Após uma longa e meticulosamente planejada estratégia de lançamento, que contou até com a aparição de dois conceitos (Celebration e Vision), o muito aguardado Alpine finalmente apareceu em sua versão final de produção, e sem disfarces.
O novo esportivo A110 da Alpine chega com estilo saudosista, claramente inspirado no modelo produzido na Europa entre 1961 e 1977, e que também foi montado no Brasil (entre 1961 e 1964, como Willys Interlagos).
O desafio é disputar compradores com nada menos que o Porsche Cayman.
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Para isso, a estrutura recebeu uso intensivo de alumínio. O assoalho é completamente plano e conta com difusor na traseira, para melhorar a aerodinâmica e dispensar uso de aerofólio.
No esforço de cortar gordura (estima-se que o cupê de tração traseira pesa pouco mais de 1.000 kg), cada um dos dois bancos pesam exatos 13,1 quilos.
A Alpine, marca pertencente à Renault, ainda faz mistério em relação ao conjunto mecânico, mas as previsões dão conta que a aceleração de 0 a 100 km/h leva 4,5 segundos. Há quem diga que o esportivo virá com motor 1.8 turbo a gasolina, derivado do 1.6 que equipa do Clio RS na Europa. A potência estimada é de 300 cavalos.
No entanto, outras vozes apostam que o cupê virá com um 2.0 turbo inteiramente novo, que futuramente poderá ser compartilhado com o Mégane RS 2018.
Todo o mistério acabará em uma semana, no dia 7 de março, quando o Alpine A110 será mostrado no Salão de Genebra, na Suíça.
As vendas devem começar no fim deste ano, e as primeiras 1.995 unidades formarão a série especial Première Edition, como o modelo das fotos. Na França, estima-se que o esportivo custará a partir de 55 mil euros (R$ 180 mil na conversão direta).
História. A Alpine foi fundada em 1955 (daí a tiragem da série especial do novo modelo), para fabricar modelos esportivos com motores da Renault. No Brasil, o Willys Interlagos é tido como o primeiro esportivo nacional.
Ele era a versão brasileira do Alpine A108, e usava motor traseiro de quatro cilindros e 1 litro, que rendia apenas 70 cv. Mesmo sendo bem leve (pesava menos de 600 kg), o desempenho era apenas mediano: não passava dos 160 km/h e acelerava de 0 a 100 km/h em cerca de 14 segundos. No entanto, o visual do esportivo e as somente 822 unidades produzidas no País fizeram dele um valioso clássico nacional.