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Miniaturas atraem fãs de todas as idades
Lançamentos

Miniaturas atraem fãs de todas as idades

Hobby para uns e fonte de renda para outros, miniaturas de carrinhos atraem uma legião de fãs de todas as idades. Há modelos a partir de R$ 6. Conversamos com colecionadores e descobrimos os clubes, lojas e encontros que movimentam a cena.

06 de out, 2012 · 11 minutos de leitura.

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 Miniaturas atraem fãs de todas as idades

THIAGO LASCO

FOTOS: SERGIO CASTRO

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Para comemorar o Dia das Crianças, o Shopping Light, no centro, organizou uma exposição de miniaturas de carros que se tornaram conhecidos em filmes como “O Poderoso Chefão” e “De Volta para o Futuro”, além de uma réplica do Batmóvel em tamanho real, que ficará exposta até o dia 14. Engana-se quem pensa, porém, que o assunto é coisa apenas de criança.

Nos encontros de colecionadores promovidos pela Semaan, loja de brinquedos que também fica no centro da capital, a faixa etária predominante vai dos 30 aos 50 anos. Isso embora haja público de todas as idades.

Dedicados, eles “batem cartão” ali no terceiro sábado de cada mês para comprar e vender miniaturas, trocar informações sobre lançamentos e conhecer outras pessoas com a mesma paixão.


“Muita gente adulta tinha vergonha de assumir que gostava de comprar carrinhos”, conta Marcelo Mouawad, gerente comercial da loja. “Os encontros foram a maneira que achamos para trazer os mais tímidos.”

(Confira a fan page do Jornal do Carro no Facebook: https://www.facebook.com/JornaldoCarro)

O colecionismo de miniaturas no Brasil deu um salto a partir do início dos anos 2000, quando a americana Mattel passou a trazer os Hot Wheels. “Hoje, o País é o segundo maior mercado dos carrinhos dessa linha”, diz Douglas Fernandes, editor do blog T-Hunted, que tornou-se referência no assunto e acumula cerca de 200 mil acessos por mês.


“A empresa estava em crise nos EUA e passou a mirar outros países”, conta. “Aqui, investiu em réplicas de modelos como Opala, Brasília e SP2, que se tornaram grandes sucessos”.

Fernandes começou sua coleção ainda criança, nos anos 70. Tem mais de 1.100 peças. “Fotografo e catalogo tudo, até para não acabar comprando algo que já tenho”, diz. Com o tempo, ele tratou de resgatar modelos com os quais brincou na infância. “Um amigo está me enviando dos EUA um Pontiac Firebird que será o meu maior xodó.”


EM FAMÍLIA. Em muitos casos, o interesse pelas miniaturas surge na hora de comprar brinquedos para os filhos. Foi o que aconteceu com o designer Marcelo Hirschmann. Os primeiros carrinhos foram para Jorge, que na época tinha 4 anos. O pai logo começou um acervo e, dois anos depois, fundou o Clube Hot Wheels Brasil.

Com 850 peças, ele se considera mais comedido que a média. “Tem cara que só mexe nos carrinhos com luva. Outros nem tiram da embalagem, e ainda tomam cuidado para não amassar a caixa. Não sou obcecado.”

Já na família Bruno, o exemplo foi de pai para filho. O administrador Alexandre colecionava réplicas de modelos Volkswagen. Transmitiu o hobby para a namorada, Ariadne, que passou a juntar miniaturas de carros cor-de-rosa e caminhões.


Os dois se casaram e os filhos, Pietro e Francesco, herdaram o gosto pelas coleções. O acervo dos quatro passa de 5 mil unidades. E continua crescendo.“Se eles encontram um carrinho cor-de-rosa, trazem para mim”, conta Ariadne.

MODELOS CUSTAM A PARTIR DE R$ 6


Miniaturas de carros são um hobby democrático. Os modelos básicos da Hot Wheels, em escala 1:64, custam R$ 6. Vendidos em supermercados e redes como RiHappy, PBKIDS e Lojas Americanas, são a porta de entrada para o universo do colecionismo de veículos.

Quem pega gosto pela coisa acaba migrando para outras marcas, como Johnny Lightning e Green Light, que miram um público mais adulto. Há ainda modelos especiais, com tiragem limitada, chamados de T-Hunts.

A Hot Wheels costuma ter séries especiais com preços entre R$ 20 e R$ 100. Mais raras são as edições comemorativas e as lançadas em convenções de miniaturas. Essas podem custar cerca de R$ 400. No topo da pirâmide estão os protótipos, relíquias que chegam à casa das dezenas de milhares de dólares.


Os modelos mais raros não circulam em lojas, mas no mercado informal. São negociados diretamente entre colecionadores, em sites como E-Bay e Mercado Livre, ou em encontros promovidos por clubes e grupos especializados (leia mais abaixo).

Outro caminho para a exclusividade é a customização. A especialidade do tatuador Macgregor Fogaça (foto) é deixar o carrinho com um aspecto envelhecido, “detonado”, que os americanos chamam de “rat look”.

Para dar o acabamento, Fogaça usa alicate, chave de fenda, lixa e até esmalte de unha. Fã de hot rods, ele só trabalha com réplicas pequenas, em escala 1:64.


“A dificuldade do tamanho me motiva. E nelas é mais fácil adaptar peças do dia a dia, como molas de caneta”, diz. Esses carrinhos custam de R$ 30 a R$ 50.

CLUBES E ENCONTROS MOVIMENTAM O SETOR


Para quem quer começar uma coleção, todos os especialistas recomendam escolher um tema. Muscle cars, modelos brasileiros ou uma marca específica são alguns exemplos. Isso ajuda a evitar compras por impulso e o risco de se arrepender. “Tem muita coisa bonita. Você se encanta, se perde e pode ter um gasto enorme”, explica Ariadne.

A partir daí, o negócio é pesquisar e aprender. Blogs como o T-Hunted t-hunted.blogspot.com.br) são uma boa ferramenta. Os clubes especializados divulgam lançamentos, têm fóruns de discussão e promovem encontros. “Quem tem a chance de ir a um encontro vai vivenciar o colecionismo. É importante sair do virtual”, defende o colecionador Alexandre Bruno.

O Clube Hot Wheels Brasil chwb.com.br) cobra anuidade de R$ 30 e edita séries de carrinhos customizados. Os sócios podem comprar com desconto.


Já o Clube para Colecionadores de Veículos em Miniatura facebook.com) tem filiação gratuita e organiza quatro encontros mensais. Os próximos serão hoje e amanhã e nos dias 13 e 14 de outubro, no segundo e terceiro pisos do Shopping Light. O endereço é R. Coronel Xavier de Toledo, 23, na região central da capital.

A Semaan (3313-7487), loja especializada que fica na R. Cavalheiro Basílio Jafet, 138, próximo à R. 25 de março, também no centro da cidade, promove encontros de colecionadores no terceiro sábado do mês, das 9h às 15h. Comes e bebes, lançamentos de modelos e sorteios ajudam a entrosar o público.

Nos encontros, colecionadores exibem seus acervos, trocam informações e, claro, negociam carrinhos. “É uma boa oportunidade para começar uma coleção a preços mais justos que os praticados na internet”, diz Bruno.


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Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.