabe disso que está sendo agressiva nos preços. Quando não se tem algo realmente novo para mostrar, a estratégia é encher o carro de equipamentos e oferecê-lo por valores convidativos.


Essa é a receita do EcoSport. Dos quatro modelos deste comparativo (que são os mais importantes da categoria), o Ford é o mais bem equipado e o mais barato. E isso sem levar em conta outras qualidades, como ser o único do quarteto com motor de injeção direta. Vamos ver como o mercado vai reagir a ele.

Enquanto isso, HR-V, Creta e Renegade ainda têm a favor o fato de serem novidades. E, entre outras qualidades, o Hyundai oferece cinco anos de garantia, o Honda tem fama de qualidade e o Jeep, um enorme carisma.


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