Onboard

O mundo que deixaremos para o Keith Richards só terá SUVs e o Corolla

Segundo consultoria, SUVs serão um terço do mercado europeu até 2021; no Brasil não será diferente

Diego Ortiz

11 de dez, 2017 · 4 minutos de leitura.

Bentley Continental S3" >
Bentley Continental S3
Crédito: Crédito: Rolling Stones

Há uma brincadeira (ou meme, para os mais jovens) em que sempre que acontece algo ruim, as pessoas se perguntam que mundo deixarão para Keith Richards, o aparentemente imortal (e tomara que seja mesmo) músico dos Rolling Stones, que faz 74 anos no dia 18 de dezembro. Em termos de tecnologia, meio-ambiente ou saúde eu não sei, mas na minha área, que é a automotiva, não tenho dúvidas que será um mundo de SUVs e Corolla.

De acordo com a consultoria LMC Automotive, cerca de um terço do mercado europeu será composto de SUVs até 2021. No Brasil, a situação não me parece tão diferente. Projete-se isso uma década à frente e teremos utilitários-esportivos de todos os tamanhos e marcas dominando completamente o cenário global.

Claro que existirão algumas fortes exceções, como o Corolla. Carro mais vendido do mundo o tempo todo, o sedã da Toyota tem a confiança total de seus donos, que não os trocam por nada e incentivam os amigos a levar um para casa também.

Publicidade


Eu juro que não consigo entender essa paixão pelos SUVs. Mas já falei sobre isso, não quero ser repetitivo. Então vou além do gosto pessoal, vou partir para fatos, ou melhor, necessidades. Como bem disse Bóris Feldman em seu blog, enquanto as cidades pedem carros pequenos, leves e econômicos, o consumidor deseja o contrário disso, os SUVs.

As pessoas parecem querer ficar presas em engarrafamentos, não achar vagas em que os carros caibam e abastecer o veículo toda hora com combustíveis cada vez mais caros em prol de uma posição de dirigir mais alta e uma propensa robustez a mais na hora de cair em buracos. Não faz sentido nenhum, nem do ponto de vista prático e nem dos das leis da física.

Eu entendo que o mais me faz gostar dos carros, que é o prazer ao dirigir, não faz muito sentido em cidades que só permitem rodar a 50 km/h. Mas abrir mão totalmente disso também não faz. Eu não trocaria 10 minutos de Porsche 911 em uma via engarrafada por 10 anos de SUV compacto sem trânsito. Mas eu devo ter mesmo um parafuso a menos.


VEJA MAIS: A evolução dos SUVs, do Suburban ao Urus

Newsletter Jornal do Carro - Estadão

Receba atualizações, reviews e notícias do diretamente no seu e-mail.

Ao informar meus dados, eu concordo com a Política de privacidade de dados do Estadão e que os dados sejam utilizados para ações de marketing de anunciantes e o Jornal do Carro, conforme os termos de privacidade e proteção de dados.