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As diferenças entre a Renault na Europa e no Brasil
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As diferenças entre a Renault na Europa e no Brasil

Mudança de foco para modelos de menor custo alavancou vendas da Renault no País

Redação

20 de ago, 2019 · 7 minutos de leitura.

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Clio está na quinta geração, recém-lançada na Europa
Crédito:Foto: Denis Balibouse/Reuters
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Algumas particularidades da economia brasileira decretaram o fim de modelos conhecidos no Brasil e moldaram a gama de várias montadoras. Fabricantes como a Renault tiveram que adaptar suas gamas para permanecer no País. Por isso, modelos como Clio, Scénic e Megane, fabricado por mais de uma década no Brasil, saíram de cena. No lugar, modelos como Logan, Sandero e Duster passaram a ser os carros chefes da marca.

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No entanto, se por aqui os modelos antigos da Renault deixaram de ser vendidos, na Europa eles continuaram suas trajetórias. Por aqui tivemos as duas primeiras gerações do médio, como hatch e sedã na primeira e sedã e perua na segunda. Depois delas – as últimas safras da Megane Grand Tour saíram em 2012 -, outras duas foram lançadas no Velho Continente, em 2008 e 2016.

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Por aqui, a Renault ainda apostou no Fluence nos anos seguintes, como opção no segmento de sedãs médios. No entanto, o modelo só durou até 2017, quando a marca saiu de vez do mercado médios. Ainda assim, o Fluence tinha origem sul-coreana, oriundo de uma parceria entre a Renault e Samsung.

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Foto: Sergio Castro/Estadão

O caso Dacia

Enquanto isso, as linhas Logan e Sandero, mostrados em 2006 e 2007, respectivamente, dominaram o portfólio da marca. E com razões para tal. Espaçosos e com bom custo-benefício, caíram no gosto do brasileiro e alavancaram as vendas da marca.

No entanto, a crítica não perdoou as origens “mais humildes” da dupla. Embora com participação e investimento da Renault, os modelos haviam sido lançados na Europa pela Dacia, marca romena de baixo custo do grupo francês.

Embora cabine e desenho dos modelos de origem romena sejam de fato feitos pela Dacia, a plataforma é a mesma usada pelas gerações mais recentes do Clio, a B0.


A mudança de rumo da marca no Brasil, vendendo por aqui modelos tidos como de baixo custo em outros mercados, pode ter feito bem às finanças da marca. Mas não a livra de críticas pela ausência dos Renault “de verdade” aos quais o consumidor havia se acostumado. Ainda assim, não parece ser algo que impacte as vendas de Logan, Sandero e Duster por aqui.

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Foto: Felipe Rau/Estadão

Vida que segue

A Scénic também acompanhou a evolução do Megane e também está na quarta geração na Europa, lançada em 2016. Moderna, tem assistentes de condução e um visual pra lá de esportivo, para uma minivan. No Brasil, a primeira geração da Scénic fez história ao ser a primeira minivan fabricada no País e deu origem ao “boom” de modelos do tipo por aqui. Após ela vieram as Citroën Xsara Picasso e a Chevrolet Zafira, ambas também bem sucedidas no mercado brasileiro.


O Clio, por sua vez, também só teve duas gerações vendidas no Brasil ao longo de mais de 20 anos. A quinta geração do modelo acaba de ser apresentada na Europa, recheada de tecnologia.

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Captur nacional. Foto: Renault/Divulgação

SUVs

Embora a Renault tenha sido a primeira marca a lançar um real concorrente para o Ford EcoSport ainda em 2012 com o primeiro Duster, o crescimento do mercado de SUVs no Brasil pedia um modelo mais sofisticado.


Para atender à demanda, a montadora lançou em 2017 o Captur, mais moderno e bonito que o Duster. No entanto, o modelo feito em São José dos Pinhais (PR) guarda algumas diferenças com o SUV feito na Europa desde 2013.

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Captur europeu. Foto: Renault/Divulgação

“Nosso” Captur é igual ao modelo russo (que se chama Kaptur), feito sobre a plataforma do Duster, ante a base do Clio de quarta geração usada sob o Captur europeu. Além do custo menor de produção, o modelo feito aqui é maior e mais espaçoso do que o feito pela Renault na Espanha.


A gama europeia ainda tem os Kadjar e Koleos, SUVs de porte médio e grande respectivamente. O Koleos chegou a ser prometido para o Brasil ainda em 2017. No entanto, a marca alterou os planos e o lançamento do carro é incerto por aqui.

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Foto: Arnd Wiegmann/Reuters
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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.