Depois de mostrar o Polo GTS, a Volkswagen apresentou o sedã Virtus GTS, com a mesma preparação esportiva do hatch. O modelo também ganhou o motor 1.4 turbo de 150 cv usado tanto por Polo GTS, como por vários outros VW. O modelo já está nas concessionárias da marca por R$ 104.940.
O pacote de série é bem completo. Há itens como ar-condicionado automático, central multimídia e painel virtual de série. Os bancos são esportivos, mais evolventes e revestidos de tecido e couro. Além do encosto de cabeça integrado, há a inscrição da sigla da versão nos encostos. Os novos bancos são confortáveis e apoiam bem o corpo de motorista e passageiro da frente.
A central multimídia é a mesma das versões de topo do sedã. Mas o GTS adiciona uma tela que mostra o status de funcionamento do motor do carro. O sistema é bem completo e há GPS integrado e suporte a Android Auto e Carplay, da Apple.
O restante do acabamento, no entanto, segue o padrão da linha Virtus e Polo. Embora os GTS tenham cabine mais escura, os plásticos rígidos comuns à todas as versões do modelo estão lá e destoam na versão de topo que ultrapassa os R$ 100 mil. Painel e portas são revestidos de plástico rígido rugoso, áspero ao toque. Ao menos, o acabamento é um dos poucos pontos fracos do sedã.
O motor 1.4 do Virtus GTS é o mesmo usado nos SUVs T-Cross e Tiguan, mas faz menos esforço para levar os 1.255 quilos do sedã. Isso significa que o modelo é ágil em praticamente todas as situações. As reações são rápidas em uso urbano e o sedã também consegue imprimir ritmos fortes na estrada. A suspensão é mais firme, mas ainda longe de ser desconfortável.
O acerto mais “justinho” deixa o Virtus GTS mais esperto aos comandos do volante e mais gostoso de dirigir. O sedã também é estável em velocidades mais altas e transmite segurança ao volante.
1.4 agrada no GTS
O 1.4 é valente e dá ótimo desempenho ao Virtus. No entanto, não espere um comportamento explosivo como os antigos Golf GTI, ou mesmo seu “primo” maior, o Jetta GLI. E a culpa do comportamento mais calmo é justamente o câmbio automático de seis marchas. A transmissão é boa, mas não tem as trocas quase instantâneas dos câmbios de dupla embreagem da marca. Mesmo no modo mais esportivo ou no modo manual, as mudanças mais lentas parecem limitar o desempenho do motor. Segundo a Volkswagen, usar uma transmissão de dupla embreagem no modelo encareceria demais o projeto.
Ainda assim, os 25,5 mkgf de torque aparecem já a 1.500 rpm e o Virtus GTS é bem esperto. O sedã mostra disposição numa faixa ampla de rotações, com pouco atraso vindo do pedal do acelerador. Basta pisar que o 1.4 responde.
Para dar um toque extra ao desempenho do Virtus GTS, a VW instalou um sistema que simula um som de escapamento esportivo para quem vai dentro do carro. O barulho é particularmente audível no modo esportivo de condução, mas não se engane. Apenas os ocupantes da cabine ouvirão o ronco simulado, por fora o ruído é o de um carro com escapamento convencional.
Ficha técnica
Motor: 1.4, 4 cil, turbo, flexível
Potência (cv): 150 a 4.500 rpm
Torque (mkgf): 25,5 a 1.500 rpm
Comprimento: 4,49 metros
Entre-eixos: 2,65 metros
Porta-malas: 521 litros
0 a 100 km/h: 8,7 segundos
Prós
Conjunto mecânico: câmbio poderia ter trocas mais rápidas, mas motor é valente e desempenho bem melhor do que outras versões do Virtus
Contra
Acabamento: plásticos rígidos já eram problema em versões mais baratas do sedã. Em modelo mais caro, plásticos simples demais ficam ainda mais evidentes.