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Frota nacional é mais jovem que a dos EUA
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Frota nacional é mais jovem que a dos EUA

Carros usados que circulam no Brasil têm idade média de 6,9 anos, segundo pesquisas

20 de jan, 2016 · 7 minutos de leitura.

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 Frota nacional é mais jovem que a dos EUA

As vendas de automóveis no Brasil entraram em declínio a partir de 2013, e fecharam 2015 com 2.476.904 unidades, volume quase 1 milhão abaixo do de 2014. Na tentativa de recuperar o setor, a Anfavea (associação que reúne as fabricantes) propôs ao governo um programa de renovação da frota, que inclui automóveis, caminhões, motocicletas e implementos rodoviários. Nesta e nas próximas edições, o Jornal do Carro trará um raio X dos veículos que rodam no País. Nesta primeira reportagem da série, comparamos a idade média dos “nossos” carros com a de outros países. E a conclusão é a de que, ao menos nesse quesito, não estamos mal, mesmo em relação a nações mais desenvolvidas.

Frota jovem.Sucessivas quebras de recordes de vendas deixaram como saldo uma frota mais nova do que a de Alemanha e Japão, por exemplo. Estudo da consultoria Jato do Brasil mostra que os carros que rodam aqui têm idade média de 6,9 anos. Dependendo da fonte de consulta, é possível encontrar variações nos números, mas não a ponto de alterar esse quadro.

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De acordo com o Sindipeças, sindicato da indústria de autopeças, a idade média da frota nacional é de 8,7 anos. Já para a empresa de consultoria IHS Automotive, que fez estudos sobre o tema, é de 8,1 anos, bem menos que a dos EUA, com 11,5 anos. Na Alemanha, os carros têm 9,4 anos (dados da Autoridade Federal de Transportes). A China tem frota mais nova porque o processo de industrialização no país é muito recente.

A explicação para o rejuvenescimento da frota nacional, em comparação com outros países, está no fato de que, de 2003 a 2012, as vendas do setor no País subiram ano após ano. A queda observada a partir de 2013 não comprometeu a renovação observada no período de “vacas gordas”.“Note que até 2005 os emplacamentos representavam menos da metade das vendas de 2012”, afirma o gerente de desenvolvimento de negócios da Jato do Brasil, Milad Kalume Neto. “Isso não significa que os veículos velhos deixaram de circular, mas a entrada de novos foi bem superior.”


Contraste.O bom momento do mercado brasileiro, até 2012, contrastou com o período de queda de vendas na Europa e EUA. Enquanto a crise dos Estados Unidos em 2008 derrubou as vendas e afetou até o continente europeu, por aqui a economia estava aquecida e havia incentivos para o setor, com redução de impostos e crédito fácil, incluindo prazos longos.Os emplacamentos subiram aqui e caíram em boa parte dos países desenvolvidos. Assim, enquanto a idade dos carros baixou, nos mercados mais maduros ela subiu.

Frota mais jovem resulta em menos poluição, quebras e acidentes. Isso porque modelos modernos incorporam motores mais econômicos e menos poluentes, além de itens como freios ABS e air bags.

Modelos. Quando se analisa a idade por segmentos, há ainda mais surpresas. De acordo com o estudo da Jato, o de utilitários-esportivos pequenos e médios, inaugurado pelo Ford EcoSport, em 2002, é o que reúne os carros mais novos, com idade média de 4,36 anos.


No período de dez anos, entre 2005 e 2015, foram emplacadas no País 488.633 unidades apenas do EcoSport. Além disso, o setor de jipinhos é o que mais tem recebido atenção das marcas, com lançamentos importantes, caso de Jeep Renegade e Honda HR-V.

Já os monovolumes que circulam no País têm cerca de 5,36 anos de uso. O Honda Fit, representante do segmento, acumula 438.647 unidades vendidas desde 2005. Entre as picapes pequenas, a média etária é de 5,4 anos. A Fiat Strada é a líder, com 1.034.053 vendas no País nos últimos 11 anos.


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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.