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Placa preta é atestado de originalidade, mas não garante valorização
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Placa preta é atestado de originalidade, mas não garante valorização

Para fazer jus a placa preta, o veículo deve ter pelo menos 30 anos de fabricação e no mínimo 80% de sua originalidade preservada

Hairton Ponciano Voz

18 de abr, 2018 · 6 minutos de leitura.

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Para ter direito à placa especial, o carro deve ter pelo menos 30 anos de fabricação/ Crédito: Tiago Queiroz
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Desfilar ao volante de um carro antigo sempre desperta olhares. Quanto mais conservado for o veículo, maior costuma ser a admiração. Se o modelo tiver placas pretas, então, é praticamente um atestado de que o veículo está impecável.

Placa preta confere ao automóvel o almejado status de carro de coleção. Para fazer jus a ela, o veículo deve ter pelo menos 30 anos de fabricação e no mínimo 80% de sua originalidade preservada.

O trâmite de obtenção custa cerca de R$ 600, incluindo o valor cobrado pelo clube de carro antigo (para a vistoria e emissão do certificado de originalidade) e as taxas do Detran (para emissão do novo documento e confecção do par de placas pretas).

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O primeiro passo é procurar um clube de antigos que tenha corpo técnico qualificado para determinar o índice de originalidade do veículo. De acordo com o presidente da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA), Roberto Suga, a entidade tem 203 clubes afiliados espalhados pelo País.

Embora não haja uma tabela de preços para a vistoria, Suga informa que os clubes cobram de R$ 200 a R$ 250 pela análise do carro e emissão do certificado de originalidade.

Caso seja aprovado na inspeção (que deve ser presencial), o clube emite o certificado de originalidade, que é o documento a ser apresentado no Detran. O órgão de trânsito registrará o novo enquadramento do prontuário do automóvel.


No novo documento, o carro muda de categoria – para veículo de coleção. As placas pretas, parte visível dessa mudança, custam R$ 128,68 (o par). O documento sai por R$ 197,89.

Mercado

De acordo com Suga, a concessão da placa preta por si só não é garantia de valorização do veículo. “A valorização é consequência da qualidade do carro, e não da placa”, diz.

O proprietário da JS Autos Antigos, localizada na zona sul, João Siciliano, compartilha dessa opinião. “Tem carro sem placa preta que é muito valorizado”, afirma.


No entanto, o comerciante admite que esse diferencial pode ser um argumento de venda. “É um item a mais, como um veículo que tenha pneus de faixa branca”, exemplifica.

O presidente da FBVA diz que lamenta a existência no mercado do que ele chama de “oportunistas”. Suga classifica assim pessoas que passaram a “vender placas sem critério”, mesmo para veículos que não atendam às regras de originalidade. Ele afirma que há quem cobre mais de R$ 1.000 pelas placas.

Suga afirma que um dos objetivos da FBVA é obter isenção de inspeção veicular (prevista para começar até o final do ano que vem, em todo o Brasil) para esses veículos. Além disso, a entidade vai pedir liberação de circulação de carros com placa preta em dias de rodízio – na capital paulista.


Cor vai mudar: fundo será branco

Quando o Brasil passar a adotar as placas concebidas para os carros de todos os países do Mercosul, os de coleção que rodam no País deverão acompanhar as mudanças. No mais recente adiamento, a implementação dessas placas, que deveria começar no dia 1º de setembro, foi postergada por 60 dias, por causa de um pedido das fabricantes de licenças.

Essas placas serão utilizadas inicialmente em veículos novos, nos casos de transferência de propriedade de usados e mudança de cidade. O novo padrão para veículos de coleção tem fundo branco com letras e algarismos na cor cinza. Presidente da FBVA, Roberto Suga diz que está solicitando a adoção da medida utilizada nos EUA (menor que a nacional) para carros de coleção, por causa da grande quantidade de veículos norte-americanos antigos registrados no País.

 


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