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Novo Mercedes-Benz E250 encara Jaguar XF 25t
Comparativo

Novo Mercedes-Benz E250 encara Jaguar XF 25t

Nova geração do sedã alemão faz duelo com versão de entrada do modelo inglês em versões de entrada com motor 2.0 turbo

Igor Macário

26 de abr, 2017 · 6 minutos de leitura.

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Crédito:Foto: Sérgio Castro/Estadão

Eles têm tamanho e proposta iguais, mas Jaguar XF e Mercedes-Benz Classe E são máquinas tão diferentes quanto ingleses são de alemães. Nas versões com motor 2.0, eles não oferecem desempenho arrebatador, mas entregam espaço e conforto dignos de um segmento em que sofisticação é primordial.

Por R$ 309.990, o E250 Avantgarde compensa a diferença de quase R$ 30 mil em relação ao XF 25t R-Sport, de R$ 276.620, e ganha este comparativo. Ele oferece um pacote mais completo de itens de segurança. O destaque fica por conta do sistema de condução semiautônoma, que consegue dar ao motorista alguma liberdade ao volante, enquanto o carro segue o rumo pedindo apenas que o condutor encoste um dedo no volante. Há ainda monitor de faixas e pontos cegos, além de uma tecnologia que pode parar o carro sozinho caso o motorista deixe de responder aos comandos.

O XF não traz nenhum desses itens, o que acaba deixando o modelo inglês em desvantagem ante o rival e faz o conjunto do Jaguar parecer enxuto demais, mesmo que custe menos. A superioridade do E250 continua no acabamento, mais suntuoso e agradável que o do rival. Os materiais e, particularmente, o couro dos bancos, transparecem maior qualidade e requinte. A cabine também é bem desenhada e menos sisuda, com linhas curvas e iluminação com incontáveis possibilidades de cores.

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No entanto, nem de longe o XF é um carro mal acabado ou pobre. O interior é mais funcional, com interfaces mais simples, tanto de botões físicos quanto na ótima central multimídia. Esse sistema, com tela sensível ao toque, é mais fácil de usar que o da Mercedes, cuja interação é feita por comandos de toque e botões no console central. Há muitas funções redundantes, característica que acaba confundindo o usuário, que precisa de tempo para aprender todos os atalhos.

As notas de manutenção não foram consideradas na avaliação pois a Mercedes não divulga preços fechados de revisões.

Como andam. Sedãs com quase cinco metros de comprimento e motores 2.0 são uma combinação que tem tudo para dar errado. O primeiro pensamento é de que os carros terão reações lentas. Essa dupla, porém, mostra que os tempos mudaram. Nenhum deles é um rojão que faz as costas dos ocupantes colarem nos bancos, como suas versões com motor V6 ou V8, mas são capazes de dar alguma alegria a quem está ao volante.


Os 240 cv do XF dão a ele ótimo desempenho em relação à proposta dos dois carros. O câmbio de oito marchas tem funcionamento irrepreensível e ajuda o modelo a disparar à frente quando necessário. O torque ligeiramente menor que o do E250 é compensado pelo peso mais baixo e, junto com a potência maior, deixa o Jaguar mais esperto.

No entanto, mesmo com “só” 211 cv, o Classe E se resolve bem e é mais ágil do que a ficha técnica dá a entender. O câmbio automático de nove marchas também tem ótimo funcionamento e o sedã deslancha suavemente. É raro ele dar a entender que faz algum esforço para sair do lugar.

A questão é que todo o acerto do carro é mais voltado para o conforto, com suspensão mais macia, direção leve e respostas mais plácidas do motor no modo “normal” de condução.


Mas se a ideia é andar rápido numa rodovia, por exemplo, o modelo corresponde e não passa vergonha. Basta pisar mais fundo no acelerador que o 2.0 “acorda” e o bom torque em baixa rotação dá boas respostas ao sedã que, como o XF, é notavelmente “bom de curva” e seguro em alta velocidade.

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