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Novo Cayenne é Porsche 911 fantasiado de SUV
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Novo Cayenne é Porsche 911 fantasiado de SUV

Terceira geração do Cayenne traz mais tecnologia e itens vindos de esportivos da marca

Hairton Ponciano Voz

03 de nov, 2017 · 7 minutos de leitura.

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Terceira geração do Cayenne
Crédito:Foto: Porsche
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A terceira geração do Cayenne é como uma resposta da Porsche aos fãs puristas da marca, que sempre torceram o nariz para o utilitário-esportivo. O modelo foi para o “barro” com a missão de livrar a empresa da lama – conseguindo tirá-la da crise financeira. Nesta geração, que a montadora alemã chama de “o terceiro capítulo” da história do SUV, ele recebeu tecnologias do mítico esportivo 911, caso do aerofólio móvel, do eixo traseiro direcional e dos pneus mais largos atrás. A dirigibilidade no asfalto melhorou, sem sacrificar as aptidões na terra.

O novo Cayenne deve chegar ao Brasil no segundo semestre do ano que vem, nas versões Cayenne (motor V6 turbo), Cayenne S (V6 biturbo) e Cayenne Turbo (V8 biturbo).

Visualmente, o modelo está menos “jipão”. Faróis e lanternas são mais estreitos, e na traseira uma faixa de LEDs une as lanternas, como ocorre no novo Panamera e até no Audi A8.

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Em termos de conectividade, o modelo oferece acesso à internet. O espelhamento do smartphone na central multimídia, no entanto, é restrito a aparelhos da marca Apple.

Os novos motores são menores e mais potentes. O mais “fraco” da turma é o 3.0 V6 turbo, que agora rende 340 cv (40 cv a mais que o 3.6 anterior). O 2.9 V6 biturbo do Cayenne S gera 440 cv (20 cv adicionais), enquanto o 4.0 V8 biturbo do Cayenne Turbo entrega 550 cv (30 cv a mais que o 4.8 que sai de linha).

Dirigimos o Cayenne S e o Turbo. E, para dar uma ideia de números, a aceleração de 0 a 100 km/h baixou meio segundo em cada um: agora são 4,9 segundos no S e 3,9 segundos no Turbo. Embora sejam números impressionantes, o SUV tem muito mais a mostrar. E as curvas das estradas de Creta, a maior ilha da Grécia, ajudaram.


As rodas traseiras direcionais esterçam 3º no sentido contrário ao das dianteiras, para facilitar o estacionamento, ou no mesmo sentido, para melhorar a dirigibilidade em altas velocidades. Graças a isso, o novo Cayenne ficou muito mais “na mão” que o modelo anterior.

Curvas fechadas agora são feitas em maior velocidade, como se o carro tivesse distância entre eixos menor que os 2,89 metros. Falando em dimensões, o comprimento aumentou 6,3 cm (para 4,92 m), enquanto a altura baixou 0,9 cm (1,7 m). No Turbo, as rodas são aro 21. Nas outras versões, elas são aro 19.

Graças à suspensão a ar com três câmaras e às barras estabilizadoras ativas, a inclinação da carroceria foi reduzida em curvas, frenagens e acelerações. O modelo contorna curvas fechadas com a carroceria praticamente nivelada. Gerenciadas pelo novo sistema elétrico de 48 volts, as barras têm motores capazes de anular inclinações laterais em curvas com até 0,8 g de aceleração, informa a Porsche. O amortecimento (mais firme ou suave) pode ser regulado no console sensível ao toque, e a altura do solo pode variar entre 16,2 cm (para altas velocidades) e 24,5 cm (off-road).


A agilidade pode ser creditada ao menor peso. Em relação à primeira geração, de 2002, o Cayenne S perdeu 65 kg, enquanto o Turbo ficou 10 kg mais leve. No caso dessa versão, são 2.175 kg, que resultam em relação peso-potência de 3,9 kg/cv.

O bom desempenho também passa pela aerodinâmica: pela primeira vez o Cayenne ganha aerofólio móvel na traseira, outra herança do 911. Ele se eleva de acordo com a velocidade, para aumentar a pressão aerodinâmica, e também ajuda na frenagem. De acordo com a Porsche, numa frenagem a 250 km/h o defletor sobe 8 cm, e “encurta” 2 metros na distância de parada.

Cabine

O interior reformulado conta com uma grande tela central de 12,3 polegadas, além de dois monitores digitais no quadro de instrumentos, que reproduzem virtualmente os cinco mostradores tradicionais da montadora alemã.


A chave de ignição continua à esquerda do volante. A direção elétrica é bem direta e tem bom peso, e o câmbio automático de oito marchas funciona em sintonia com o motor – que só é notado se o motorista quiser. Em velocidade de cruzeiro, ele funciona silenciosamente, mas revela-se com ronco grave em caso de direção mais esportiva.

Ficha técnica

Motor: 4.0, V6, 32V, biturbo, gas.
Potência (cv): 550 a 5.750 rpm
Torque (mkgf): 78,5 a 1.960 rpm
Câmbio: Automático, 8 m.
Comprimento: 4,93 metros
Altura: 1,67 metro
Porta-malas: 745 litros


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