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Chinesa BAIC compra 5% da dona da Mercedes-Benz
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Chinesa BAIC compra 5% da dona da Mercedes-Benz

Com o novo negócio, grupos chines já são donos de 15% do Grupo Daimler; em 2018, a Geely comprou 10% do alemão

Redação

25 de jul, 2019 · 4 minutos de leitura.

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DAIMLER É A CONTROLADORA DA MERCEDES-BENZ
Crédito:Michael Dalder/REUTERS
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O Beijing Automotive Group, mais conhecido como BAIC, comprou uma fatia de 5% do Grupo Daimler. A empresa alemã é a controladora de marcas de veículos como Mercedes-Benz (automóveis e caminhões), Smart, Maybach e Freightliner. Esta é líder de vendas de caminhões nos Estados Unidos e Canadá.

O grupo BAIC é o principal parceiro da alemã Daimler na China. O fruto da joint venture entre as duas empresas é a Beijing Benz Automotive. A companhia produz os modelos da Mercedes-Benz em território chinês.

“Esse passo reforça nosso alinhamento, e forte apoio, com a estratégia e gerenciamento da Daimler”, disse o presidente da BAIC, Heyi Xu. Segundo informações da agência de notícias Reuters, a compra de parte do grupo Daimler foi uma maneira de garantir investimentos da empresa chinesa na joint venture. A Daimler já é acionista da BAIC, que está listada na bolsa de valores de Hong Kong.

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Chineses controlam europeias

Não é novo o movimento de grupos chineses comprando partes ou mesmo 100% de empresas europeias. É o caso da francesa PSA Peugeot Citroën, que pertence à Dongfen, e da sueca Volvo, controlada pela Geely.

Em 2018, a própria Daimler viu o CEO da Geely, Li Shufu, comprar 9,69% de suas ações.Com isso, o executivo passou a ser o maior acionista individual da companhia. No mesmo ano, a Geely adquiriu 8,2% da divisão de caminhões da Volvo.

Essa voracidade dos chineses em relação à empresas da Europa não é fruto do acaso. Desde abril do ano passado, as companhias estrangeiras passaram a poder operar na China sem um parceiro local.


A dissociação será progressiva e faz parte de um programa do governo chinês para incentivar novos investimentos no país. Com a mudança, as companhias de fora da China podem, desde 2018, fabricar carros elétricos e híbridos de forma independente no país. Até 2020, a regra passará a valer para veículos comerciais e, em 2022, incluirá também modelos de passeio.

Ao comprar parte dos parceiros estrangeiros, as empresas chinesas ficam em vantagem na hora de negociar novos projetos. Isso inclui o desenvolvimento de componentes ou mesmo processos que possam ser utilizadas por ambas.


A compra de parte da Daimler pelo CEO da Geely já começa a gerar frutos. Em maio, a Smart anunciou o fim de seus modelos com motor a combustão na Europa. A próxima geração de carros da marca, que serão 100% elétricos, vai ser produzida na China.

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