Você está lendo...
Caoa quer fazer caminhão Hyundai na fábrica da Ford
Mercado

Caoa quer fazer caminhão Hyundai na fábrica da Ford

Grupo brasileiro deve manter os leves da Ford e produzir linha Hyundai Xcient em São Bernardo do Campo

Tião Oliveira

08 de abr, 2019 · 8 minutos de leitura.

Publicidade

caoa
Hyundai Xcient
Crédito:Crédito: Hyundai/Divulgação

A venda à Caoa da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP) está prestes a ser anunciada. Além de produzir caminhões leves da marca norte-americana, o grupo brasileiro pretende fazer pesados da linha Xcient, da Hyundai, segundo fontes ligadas à negociação. O mais cotado para ser o primeiro produto dessa nova fase é o cavalo-mecânico P440. Ele disputaria compradores com modelos da Mercedes-Benz, Scania e Volvo, entre outras marcas.

Há tempos a Caoa vem estudando a viabilidade de produzir caminhões semi-pesados e pesados no Brasil. O grupo já fabrica os leves HR e HD80 em Anápolis (GO). Recentemente circularam na internet fotos de unidades do cavalo-mecânico Xcient P440 e do leve Mighty no pátio onde a Caoa movimenta veículos importados na cidade goiana.

Publicidade


A possibilidade da compra da fábrica da Ford, portanto, surgiu como uma solução sob medida para os planos da Caoa. Ao concretizar o negócio, o grupo pode transforma a fábrica do ABC paulista em uma plataforma de exportação da linha de caminhões da Hyundai.

Além de atender o mercado brasileiro, a planta poderá fornecer caminhões da marca sul-coreana para outros países da América do Sul. Os modelos Hyundai Xcient, aliás, já são vendidos no Uruguai e no Paraguai. Países com os quais o Brasil mantêm acordos bilaterais de comércio.

 


Veja também: Bons usados com preços até R$ 50 mil

 

Caoa já produz marcas diferentes em GO

Produzir veículos de marcas distintas em uma mesma fábrica não será novidade para a Caoa. Em Anápolis, o grupo já fabrica os SUVs ix35 e Tucson, da Hyundai, além do Tiggo 5x e Tiggo 7, da marca Caoa Chery, criada após a empresa brasileira adquirir o controle da operação local da companhia chinesa.


LEIA TAMBÉM

O negócio incluiu também o comando da planta erguida pela Chery em Jacareí. Na unidade no interior do Estado de São Paulo a Caoa Chery fabrica o subcompacto QQ, o sedã Arrizo 5 e o SUV compacto Tiggo 2.

Além disso, a Caoa é importadora oficial dos automóveis feitos na Coreia do Sul pela Hyundai, como o sedã Elantra e o SUV Santa Fe. Também detém a importação dos japoneses da Subaru.


Caminhões Hyundai Xcient

A linha de caminhões Xcient foi lançada na Coreia do Sul em 2013. Inicialmente, o objetivo da Hyundai era atender países europeus, além do mercado doméstico. Mas o plano foi expandido e a marca já está presente até em países do Mercosul.

Entre os destaques, os caminhões Hyundai Xcient têm cabine ampla, que oferece bastante espaço e conforto a motorista e ajudante. Há motores de 10 e 13 litros com cerca de 520 cv de potência.

Se forem mesmo oferecidos no Brasil, os caminhões da marca sul-coreana enfrentarão rivais consolidados. Entre os principais estão a linha Atego, da Mercedes-Benz, no caso dos semi-pesados, e FH, da Volvo, entre os pesados.


Vìdeo: Teste do novo T-Cross 1.0 turbo (200 TSI)

 


Exportações devem crescer

A investida no setor de caminhões mira oportunidades de negócios no Brasil e no exterior. O grupo liderado pelo empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade deve assumir o controle da fábrica de São Bernardo do Campo em dezembro deste ano. Pouco tempo depois, em julho de 2020, entrará em vigor o acordo de livre comércio de produtos do setor entre Brasil e México.

Diferentemente do que ocorre no caso dos automóveis, em que o México leva vantagem, no de caminhões é o Brasil que sobressai. Marcas como Volvo e Mercedes-Benz, por exemplo, fabricam no País produtos com o mesmo nível de tecnologia e sofisticação de suas matrizes na Europa.

Além disso, embora o segmento de caminhões movimente menos unidades que o de automóveis. Em termos de receita os volumes são muito maiores. Sobretudo no caso dos semi-pesados e pesados. Que no primeiro trimestre deste ano representaram cerca de 75% das vendas no Brasil. Segundo dados da Fenabrave, federação que reúne as concessionárias de veículos do País.


Mercado interno em alta

Em 2018, foram vendidos no Brasil 76.431 caminhões. Uma alta 46,8% ante as 52.068 unidades de 2017, de acordo com dados da Fenabrave. Em entrevista ao site Estradão, o vice-presidente da entidade,
Sérgio Zonta, disse que o bom resultado se deve a um conjunto de influências. Embora ele ressalte que a base comparativa é baixa. Consequência da forte retração do setor nos últimos anos.

Para 2019, a Fenabrave projeta crescimento nas vendas de 15,4%, para um total de 88.000 unidades. “Tudo dependerá dos rumos a serem dados, como a aprovação das reformas necessárias”, disse ao Estradão o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.

No ano passado, a Mercedes-Benz manteve a liderança das vendas de caminhões, com 22.290 licenciamentos e 29,2% de participação de mercado no Brasil. No segundo lugar aparece a Volkswagen, com 18.780 caminhões vendidos e 24,6% de participação. A Volvo tomo o tradicional terceiro lugar da Ford ao emplacar 10.639 caminhões (13,9% do mercado). A marca norte-americana somou 9.306 vendas e participação de 12,2%. O quinto lugar ficou com a Scania, que emplacou 8.642 caminhões, equivalentes a 11,3% das vendas totais.


Veja também: Os carros mais vendidos em março

Hyundai Creta New Generation Comfort Plus
Oferta exclusiva

Hyundai Creta New Generation Comfort Plus

Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.