Você está lendo...
Veteranos à venda: quem são e porque continuam no mercado
Notícias

Veteranos à venda: quem são e porque continuam no mercado

Alguns modelos vendidos no País já beiram os quinze anos sem alterações profundas. Veteranos continuam à venda sem perspectiva de mudanças

Redação

20 de dez, 2019 · 5 minutos de leitura.

Publicidade

Fiat
Motor 1.8 E.torQ e idade do projeto aposentaram a minivan Doblò após 20 anos de Brasil
Crédito:Fiat/Divulgação

Enquanto vários modelos novos de segmentos de volume estão chegando ao País, como os recém-lançados Hyundai HB20 e Chevrolet Onix, há outros veteranos, que já sopraram muitas velinhas por aqui sem alterações profundas. Em nem todos os casos isso necessariamente é algo ruim. Bons projetos tendem a se manter saudáveis por mais tempo. Alguns envelheceram bem e não aparentam tanta idade, mas já têm mais de uma década, como os Volkswagen Gol e Voyage, na mesma geração desde 2006.

INSCREVA-SE NO CANAL DO JORNAL DO CARRO NO YOUTUBE

Publicidade


Os compactos feitos em São Bernardo do Campo, aliás, se mantém competitivos ainda hoje, mesmo com outros modelos mais modernos lançados depois. Basta dizer que o Gol sobreviveu a Fox e Up!, ambos cotados para tomar o lugar do brasileiríssimo hatch. Gol e Voyage melhoraram um bocado, mas a idade aparece nos detalhes. Faltam itens de segurança, como air bags laterais e de cortina, e controle de estabilidade. Os VW veteranos ainda mantém o arcaico sistema de ajuste de altura do banco, que na verdade regula a inclinação do assento e tem bem menos eficácia do que os sistemas por catraca.

Picapes têm evolução lenta

Já a GM mantém a produção da Montana firme e forte. O modelo, cuja segunda geração foi lançada em 2011 baseada no Agile, continua em linha e sem previsão de mudanças. A picape sequer ganhou as melhorias no motor 1.4 que foi usado em Onix e Prisma até o fim da primeira geração. Com a mudança nos dois modelos, a Montana é a única a ainda usar o antigo quatro cilindros. Rodar com uma é uma verdadeira visita ao passado.


Falando em picapes, a própria líder do segmento, a Fiat Strada, é virtualmente a mesma desde o lançamento em 1999. O modelo passou por várias atualizações visuais, mas mantém a plataforma derivada do Palio de 1996. A cabine é a mesma desde 2008, quando a primeira geração do Palio passava pela quarta reestilização.

Entre os utilitários da Fiat, outro que beira a maioridade é o Doblò, lançado por aqui em 2001. A multivan também passou por mudanças visuais e mecânicas ao longo dos anos, mas mantém a mesma carroceria e soluções internas, como as portas corrediças. Na Europa, o Doblò já ganhou outras gerações e é um carro totalmente diferente. Além disso, você sabia que a única versão ainda oferecida do Doblò por aqui custa R$ 93.990 e não traz nem espelhos externos elétricos? Eles fazem parte de um pacote de R$ 4 mil extras.


Veteranos nipo-goianos

Outros modelos que não parecem, mas já têm bons anos de mercado são os Mitsubishi Lancer e ASX. A atual geração é de 2010 e segue praticamente inalterada. Recentemente, ganhou mudanças visuais mais profundas, e ficou parecido com o Eclipse Cross, mas plataforma e motores continuam os mesmos. Já o Lancer atual é ainda mais antigo, de 2007. Por aqui, ambos são fabricados em Catalão (GO), e mantém proximidade com as versões estrangeiras. Embora sejam bons produtos, a idade também aparece em algumas soluções internas, bem como nos motores, de concepção mais antiga.

Mitsubishi Eclipse Cross RUSH
Oferta exclusiva

Mitsubishi Eclipse Cross RUSH

Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”