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Peugeot 2008 é prazeroso e competitivo
Avaliação

Peugeot 2008 é prazeroso e competitivo

Utilitário anda bem, tem lista generosa de equipamentos e custo-benefício atraente

08 de abr, 2015 · 8 minutos de leitura.

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 Peugeot 2008 é prazeroso e competitivo

Se ri melhor quem ri por último, a Peugeot mostra que valeu a pena esperar pelo 2008 antes de bater o martelo entre os novos utilitários-esportivos do mercado. O jipinho feito em Porto Real (RJ) tem predicados de sobra para entrar nessa briga de cabeça erguida: é bonito, bem recheado, anda bem e tem preço competitivo.

Ao entrar na cabine, chama a atenção a qualidade do acabamento, que segue a cartilha do hatch 208. O painel tem desenho moderno e a posição elevada do quadro de instrumentos favorece sua visualização. Já na versão de entrada, Allure, há uma boa central multimídia, com tela de 7” sensível ao toque e operação descomplicada, além de ar-condicionado digital de duas zonas.

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Na opção Griffe, boa parte da área do teto é percorrida por uma janela panorâmica fixa, com cobertura de acionamento elétrico.

Os bancos são confortáveis. Os dianteiros têm apoios laterais reforçados, enquanto no traseiro o espaço é bom para dois passageiros – o duto no assoalho pode atrapalhar as pernas do terceiro ocupante. Com 355 litros de capacidade, o porta-malas está quase na lanterninha do segmento: é superior ao do Jeep Renegade (260 litros), mas perde para Ford Ecosport (362), Honda HR-V (437) e Renault Duster (475 litros).

Em comparação com as unidades pré-série avaliadas pelo Jornal do Carro em janeiro, o acerto da suspensão está um pouco menos firme. Se o desempenho em curvas deixou de ser idêntico ao de um hatch, o resultado ficou mais condizente com o conforto que se espera nesse segmento e deve agradar à maioria dos motoristas. Em pisos irregulares, o jipinho filtra bem os impactos e, mesmo em terrenos verdadeiramente acidentados, não se torna irritante com pulos e solavancos em excesso.


Outra marca do irmão 208, o volante de raio pequeno é muito gostoso de manobrar e sugere certa esportividade. Mas poderia ser um pouco mais firme com o carro em alta velocidade.

O motor 1.6 16V de 122 cv, associado a uma transmissão manual de cinco marchas, não nega fogo na maioria das situações e se mostra plenamente suficiente para as necessidades de uma família. Na cidade, a condução é ágil e agradável, facilitada pelos engates precisos do câmbio. Em ultrapassagens, é preciso fazer uma redução de marcha, mas o carro reage rápido e, graças ao ótimo isolamento acústico, o nível de ruído permanece baixo, mesmo em faixas de giro mais elevadas.

Se esse conjunto mecânico é bastante competente, é o propulsor THP 1.6 turbo de 173 cv o indicado para quem deseja uma dose extra de testosterona no rolê. Oferecido com câmbio manual de seis velocidades e apenas na versão de topo, Griffe THP, ele acelera com vigor impressionante e faz boas retomadas até em sexta marcha. Alguns ajustes sutis – direção mais justa, freios mais sensíveis, suspensão mais firme – reforçam o comportamento mais esportivo dessa versão, a única dotada de controles de tração (com cinco modos de funcionamento) e de estabilidade.


No posicionamento de mercado, a Peugeot soube aproveitar a vantagem de ter sido a última a entrar na briga. Os preços do 2008 começam em R$ 67.190 – sendo que a versão de entrada, Allurel, já vem com um pacote respeitável de equipamentos de série. A Honda cobra R$ 69.900 por um HR-V que não tem central multimídia, faróis de neblina ou mesmo rodas de liga leve.

Já a versão Griffe THP custa R$ 79.590 e sua potência de 173 cv só é comparável à das opções com motor turbodiesel do Jeep Renegade (170 cv), que partem de R$ 99.900. O preço do Peugeot com motor turbinado não esbarra nem no da opção intermediária do HR-V, que, por R$ 80.400, entrega ar-condicionado manual, central multimídia com tela de 5” não sensível ao toque e nada de navegador GPS.

A nota destoante do 2008 vai para o câmbio automático: a caixa oferecida é a mesma do hatch 208, de apenas quatro marchas. A reportagem não teve acesso a unidades do utilitário com esse tipo de transmissão mas, no 208, as trocas são lentas e acabam comprometendo a agilidade do carro, deixando-o “amarrado”.


Será uma pena se esse câmbio também aniquilar o comportamento prazeroso do motor do 2008. Ele acompanha apenas o motor 1.6 aspirado, de 122 cv – o preço do carro automático parte de R$ 70.890. Em breve, o 1.6 turbo deve receber versão sem pedal de embreagem; neste caso, o câmbio será o de seis velocidades.

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