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Nissan pode se separar da Renault e acabar com Aliança
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Nissan pode se separar da Renault e acabar com Aliança

Fuga de Carlos Ghosn para o Líbano deve acelerar processo de separação. Nissan não quer mais ser colocada em segundo plano

Redação

13 de jan, 2020 · 4 minutos de leitura.

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Carlos Ghosn fugiu da justiça japonesa para o Líbano
Crédito:Manjunath Kiran/AFP
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De acordo com o jornal Financial Times, do Reino Unido, executivos seniores da Nissan têm acelerado um planejamento para uma possível separação entre a companhia japonesa e a francesa Renault. A separação ocorre em paralelo à queda de Carlos Ghosn, que continua a reverberar na aliança. A união das empresas ocorreu em 1999.

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O plano inclui, de acordo com fontes ouvidas pela publicação internacional, uma divisão total entre a equipe de engenharia e de produção, assim como o conselho administrativo da Nissan. A decisão de mapear uma possível separação é o último sinal de tensão. O cenário teria piorado desde a fuga de Ghosn do Japão.

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A publicação acrescenta que duas pessoas disseram ao jornal que, mesmo com esforços para reforçar as relações, por parte de ambos os lados, a parceria com a Renault se tornou tóxica. De acordo com elas, executivos da Nissan acreditam que a Renault “empata” os negócios da Nissan.

Um rompimento completo, explica a reportagem, poderia forçar as duas companhias a procurar por novos parceiros em uma indústria com quedas nas vendas e aumento de custos por conta da transição para veículos elétricos. Isso poderia também deixar ambas as empresas menores enquanto rivais estão crescendo. A reportagem cita os casos de Fiat Chrysler e PSA se unindo e Volkswagen e Ford formando aliança própria.

Segundo o Financial Times, Nissan e Renault se recusaram a comentar.


Relembre o caso

O ex-CEO da Aliança foi preso em novembro de 2018 sob acusações de uso de recursos da Nissan para fins pessoais. Carlos Ghosn foi preso em 19 de novembro por suspeita de ter usado filiais da Nissan para dissimular o pagamento de quase US$ 18 milhões. O montante veio na forma um imóvel de luxo no Rio de Janeiro e de uma casa em Beirute.

O jornal japonês Nikkei revelou parte das investigações que apontam para a suspeita de que a Nissan Motors teria criado uma afiliada na Holanda. E a partir dessa unidade, US$ 17,8 milhões foram pagos em dois imóveis de luxo, no Rio e no Líbano. O casarão de Beirute, aliás, é onde Ghosn está vivendo desde a fuga do Japão.

De acordo com o jornal, a subsidiária holandesa foi criada em 2010, com um capital de US$ 53 milhões. O dinheiro seria usado para investimentos. Oficialmente, a empresa indicava que aqueles recursos tinham como objetivo apoiar startups. No entanto, há poucas evidências de que o dinheiro acabou tendo mesmo essa finalidade.


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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”