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JAC T40 é hatch que quer ser SUV
Avaliação

JAC T40 é hatch que quer ser SUV

Novo modelo mira em EcoSport e WR-V, mas tem preço e dimensões mais próximos aos do Renault Stepway

Thiago Lasco

01 de ago, 2017 · 8 minutos de leitura.

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JAC T40 - Foto: JAC
Crédito:

Nestes tempos fluidos em que tem hatch chamando para si o rótulo de “SUV”, o JAC T40 chega com aptidão para atacar em várias frentes. A chinesa o vende como utilitário-esportivo, mirando principalmente nos clientes das versões mais baratas do EcoSport. Mas, apesar do desenho de jipinho, o porte e a tabela do novato o colocam mais próximo de um Renault Sandero Stepway. Seus preços partem de R$ 56.990.

Espécie de “caçula” na gama de aventureiros da marca, que conta também com os maiores T5 e T6, o T40 usa o mesmo conjunto mecânico do irmão T5: motor 1.5 16V flexível, que gera até 127 cv se abastecido com etanol, e câmbio manual. Uma variante com transmissão automática tipo CVT chega em fevereiro do ano que vem.

Como de costume, a JAC aposta num bom recheio de itens de série como arma para tentar fisgar novos clientes, eventualmente ainda temerosos em dar uma chance a um produto made in China.

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A configuração de entrada, Pack 2, traz controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, sensor de obstáculos traseiro e controle de velocidade de cruzeiro – além, é claro, dos itens de conforto mandatórios, como ar-condicionado, direção, travas e retrovisores com acionamento elétrico.

A Pack 3, a R$ 58.990, acrescenta central multimídia com tela de 8” (mas sem navegador GPS, entendido pela marca como desnecessário diante da preferência da maioria dos consumidores por aplicativos como o Waze), câmera traseira e o recurso JAC Connect Front Camera, um sistema que grava filmes de todos os percursos feitos pelo veículo – o que, além de permitir o registro de boas lembranças, promete proporcionar redução no preço de seguro.

Na moda e presente em modelos como Renault Captur e Nissan Kicks, a pintura bicolor é vendida por R$ 1.990 extras – nesse caso, trata-se de uma película aplicada no teto já no Brasil, uma vez que os carros chegam da China com a carroceria pintada em uma única cor.


Na estrada. A primeira coisa que salta aos olhos é o cuidado com o acabamento interno. O painel tem uma faixa horizontal de couro sintético e plásticos bem encaixados, com texturas agradáveis e, melhor, sem o forte odor típico dos primeiros chineses vendidos no País.

O desenho do painel é simples, mas atual e harmonioso. Entre o velocímetro e o conta-giros, a tela digital que contém os marcadores de combustível e temperatura e os hodômetros têm leitura muito difícil à luz do dia, desviando a atenção do condutor.

Os bancos dianteiros têm apoios laterais reforçados e desenho do tipo concha, que acomoda bem as costas mesmo em percursos mais longos. Há apoio central para o braço direito do motorista. O espaço interno é convincente para a categoria; a cabine recebe bem no banco traseiro dois adultos de até 1,80 metro e uma criança. A capacidade do porta-malas é de bons 450 litros.


Em movimento, outras boas surpresas em relação a modelos anteriores da JAC são a transmissão e o nível de ruído. Com alavanca de curso curto e engates mais fáceis, o câmbio manual não deixa a condução cansativa. O isolamento acústico também melhorou e, se o motor não trabalha em silêncio absoluto, ao menos o barulho só chega aos passageiros em retomadas com giro mais alto.

É para os fãs de uma tocada suave que o T40 se mostra mais agradável. Com faixa máxima de torque a 4.000 rpm, o motor 1.5 de até 127 cv acelera de forma bastante gradual, sem pretensões de esportividade. Embalado, ele segue o fluxo da rodovia sem problemas, mas as retomadas exigem paciência.

O grande senão é a direção, que apresenta certa folga, outro problema recorrente em modelos chineses. Em velocidades mais altas, o conjunto passa certa insegurança ao motorista, que fica com a sensação de não ter o carro completamente à mão.


A JAC quer vender 300 exemplares por mês do T40 até o fim do ano. Em 2018, sem o teto de importação do programa Inovar Auto e com o apelo extra da versão CVT, a ser lançada em fevereiro, a expectativa é chegar a um ritmo de 8 a 10 mil unidades por ano.

Será o único modelo montado na futura fábrica de Camaçari (BA) até a chegada do sucessor do T5, no início de 2019.

FICHA TÉCNICA
Preço sugerido: R$ 56.990
Motor: 1.5, 4 cil., 16V, flexível
Potência (cv): 127 (E) a 6.000 rpm
Torque (mkgf): 15,7 (E) a 4.000 rpm
Câmbio: manual, 5 marchas
Porta-malas: 450 litros


PRÓS E CONTRAS
Prós: preço e conforto. Tabela acessível e recheio farto permitem ao modelo disputar em vários segmentos. Cabine é espaçosa e bancos, confortáveis.

Contras: direção e torque. Direção poderia ser mais justa e responsiva. Motor é suficiente para o peso do carro, mas fica devendo em agilidade nas saídas e retomadas.


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