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Qual carro vale mais: o elétrico Renault Zoe ou o VW Jetta GLi a gasolina?
Comparativo

Qual carro vale mais: o elétrico Renault Zoe ou o VW Jetta GLi a gasolina?

Comparamos um carro elétrico com um movido a gasolina. O Volkswagen Jetta GLi se alimenta em posto de combustível. O Renault Zoe só precisa de uma tomada. Compare e escolha o seu

Hairton Ponciano Voz

21 de set, 2019 · 9 minutos de leitura.

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Volkswagen Jetta GLi Renault Zoe
Volkswagen Jetta GLi e Renault Zoe fazem um confronto de tecnologias. O primeiro tem motor a gasolina. O segundo é elétrico. Os dois custam praticamente o mesmo preço
Crédito:Felipe Rau/Estadão

Um tem bancos com ajustes elétricos, aquecimento e memória. O quadro de instrumentos virtual é configurável, e a central multimídia tem tela de 8″. O acabamento é bom e o equipamento de som da Beats tem 300 Watts. Sob o capô, o motor 2.0 de 230 cv a gasolina leva o carro de 0 a 100 km/h em 6,8 segundos. A máxima chega a 250 km/h. No outro veículo, um carro elétrico, as regulagens do banco são manuais, e não há ajuste de altura. O acabamento é simples, com superfícies rígidas. Leva 13,2 segundos para chegar a 100 km/h (mais que o dobro do oponente), e não vai além de 135 km/h (pouco mais da metade do outro carro). Um gasta combustível e polui. O outro consome eletricidade e não gera emissões.

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Há um abismo separando o Volkswagen Jetta GLi e o Renault Zoe. Mas os preços são semelhantes: o sedã esportivo da Volkswagen sai por R$ 144.990, enquanto o hatch elétrico da Renault custa R$ 149.990. Essa é a razão de ambos estarem aqui. Os elétricos estão chegando. Renault Zoe, BMW i3, Nissan Leaf e Jaguar I-Pace já estão à venda. O Chevrolet Bolt vem aí, e a chinesa JAC anunciou o lançamento de uma família de modelos movidos a eletricidade.


Um dos motivos de o veículo elétrico ser caro no Brasil é o imposto. O IPI tem alíquota de 7 a 18%, dependendo de fatores como peso, por exemplo. Como comparação, carro 1.0 recolhe 7%. Afora isso, há incentivos locais. Na cidade de São Paulo, elétricos e híbridos são isentos do rodízio.

Será que isso é o suficiente para “virar a chave”, abandonar os motores a combustão interna e partir para os elétricos? Mostramos os prós e contras de dois modelos. O Jetta precisa de posto de combustível. O Zoe, de uma tomada. A escolha é sua.


Esportividade e barulho contra economia e silêncio

O Jetta é um sedã que herdou a mecânica e o comportamento do Golf GTI. Por isso, basta encostar o pé no acelerador para ele arrancar com muita disposição. Se o motorista pisar com vontade, as rodas dianteiras chegam a dar uma leve “fritada” no asfalto, de tanta força. Afinal, além dos 230 cv, o torque de 35,7 mkgf está disponível a partir de 1.500 rpm. Como se não bastasse, o aumento de velocidade é acompanhado por um instigante ronco grave, especialmente com o modo esportivo acionado na central multimídia.

No Renault Zoe, por outro lado, o silêncio impera. O motor elétrico de 92 cv faz o hatch se movimentar emitindo um leve zumbido. A resposta é boa (embora muito longe da oferecida pelo Jetta). Isso porque motores elétricos têm torque total em rotações baixíssimas. No caso do hatch francês, são 22,4 mkgf a apenas 250 rpm.

Como a maioria dos elétricos, o Zoe é um carro urbano. Além de não emitir poluentes (um alívio para o trânsito dos centros urbanos), ainda recarrega as baterias durante as desacelerações e frenagens. A autonomia é de 240 km.


O Jetta vai muito mais longe. Com tanque de 50 litros, o sedã tem alcance nominal de 495 km na cidade (média de 9,9 km/l) e 625 km na estrada (12,5 km/l). No entanto, apesar do turbo e da injeção direta de combustível (que contribuem para a redução de poluentes), o modelo não está livre de emissões. A Volkswagen não informou os níveis de poluentes do sedã. Mas o Golf GTI (que empresta a mecânica ao Jetta GLi) emite 125 g/km de CO2 – gás responsável pelo efeito estufa -, além de 0,247 g/km de monóxido de carbono (CO).

Posto de combustível contra tomada

Encher o tanque custa bem mais que recarregar as baterias. Tomando-se como base o preço médio da gasolina no Estado de São Paulo (R$ 4,080, de acordo com pesquisa da ANP), um tanque cheio custa R$ 204. “Encher as baterias” do Zoe é bem mais barato. De acordo com estimativa feita pela Renault durante o Salão do Automóvel de São Paulo, no ano passado (quando o Zoe foi apresentado), a recarga do modelo custaria R$ 30.

Além do desempenho esportivo, o Jetta oferece muito conforto. Painel e portas dianteiras têm revestimento macio. Afora o quadro de instrumentos virtual, o modelo tem central multimídia com tela de 8″. O Zoe tem revestimento rígido, um pequeno quadro de instrumentos com tela de TFT e central multimídia com monitor de 7″.


No banco traseiro, o Jetta recebe bem melhor a família. Com entre eixos de 2,68 m, há bom espaço para pernas e cabeça. No Zoe (2,59 m de entre eixos), a acomodação é menos satisfatória. Isso porque, como as baterias ficam sob o banco, o assoalho é elevado. Como consequência, há menos espaço para cabeça e as pernas ficam levemente erguidas, sem um bom apoio no assento. Para finalizar, os porta-malas são bem diferentes. Enquanto o sedã de 4,71 metros acomoda 510 litros, o Zoe (4,08 m) tem bagageiro para 334 litros.

Ficha técnica

Volkswagen Jetta GLi

Preço
R$ 144.990
Motor
2.0, 4 cil., 16V, turbo, gasolina
Potência (cv)
230 de 4.700 a 6.200 rpm
Torque (mkgf)
35,7 de 1.500 a 4.600 rpm
Câmbio
Automatizado, 6 marchas
Comprimento
4,71 m
Entre eixos
2,68 m
Porta-malas
510 litros


Fonte: Volkswagen

Prós e contras

Prós: Desempenho


Modelo é um sedã com comportamento do Golf GTI.

Contras: Acabamento

Na dianteira, Jetta tem superfícies macias ao toque, mas na traseira laterais de portas têm revestimento rígido.


Renault Zoe

Preço
R$ 149.990
Motor
Elétrico
Potência (cv)
92 de 3.000 a 11.300 rpm
Torque (mkgf)
22,4 de 250 a 2.500 rpm
Câmbio
Automático, 1 marcha
Comprimento
4,08 m
Entre eixos
2,59 m
Porta-malas
334 litros

Prós e contras


Prós: Economia

De acordo com a Renault, a recarga completa das baterias custa o equivalente a R$ 30 em São Paulo.

Contras: Acabamento


Hatch é revestido com superfícies rígidas no painel e laterais. Bancos têm ajustes manuais, e espaço atrás é restrito.

Fonte: Renault


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.