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Entenda o que significam os códigos do chassi do carro
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Entenda o que significam os códigos do chassi do carro

O chassi é formado por um conjunto de 17 dígitos que diz muito sobre o automóvel. Aprenda a decifrá-lo

Hairton Ponciano Voz

17 de dez, 2019 · 4 minutos de leitura.

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projeto
Medida vale para qualquer adulteração, inclusive, números de série nos vidros dos veículos
Crédito:Helvio Romero/Estadão
chassi

Pouca gente sabe, mas o número do chassi não é uma combinação aleatória de letras e números que a montadora dá a cada veículo que produz. Na verdade, trata-se de um código que revela muito sobre o veículo, incluindo informações como ano-modelo, país onde foi produzido, em qual fábrica, etc. Alguns desses códigos são públicos, outros são utilizados pela fabricantes, e revelam até quantos air bags têm o modelo.

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Esse complexo “RG” do automóvel é conhecido como VIN, sigla em inglês de Vehicle Identification Number, ou número de identificação do veículo. Trata-se de uma sequência de 17 letras e números, e normalmente pode ser vista na parte inferior esquerda do para-brisa, pelo lado externo do automóvel.

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Chassi começando com 9 indica produção brasileira

O primeiro dígito é um número, que indica o país de fabricação do automóvel. No caso de veículo feito no Brasil, o número é 9. Automóveis montados nos Estados Unidos são identificados pelos números 1, 4 ou 5. Os do México têm o 3 como primeiro dígito. Alguns países, no entanto, são identificados por letras, e não números. É o caso do Japão. Veículos produzidos lá tem o chassi começando com a letra J, enquanto os que vêm da Coreia do Sul começam com K.

Os segundo e terceiro dígitos identificam o fabricante. Mas aqui as coisas começam a complicar um pouco. O “A” como segundo dígito pode identificar tanto um automóvel da Audi como um veículo da Jaguar ou Mitsubishi. Por isso, eles são decifrados sempre em conjunto.

Os próximos seis dígitos, localizados entre as posições 4 e 9, formam um intrincado código utilizado pelas fabricantes para designar modelo, tipo de carroceria, número de air bags, tipo de transmissão e motor. Já os restantes oito dígitos foram a sequência alfa-numérica que indicam a numeração de série de produção do automóvel.


Na décima posição há um código que revela o ano-modelo do veículo. Por exemplo, os carros de ano-modelo entre 2001 e 2009 são identificados pelos números de 1 a 9, respectivamente. A partir de 2010, a identificação passou a ser feita com letras. Carros 2010 ganharam a letra A. Modelos 2011, letra B, e assim por diante. Mas há algumas exceções. A letra “I”, por exemplo, não é usada, possivelmente para não gerar confusão com o número “1”. Por isso, um carro 2018 não leva a letra “I”, mas sim a “J”.

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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”