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Nissan Kicks 2020: pequenas melhoras enquanto o novo visual não chega
Avaliação

Nissan Kicks 2020: pequenas melhoras enquanto o novo visual não chega

Kicks 2020 ganha equipamentos extras para dar sobrevida ao modelo enquanto seu novo visual e motor híbrido não chegam a partir de 2021

José Antonio Leme

26 de abr, 2020 · 11 minutos de leitura.

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kicks
Nissan Kicks 2020
Crédito:NISSAN/DIVULGAÇÃO

O Nissan Kicks tem garantido seu sucesso desde o lançamento em 2016, com números. O modelo foi o quarto SUV mais vendido do País em 2019 com 56.060 unidades. Os dados são da Fenabrave, que reúne as concessionários de todo o País. Se levarmos em conta apenas os SUVs compactos, ele é o terceiro.

Produzido em Resende (RJ), o SUV compacto da Nissan foi lançado por R$ 103.990 na versão de topo SL e R$ 106.390 com o pacote Tech. Agora, ele já está tabelado a R$ 104.990 e R$ 107.390, respectivamente. Apesar do sucesso e das boas vendas, o Kicks sempre careceu de alguns detalhes e chega a linha 2020, após quatro anos de mercado, tentando mitigar alguns de seus problemas.

A principal novidade da linha 2020 e que não é um ganho em relação aos concorrentes, mas sim equipara o Kicks é a adoção do sistema de controle de velocidade de cruzeiro, o popular “piloto automático”. O sistema era um dos calcanhares de aquiles do SUV compacto desde seu lançamento. Visto como um item de conforto, especialmente para pegar a estradas em longas viagens.

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Além disso, na versão de topo foi incorporado a assinatura de LED diurnos nos faróis, que também usam a mesma tecnologia nas lâmpadas e o apoio central de braço nos bancos dianteiros, acima do porta-objetos. Antes esse item era um acessório vendido na concessionária.

De série, o Kicks SL CVT traz bancos de couro, acendimento automático dos faróis, seis air bags, ar-condicionado automático e digital, sistema de câmera 360º, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa; central multimídia com integração a Android Auto e Apple CarPlay e abertura do veículo e partida por botão com chave presencial. O único item extra no “Pack Tech” é a frenagem autônoma de emergência com alerta de colisão. Ele passou a vir de fábrica também com a tag do sistema de pedágio ‘Sem Parar’ já instalada no para-brisa e caso desejar, o proprietário apenas precisa ativar.




NISSAN/DIVULGAÇÃO

Rodando

Sob o capô, o Kicks mantém o honesto motor quatro cilindros de 1,6 litros, flexível, que rende até 114 cv a 5.600 rpm e 15,5 mkgf a 4.000 rpm. A transmissão é a automática CVT com função Sport. Nas versões mais básicas há também a versão manual de seis marchas.

Esse conjunto consegue lidar bem com os 1.136 kg do Kicks SL CVT na cidade. O carro arranca bem e não sofre para fazer o que exige dele. Porém na estrada o comportamento deixa a desejar, especialmente com carro cheio e em situações de subida e ou retomadas ou ultrapassagens.


NISSAN/DIVULGAÇÃO

Não tanto pelo motor, mas sim pelo câmbio. A demora na resposta do CVT deixa o Kicks moroso na entrega do torque, privilegiando sempre uma economia de combustível. O que exige ou que o motorista se prepare para realizar uma ultrapassagem ou não tenha tanta pressa. Mesmo com a função Sport ligada, a resposta não ganha muita melhora.

