A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) conquistou no Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) vitórias em ações movidas contra Fiat, General Motors e Ford. Nos três casos, a Proteste alega que as empresas utilizam o que no jargão do setor é conhecido como “greenwashing”. Trata-se de marketing fundamentado em informações enganosas, que enaltecem algum diferencial referente ao meio ambiente, com o foco na preocupação ambiental do consumidor.
No caso da Fiat, o anúncio denunciado refere-se ao pneu “superverde”. De acordo com a publicidade, o pneu conta com tecnologia sustentável, que garante baixo consumo de combustível e alta durabilidade, e por isso contribuiria para a conservação do meio ambiente. No entanto, segundo a Proteste, não é possível definir um pneu como sendo “verde” se os processos de produção, uso e descarte são os mesmos dos demais pneus. Por isso, ainda que apresentem os benefícios citados, não seria correto empregar o termo “verde”, e muito menos o prefixo “super”, para defini-los.
De acordo com a Proteste, o Conar concluiu que o anúncio não atendeu os princípios constantes no artigo 36 do conselho, que diz que as informações ambientais devem ser exatas, precisas e ter relação com os processos de produção e comercialização dos produtos.
Além disso, é necessário que o benefício ambiental salientado seja significativo em termos de impacto total do produto e do serviço sobre o meio ambiente, em todo o seu ciclo de vida, ou seja, na sua produção, uso e descarte.
Sendo assim, recomendou que o anúncio seja alterado até que sejam atendidas as exigências do código de forma a refletir nos anúncios a responsabilidade do anunciante com o meio ambiente.
Já a General Motors foi denunciada pelo anúncio “Chevrolet Eco”. Nele, a mensagem é que o veículo traz melhorias nas emissões de poluentes. Ao associar o sistema “eco” a uma melhoria como essa, a empresa pode levar o consumidor a entender que o veículo anunciado tem apelo de sustentabilidade. A GM, no entanto, alega que a publicidade “não apresenta nenhuma irregularidade, pois o “eco” remete à economia, e não à ecologia.
O conselho recomendou que fossem retiradas do anúncio todas as referências à melhoria das emissões de poluentes decorrentes do sistema eco.
No caso da Ford, o motivo foi o anúncio do “Ford Ecoboost”, pois insinua que o veículo, além de ter baixa emissão de CO2, possui máximo equilíbrio entre potência e economia. A Proteste alega que a informação não condiz com a realidade, já que o Fusion apresenta classificação “D” no Programa Brasileiro de Etiquetagem, que mede a eficiência energética e consumo. A classificação do programa vai de “A” (mais eficiente) a “E” (menos eficiente).