A FCA Fiat Chrysler vai investir R$ 500 milhões em uma nova fábrica de motores inéditos que serão produzidos no complexo do grupo em Betim (MG) a partir do próximo ano. Os novos propulsores terão tecnologia turbo e flexível em versões 1.0 e 1.3. Em relação aos propulsores aspirados, são mais eficientes e de 7% a 8% mais econômicos, segundo a Fiat.
Os motores começam a ser produzidos no final de 2020, chegando ao primeiro carro da Fiat-Chrysler (FCA) no início de 2021. Fontes ligadas a marca dizem que o Renegade pode ter a primazia de estrear o novo propulsor.
A Fiat-Chrysler não divulgou a potência que a versão nacional, com etanol, pode render. Contudo, na Europa, esses motores Firefly turbo rendem entre 120 cv e 180 cv. O três cilindros 1.0 chegou a 120 cv e o quatro cilindros 1.3 a 180 cv.
Entre as mudanças adotadas, eles passaram a ser 12 válvulas e 16 válvulas, respectivamente. Outra novidade é a adoção do sistema MultiAir, de comando individual de abertura e fechamento das válvulas. Há ainda injeção direta de combustível e coletor de exaustão integrado ao cabeçote.
Na prática, tudo isso reduz o tempo de aquecimento dos motores, atingindo o funcionamento ideal mais rapidamente, mitigando a emissão de gases e o melhorando o consumo.
Investimentos para os novos motores turbo
A nova linha será instalada ao lado do prédio onde já funciona a fábrica de motores aspirados e vai gerar 1,2 mil empregos entre a montadora e fornecedores específicos de componentes. A linha terá alto grau de automação e vai operar com máquinas dotadas de inteligência artificial.
O anúncio do projeto foi feito na tarde desta quarta-feira, 22, na fábrica de Betim pelo presidente mundial da FCA, Mike Manley, em sua primeira visita após assumir o cargo no ano passado, depois da morte do então presidente Sergio Marchionne.
“Esse investimento faz parte de um plano maior que vai até 2024 e prevê 25 lançamentos (de veículos)“, afirma Manley. Entre eles estão previstos dois utilitários esportivos (SUV) da Fiat.
O investimento está inserido no plano de R$ 16 bilhões previstos pelo grupo entre 2018 e 2024. Quando anunciou o plano, no ano passado, o presidente da FCA para a América Latina, Antonio Filosa, informou que seriam R$ 14 bilhões até 2023, mas houve mudanças.
Além dos R$ 500 milhões extras, o período de aplicação foi ampliado em um ano e inclui alterações cambiais. Dos R$ 16 bilhões, R$ 8,5 bilhões estão sendo gastos na fábrica de Betim e o restante na fábrica de Goiana (PE), onde são produzidos os modelos da Jeep (os SUVs Renegade e Compass) e a picape Fiat Toro.
Segundo Manley, boa parte dos novos motores será exportada para a Europa. Hoje, a FCA produz esse tipo de propulsor apenas na China e na Polônia. A capacidade da linha brasileira inicialmente será de 100 mil unidades ao ano.
Participaram do evento o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, fabricantes de autopeças e outros convidados.