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Pininfarina, Bertone e Giugiaro: os gênios por trás da produção de automóveis
História

Pininfarina, Bertone e Giugiaro: os gênios por trás da produção de automóveis

Empresas como Pininfarina, Bertone e Italdesign, de Giugiaro, se destacam entre as mais conceituadas por criar obras primas que nem sempre levam seus nomes

Diego Ortiz

25 de abr, 2020 · 7 minutos de leitura.

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Pininfarina
Pininfarina Ferrari Sergio
Crédito:Pininfarina?Divulgação

Marcas mais tradicionais como Volkswagen, Ford, Chevrolet, Fiat, Toyota e Honda são conhecidas no mundo todo, mesmo por quem não liga muito para carro. Dentro deste cenário generalista, há outras empresas que se destacam entre os iniciados. Conceituadas por criar obras primas que nem sempre levam seus nomes. São elas Pininfarina, Bertone e Italdesign.

Fundada em 22 de maio de 1930, a Carrozzeria Pinin Farina foi criada pelo tio do famoso piloto italiano e campeão de Fórmula 1 Giuseppe Farina. Giovanni Farina, o Pinin, apelido que ganhou desde a infância e que significa pequeno no dialeto da piamontês, teve como foco de sua empresa criar carrocerias fora do comum à época.

Seu trabalho era tão especial que, durante a Segunda Guerra, a Pinin Farina foi chamada para produzir ambulâncias e veículos militares para a Itália. Alguns destes modelos foram apreendidos pelos aliados. O que resultou em vários contratos com a indústria automotiva americana no pós-guerra. Tamanha a qualidade do trabalho.

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Mas foi em 1952 que começou uma das maiores e mais bem sucedidas parcerias da história. Da Pininfarina, já com o nome junto, e a Ferrari. O acordo foi costurado Por Sergio Farina, filho de Giovanni e igualmente genial. Foram cerca de 25 modelo feitos em união desde então. Quase todos com Sergio ficando com uma unidade para ele.

Assim como ficou a cargo da Pininfarina fazer a lendária Ferrari Dino, de 1967, em homenagem ao filho morto precocemente de Enzo Ferrari. Em contrapartida, a montadora emprestou seu símbolo para que a Pininfarina fizesse a Ferrari Sergio. Ela teve apenas seis unidades produzidas para celebrar a história do projetista, que morreu em 2012.

Para outras marcas, a Pininfarina fez modelos muito conhecidos como o Maserati Quattoporte, Alfa Romeo Spider, Jaguar XJ-S, Peugeot 306 CC, Mitsubishi Pajero e o Fiat Coupé, o orgulho de Turim.


Já a Bertone não fica para trás em termos de história e genialidade. Também fundada por um Giovanni, a fabricante que leva o sobrenome de seu criador surgiu em 1912 para fazer carruagens. Desde então, criou muitas das lendas automotivas que circulam o imaginário popular.

Por exemplo, as três bestas de Sant’Agata Bolognese, os Lamborghini Miura, Countach e Diablo, foram criados pela Bertone. Quer mais? Citroën ZX, Lancia Stratos, Daewoo Espero, Alfa Romeo Giulia Sprint e o Abarth 1500 Coupé.


No entanto, apesar de trazer a alma de Giovanni, foi Nuccio Bertone, filho do fundador, quem fez o estúdio aparecer para o mundo. Entre as décadas de 1950 e 80, o estúdio ainda revelou os projetistas do porte de Giorgetto Giugiaro e Marcello Gandini. Seu passado de glória, porém, não se traduz no caos financeiro que se tornou a Bertone. Hoje faz apenas alguns projetos especiais sob demanda enquanto tenta emplacar um novo sucesso, como o Mantide da foto acima.

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Giugiaro é o pai do Italdesign

Por falar em Giugiaro, é ele o pai do Italdesign que, desde 2010, pertence ao Grupo Volkswagen. Premiado como o ‘Designer Automotivo do Século’ em 1999, o projetista de 82 anos é um dos mais criativos criadores de carros de toda a história. Ainda na Bertone, teve como seu primeiro projeto o Alfa Romeo 2000.

Depois disso, a lista de sucessos é gigante, pela quantidade e importância. Audi 80, BMW M1, De Tomaso Mangusta, DeLorean DMC-12, Ferrari 250 GT, Fiat Palio, Uno e Punto, Hyundai Sonata, Lotus Esprit, Maserati Ghibli e Spyder, Renault 19 e os Volkswagen Golf, Passat e Scirocco. Mas tem vezes que até um gênio acorda com pé esquerdo, está aí o SsangYong Actyon Sports para provar isso.

Fora da linha automotiva, Giugiaro também foi o responsável por parte da linha de trens usados no transporte público da Itália de baixa e alta velocidade, uma série de máquinas fotográficas para a Nikon, alguns relógios para a Seiko e, considerada por muitos sua obra mais controversa, a escopeta moderna, arma usada por nove entre 10 astros de ação dos anos 90. Hoje, o Italdesign fica dentro do centro de custo da Lamborghini no Grupo Volkswagen e tem como CEO o alemão Jörg Astalosch. Raramente faz projetos próprios, mas vez ou outra lança máquinas especiais como o esportivo Zerouno abaixo.


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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”