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Montadoras reclamam que não têm mais dinheiro para investir em carros elétricos
Mercado

Montadoras reclamam que não têm mais dinheiro para investir em carros elétricos

Preços altos fazem vendas de carros elétricos não decolarem e não ganharem escala para ficarem mais acessíveis

Diego Ortiz

20 de set, 2019 · 5 minutos de leitura.

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elétricos
Desenho do ponto de recarga do Volkswagen I.D3
Crédito:Volkswagen/Divulgação

O Salão de Frankfurt, na Alemanha, que acaba no domingo (22), trouxe uma verdade cruel. As montadoras não têm mais dinheiro para investir no caro desenvolvimento de veículos elétricos. O discurso de “basta” veio das marcas alemãs. O CEO da Daimler, Ola Källenius, foi firme ao dizer que as fabricantes locais já investiram 40 bilhões de euros na criação de sistemas e tecnologias de recarga para carros elétricos e que agora é hora dos governos ajudarem também, porque não se sabe ainda quando esse montante será recuperado.

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A chefe de vendas da Mercedes-Benz, Britta Seeger, seguiu o tema ao sugerir a taxação de veículos de luxo com alta emissão, para ajudar a receita e financiar a compra de modelos com emissão zero. “Uma política de tributar um segmento de produtos para incentivar o suporte a outro ajudaria a deixar as pessoas entusiasmadas em fazer a troca”.

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O CEO do Grupo Volkswagen, Herbert Diess, deu como exemplo da situação em que as montadoras se encontram o Up!, que chegou ao ponto de não ser mais compatível com níveis de emissão de CO2 até 2025. “A única opção foi lançar um Up! EV, que quando visto sob a ótica de potencial de lucro não tem margem para isso”.

Um estudo publicado antes do Salão de Frankfurt pela Associação Europeia de Montadoras (ACEA) sugeriu uma correlação entre a prosperidade econômica de um país e o consumo de carros elétricos. Ou seja, só gente rica compra veículos movidos a baterias.

JAC Motors divulga preço do carro elétrico mais barato do País

A Noruega, garota propaganda da eletrificação veicular, tem 45% do mercado preenchido por EVs. Só que o país tem a renda per capita duas vezes maior que a média da União Europeia. Fora isso, há o investimento em infraestrutura. Para chegar onde a UE quer em termos de emissões e volume de carros elétricos, será preciso 2,8 milhões de pontos de carregamento pelo menos até 2030. No momento, eles não passam de 150 mil, sendo 80% deles em quatro países, Alemanha, Reino Unido (que vai sair da UE), França e Holanda.


E não para por aí. Já está em elaboração o “Acordo Verde Europeu”, que prevê a neutralidade de emissões de poluentes vindas dos carros em todo o bloco até 2050. Isso significa que, visto pela prisma pela tecnologia atual, nenhum modelo a combustão poderá ser produzido mais na proximidade desta data.

CEO do Grupo PSA, Carlos Tavares, que tinha acabado de mostrar no evento o Opel e-Corsa, disse que o setor não deve mais ser criticado pelas emissões. “Há agora, e mais ainda nos próximos anos, vários modelos elétricos disponíveis para os consumidores, de entrada e de luxo. Chegou a hora do consumidor fazer a sua parte também”.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.