Um vem do Canadá e é cupê de duas portas. O outro, importado do México, tem quatro portas e carroceria sedã. O primeiro é vendido com câmbio manual. O segundo vem com transmissão automatizada de dupla embreagem. Honda Civic Si (R$ 164.900) e Volkswagen Jetta GLI (R$ 144.990) têm muitas diferenças.
Chegam a ser opostos em alguns pontos, mas se encontram quando o assunto é esportividade.
Indo direto ao ponto, basta acelerar que os dois encantam. Quando provocados, as respostas de ambos chegam a ser brutas, com os pneus dianteiros patinando nas arrancadas e deixando um pouco de borracha no chão mesmo com o controle de tração ligado.
Há dois itens capazes de definir essa contenda: puristas, que preferem carro manual de respostas viscerais e não pretendem utilizar muito o banco traseiro, devem optar pelo Honda. Quem precisa conciliar desempenho com um pouco mais de luxo e conforto deve ir de Jetta GLI, que chega nos próximos dias.
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A razão dá vitória ao Jetta. A emoção fica de olho no Civic Si. Porém, como o comparativo precisa ter um vencedor, o VW acabou levando a melhor. Ele tem motor e desempenho levemente superiores, além de ser mais barato.
A Honda não informa números de desempenho, mas o Si acompanha muito de perto o ritmo do GLI, apesar da diferença de cilindrada. Os dois têm motores turbo com injeção direta de gasolina. O VW é equipado com o 2.0 TSI de 230 cv (o mesmo do Golf GTI) e vai de 0 a 100 km/h em 6,8 segundos. O Civic Si traz o 1.5 de 208 cv de potência.
O modelo da Honda não tem itens opcionais. No da Volkswagen, o único extra é o teto solar, a R$ 4.990, o que eleva o preço a R$ 149.980. Ainda assim, bem abaixo do rival.
Civic é radical, Jetta é confortável
Coloque um do lado do outro e o Civic ofusca o Jetta. De frente, o cupê da Honda tem grandes entradas de ar no para-choque. Atrás, o aerofólio destacado e a saída de escape central dominam. A altura (1,42 m) é típica de esportivo.
Enquanto isso, o Jetta GLI é um sedã familiar com adereços esportivos, caso da saída dupla de escape e do filete vermelho atravessando a dianteira.
O Civic tem posição de dirigir mais baixa, com a alavanca de câmbio (curta) em posição precisa. Isso é especialmente desejável em um componente que é utilizado o tempo todo. O Jetta também tem comandos bem posicionados.
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Como no Golf GTI, o sedã GLI tem quatro modos de condução (do econômico ao esportivo). O Civic tem um botão no console, que aciona a função esporte. Os dois trazem quadro de instrumentos virtual, mas o do Jetta oferece mais possibilidades de personalização. É o caso, por exemplo, do GPS, que pode ser visualizado entre o velocímetro e conta-giros.
Em ambos, é possível acompanhar informações relacionadas a desempenho, como força G (aceleração lateral e longitudinal) e pressão de turbo. No Honda, os dados aparecem à frente do volante. No Volkswagen, na tela multimídia, que é maior do que a do modelo canadense (8”, ante 7”).
O Jetta é mais bem equipado. Seus dois bancos dianteiros contam com ajustes elétricos e aquecimento, há controle de velocidade adaptativo (acompanha o ritmo do trânsito), start-stop, farol alto automático, frenagem automática pós-colisão, etc. No Civic, os bancos apoiam muito bem o corpo, mas os ajustes são manuais.
Outra vantagem do Volkswagen são as três primeiras revisões gratuitas. No Honda, elas custam R$ 1.140,60.
HONDA CIVIC SI
Prós
DIRIGIBILIDADE
Câmbio tem relações curtas, direção é direta, suspensão é firme e motor oferece respostas vigorosas.
Contras
CONFORTO
A suspensão garante estabilidade, mas deixa o carro um pouco duro. Acesso ao banco traseiro é ruim.
VW JETTA GLI
Prós
CUSTO-BENEFÍCIO
O Jetta GLI vem bem equipado, oferece desempenho de Golf GTI e custa quase R$ 20 mil a menos que o Si.
Contras
ACABAMENTO
Na frente, sedã agrada, mas atrás o revestimento de portas é rígido e não há saídas de ar-condicionado.
Opinião
Razão ou emoção
Se você estiver pensando em termos estritamente racionais, sua escolha é o Jetta GLI. Com ele, pode-se escolher entre um sedã arisco ou pacato. Tudo vai depender do estado de espírito do motorista. Está calmo e vai apenas levar as crianças à escola? Selecione o modo normal, deixe o câmbio em “D” e você está num automóvel comum, de suspensão confortável. Está com más intenções? Passe o câmbio para “S”, altere a programação na tela central para esporte e aquele diabinho no ombro vai abrir um sorriso.
O Civic Si não é tão versátil. Ele é esportivo ou esportivo. A suspensão é sempre firme, o câmbio manual tem relações curtas, a direção é direta e o motor gosta de ser provocado. Nele, o diabinho do ombro está sempre feliz. Mas quem for no banco de trás vai reclamar (o cupê tem duas portas), e além disso o Honda custa R$ 20 mil a mais. Enfim, razão pende para o Jetta GLI. O coração fica com o Civic Si.