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Mustang e Hummer ‘viram’ elétricos. Puro marketing?
História

Mustang e Hummer ‘viram’ elétricos. Puro marketing?

Fabricantes usam emblemas famosos para chamar atenção para seus novos modelos elétricos. Mustang Mach-E causou polêmica e GM confirmou volta da Hummer, mas só para jipes elétricos

Igor Macário

17 de jan, 2020 · 4 minutos de leitura.

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elétricos
Mustang Mach-E deu o que falar no fim de 2019
Crédito:Lefteris Karagiannopoulos/Reuters
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Depois da Ford causar polêmica ao dar o nome Mustang para seu primeiro carro exclusivamente elétrico, a GM deverá usar a Hummer para marcar sua entrada no segmento de crossovers elétricos. Isso fará a extinta marca de origem militar ressurgir das cinzas com uma proposta radicalmente diferente da inicial.

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Independentemente da marca, são dois nomes icônicos, cada um a seu modo, no universo automotivo que foram associados a modelos elétricos. O caso do Mustag Mach-E é ainda mais curioso, já que o novo carro em nada tem a ver com o esportivo tão conhecido. Salvo por referências no design, o Mach-E não pode ser considerado um “SUV do Mustang” em nenhum aspecto.

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O caso da Ford é claro, o Mustang é um dos nomes mais fortes do portfólio da marca, logo, associá-lo a um modelo que precisa vender bem pode soar como uma escolha senstata. O nome “famoso” certamente chamou ainda mais atenção para o carro do que se ele tivesse um outro nome, ainda que também conhecido. Segundo especialistas, a Ford apostou no clássico “falem mal, mas falem de mim”, para chamar atenção para seu novo carro.

Com o Mach-E, a fabricante americana precisa entrar com os dois pés no mercado de elétricos premium, dominado pela Tesla. Apenas nos Estados Unidos, o Model 3, de entrada, vendeu mais de 120 mil unidadades.

Além disso, a Ford chamou seu novo carro de Mustang simplesmente porque ela pode fazer isso. O esportivo é um dos pilares da marca e a última iteração do modelo se provou um grande sucesso. Diante disso, o Mach-E é quase uma homenagem ao esportivo que moldou a Ford nos últimos anos.


Hummer elétricos

A GM deve percorrer um caminho semelhante com a Hummer. A marca, que começou fazendo jipes militares para o exército americano, pode voltar com uma prerrogativa totalmente diferente da original.

Os rumores do retorno da Hummer já têm pelo menos seis meses e a GM já indicou que ela poderá ser uma sub-marca da GMC. O primeiro produto poderá ser, aliás, uma picape, modelo raro na gama da Hummer original. A marca antiga, aliás, foi fechada por problemas financeiros da GM. Também por fazer carros beberrões e poluidores demais.


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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”