Duas questões, inclusive: Se quiser melhorar suas ultrapassagens, desligue o ar-condicionado. É notório como o Kicks mostra perda de rendimento com o sistema ligado e exige um “pé mais pesado” para manter o ritmo, especialmente em subidas. A outra é que se ninguém te contar na hora da entrega do veículo ou você procurar no manual o local do botão ‘Sport’ no câmbio, provavelmente não irá encontrá-lo. Pequeno e mal localizado, ele é uma surpresa para muitos donos, inclusive. Em tempo: ele fica na parte de trás da alavanca (confira imagem abaixo com marcação).

kicks

NISSAN/DIVULGAÇÃO

Conforto

Em termos de suspensão e conforto o Kicks é muito bom. O ajuste escolhido pela Nissan não é exagerado em fazer a carroceria deitar demais, o que deve agradar a maioria dos usuários. Por outro lado, ele fica longe de oferecer uma condução ‘esportiva’, então ele lida bem com buracos e solavancos.

A direção elétrica com assistência variável poderia ser um pouco mais precisa em velocidade de rodovia (entre 100 km/h e 120 km/h), mas no trânsito urbano ela agrada por ser bem leve, assim como em manobras em baixa velocidade.

Baseado na plataforma do March, o espaço interno é bom para quatro adultos. O quinto ocupante sofre com falta de espaço, tanto para os ombros, quanto para as pernas. Para quem vai na frente o espaço é bom. No caso do motorista a ergonomia é agradável e não peca. O porém é o comprimento do assento, que poderia ser maior para quem tem mais de 1,8 metro, falta apoio para as pernas.


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Kicks: mudanças em breve

As pequenas alterações ao Kicks serviram para dar algumas sobrevida ao modelo até sua primeira reestilização visual. O modelo já foi flagrado, pronto na Tailândia, e deve ser revelado oficialmente em breve.


Ele irá adotar a evolução visual que já surge em outros SUVs da marca e que também deu as caras na nova geração do Sentra. Isso inclui faróis maiores e mais afilados, invadindo os para-lamas. Há também mudanças na grade e nos para-choques dianteiro e traseiro. Tudo para deixar o aspecto do Kicks mais imponente que o atual. É uma mudança, ao menos na frente, profunda. Atrás, as lanternas foram mantidas e haverá também novos jogos de rodas de 17 polegadas.

Além do novo visual, ele vai estrear com mais tecnologia. O Kicks nacional vai abraçar itens que hoje ele não oferece, mas que a versão oferecida nos Estados Unidos, produzida no México, já tem. Entre elas estão frenagem autônoma de emergência com detecção de pedestre, frenagem automática traseira, alerta de saída de faixa de rodagem, alerta de ponto cego, alerta de tráfego cruzado e farol alto automático.


NISSAN/DIVULGAÇÃO

Motorização híbrida em 2022

Após o novo visual, o Kicks também chega com a motorização híbrida para ampliar sua gama. Ele será o primeiro modelo no País com a tecnologia e-Power e será produzido em Resende (RJ) mesmo.

O CEO da Nissan, Marco Silva, confirmou 2022 como a data de chegada. O sistema usa um motor a combustão para gerar energia e alimentar um elétrico, esse sim responsável por mover as rodas.

Esse sistema já é utilizado no Japão no hatch Note. Aqui será adaptado para ser ainda mais eficiente trabalhando com tecnologia flexível no motor a combustão, o que garantiria emissões zero utilizando etanol. O conjunto deve usar o mesmo 1.6 que já equipa o Kicks, e não o 1.2 do Note japonês.


NISSAN/DIVULGAÇÃO

 

NISSAN KICKS SL CVT – PRÓS E CONTRAS 


PRÓS – VISUAL

Após quatro anos, o Kicks continua com estilo bom e ainda agrada aos compradores com seu design jovem e moderno. Apesar da reestilização estar chegando, ele ainda está agrandando.

CONTRA – DESEMPENHO


O motor 1.6 não é tão ruim, mas o ajuste do câmbio CVT ‘mata’ as respostas do motor especialmente em retomadas e ultrapassagens. Além disso, com o ar-condicionado ligado é perceptível a perda de desempenho do modelo em qualquer situação.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.