Em novo anúncio que aprofunda a crise já instalada, a Kobe Steel revelou outro caso de falsificação de dados e a descoberta da violação de padrões industriais em uma unidade de processamento de aço. Com os escândalos em sequência, a siderúrgica admitiu a perda de clientes para os concorrentes.
Os padrões estatutários cujas violações foram reveladas eram estabelecidos pelo Ministério da Indústria do país, não apenas acordadas com os clientes. O caso ocorreu numa de suas fábricas no sudoeste de Tóquio.
Até o momento, a terceira maior siderúrgica do Japão, com 112 anos, alegou que os produtos vendidos com dados falsificados atendiam à segurança e a outros padrões, embora não cumprissem as especificações contratuais acordadas com os clientes. A empresa também havia comunicado que o problema era principalmente com produtos de alumínio e cobre.
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Em entrevista de imprensa, o vice-presidente executivo da Kobe Steel, Naoto Umehara, não especificou quais padrões industriais foram violados. Umehara, porém, confirmou que alguns clientes estão trocando a empresa por concorrentes.
Revelada recentemente, a falsificação generalizada de dados sobre a força e durabilidade dos produtos de cobre e alumínio ocorrem há pelo menos dez anos.
Investigação. A empresa agora está na mira do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Montadoras globais, empresas de aeronaves e outras fabricantes tem se esforçado para identificar potenciais perigos nos seus produtos por causa da falsificação. A Kobe Steel informou que nenhum problema de segurança ainda foi relatado.
Quatro fabricantes de automóveis japoneses confirmaram, nessa semana, que até o momento não encontraram problemas de segurança com peças de alumínio fornecidas pela Kobe Steel.
O ministro da Economia, do Comércio e da Indústria do Japão disse, em entrevista coletiva, que, apesar de este ser um problema entre as empresas, o governo deseja “estar ativamente envolvido”.
O ministro dos Transportes, Keiichi Ishii, chamou de “lamentável” o caso e pediu que a empresa investigue o caso e tome as medidas de prevenção adequadas.
Na Europa, as autoridades de segurança da aviação emitiram uma diretiva aconselhando as fabricantes de aeronaves a evitar o uso de produtos da Kobe Steel até que as checagens sejam concluídas.
Prejuízos. As ações da Kobe Steel caíram quase 40% desde que o escândalo foi revelado, em 8 de outubro. O prejuízo foi aproximadamente de U$ 1,60 bilhão em seu valor de mercado.
De acordo com seu site oficial, a Kobe Steel produz fontes de válvulas de motor encontradas na metade dos carros do mundo.
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Emissões do Fiat Mille Electronic
Em 1995, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) detectou fraudes nos níveis de emissões de mais de 400 mil unidades do Mille Electronic, produzidas a partir de 1992. Numa época em que os carros tinham pouca eletrônica embarcada, a Fiat desenvolveu um modo peculiar de detectar testes de emissões: quando se abria o capô, o motor entrava em modo de baixa emissão, para passar nos testes. Com o capô fechado, o pequeno Fiat andava e emitia mais.
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Potência do Hyundai Veloster
No início desta década, o Veloster foi lançado amparado por uma propaganda que dizia que o cupê de três portas tinha motor com injeção direta de 140 cv. Na verdade, o sistema de injeção era convencional, e o motor 1.6 rendia 128 cv. Era, afinal, o mesmo propulsor do HB20.
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Rodas do Fiat Stilo
Em 2010, a Fiat teve de fazer recall do Stilo, por causa de falhas nas rodas traseiras, que se soltavam. O problema envolvia carros produzidos a partir de 2004, e as investigações começaram em 2007. Foram registrados pelo menos 30 acidentes motivados por essa falha, dos quais oito resultaram em mortes. A Fiat negou que as ocorrências tivessem relação com problemas de material, mas o Denatran concluiu que a peça de fixação da roda ao carro não estava suportando o esforço e se rompia.
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Bancos cortadores de dedo do Fox
O mecanismo de movimentação do banco traseiro do Fox causou ferimentos em pelo menos 37 pessoas, na década passada. Algumas tiveram parte do dedo decepada. Inicialmente, a Volkswagen negou responsabilidade sobre os acidentes, alegando que os usuários não estavam seguindo as instruções contidas no manual do proprietário. Mais tarde, teve de promover recall e instalar um dispositivo para tornar a operação mais segura. Na foto, a comparação entre o sistema antigo e novo.
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Honda Fit 1.4 era na verdade 1.3
A Honda vendia no Brasil o Fit com duas opções de motor: um 1.3 e um 1.5. O 1.5 era vendido como 1.5, mas o 1.3 era anunciado como 1.4. Pelas regras elementares de arredondamento de matemática, o motor de 1.339 cm3 deveria ser classificado como 1.3. Mas, de acordo com o marketing, o número escolhido foi o 1.4.
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Volt, o híbrido que a Chevrolet chamava de elétrico
O Chevrolet Volt foi lançado, em 2010, como um veículo de propulsão puramente elétrica. Segundo a montadora americana, o motor a combustão era empregado apenas como gerador, para recarregar as baterias. No entanto, em caso de ausência de energia elétrica, o motor a combustão era capaz de movimentar as rodas, o que caracterizava o veículo como um híbrido.
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Kombi Last Edition 'sem fim'
O sistema de direção da Kombi era chamado de "rosca sem fim". E "sem fim" parecia ser também a série Last Edition, feita para celebrar o fim de produção do modelo da Volkswagen. A série especial foi lançada em 2013, e deveria ser limitada a 600 unidades. Entre suas exclusividades, tinha até cortinas nas janelas. Diante do êxito inicial, em vez de descer as cortinas e encerrar o espetáculo, a montadora decidiu reeditar a série. Resultado: encalhe nas lojas, desvalorização e chiadeira de quem havia comprado um carro "exclusivo".
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Emme Lotus
A promessa da empresa Megastar era de vender um esportivo feito no Brasil, capaz de fazer 0 a 100 km/h em 5 segundos. Dizia-se que o motor 2.2 turbo era preparado pela Lotus. Mas o projeto não vingou, e as poucas unidades produzidas não entregavam o desempenho prometido. O acabamento era simples e havia problemas de construção.