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Kawasaki Z900 RS é homenagem justa ao passado
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Kawasaki Z900 RS é homenagem justa ao passado

Clássica da Kawasaki, Z900 RS presta homenagem a quatro cilindros Z1 de 1972, mas com receita moderna e confortável

José Antonio Leme

04 de mai, 2019 · 6 minutos de leitura.

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z900 rs
Z900 RS É RELEITURA MODERNA DA Z1 DE 1972.
Crédito:FELIPE RAU/KAWASAKI

O ano é 1972, a Kawasaki lançava a Z1 Super Four, modelo quatro cilindros que ficaria eternizado como uma das mais icônicas motos quatro cilindros da época. A década de 1970 foi a época da invasão das motos japonesas aos Estados Unidos. E ali ela se tornaria um mito, especialmente com a pintura marrom e o detalhe laranja no tanque e na rabeta.

O ano é 2019, surge na garagem da redação uma moto com a mesma pintura, o mesmo farol redondo e a rabeta levemente inclinada, como se fosse um spoiler acima da lanterna. Por mais que meus sonhos quisessem, não era uma lendária Z1, mas sim a Z900 RS, a recriação moderna com estilo retrô da Kawasaki, que logo fez a minha breve decepção se dissipar.

Montada em Manaus, a clássica custa R$ 48.990. Da Z1 apenas o estilo, com toda a base inspirada na naked Z900. Isso significa suspensões invertidas na dianteira e monochoque atrás – ambas com ajustes de pré-carga e retorno – controle de tração com dois níveis, embreagem assistida e deslizante, freios ABS e farol de LEDs. A feição é de moto antiga, mas é tudo bem atual.

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Como a Z1, a Z900 RS também usa um motor quatro cilindros, esse de 948 cm³. A diferença desse motor para o da Z900 naked foram os ajustes que reduziram a potência e o torque, mas também permitiram que eles cheguem ao pico em uma rotação menor.

Na Z900 RS são 109 cv a 8.500 rpm e 9,7 mkgf a 6.500 rpm contra 125 cv a 9.500 rpm e 10,1 mkgf a 7.700 rpm na Z900. Basicamente o motor foi amansado com uso da eletrônica. Com isso, ele ficou mais dócil de guiar, com muito torque em baixas rotações, o que reduz as trocas de marcha.

Ainda assim, ela oferece muita esportividade quando se quer acelerar forte com o característico ronco dos quatro cilindros e que continua crescendo nos 10 mil giros quando já está entrando na linha vermelha. O câmbio de seis marchas tem engates fáceis e curtos.


Ergonomia da Z900 RS

A posição de guiar da Z900 RS é bem confortável. Com um chassi diferente da Z900 naked, ela tem um guidom mais largo, as manoplas estão 35 mm mais afastadas, alto (65 mm a mais) e próximo ao piloto – recuo de 35 mm. As pedaleiras estão mais baixas, o que permite que as pernas fiquem menos flexionadas. Esse conjunto deixou o piloto em uma posição mais ereta que na naked, onde a posição é mais avançada, de ataque. O banco em peça única é largo e bem confortável para piloto e garupa.

De perto ela parece bem robusta, mas em movimento a Z900 RS é bem leve e ágil, apesar dos 215 kg em ordem de marcha. As trocas de direção são rápidas e a moto responde fácil aos comandos. Nas curvas ela deita fácil e o piloto não briga para manter a moto na trajetória, um sinal de ciclística bem equilibrada.


Os freios são disco, duplo na frente com 300 mm de diâmetro, e simples atrás com 250 mm. A pinça dianteira tem quatro pistões e a traseira dois. Isso garante uma boa frenagem, mesmo em situação de emergência.

O painel de instrumentos tem uma tela digital para o computador de bordo, mas velocímetro e conta-giros analógicos. Isso para manter o padrão semelhante ao da Z1 com formato redondo e boa visualização dos dados.

O ponto negativo é o preço. Os 48.990 são levemente salgados se você pensar que a própria Kawasaki oferece por R$ 49.990 a esportiva ZX-6R com 136 cv e eletrônica ainda mais robusta. O que torna o primeiro modelo caro na comparação. Sua rival direta no mercado é a Triumph Bonneville T120, que custa R$ 48.200 com uma especificação mais modesta. São 80 cv e 10,7 mkgf e suspensões convencionais sem ajuste.


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.