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Esses carros irão sumir após a pandemia do coronavírus
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Esses carros irão sumir após a pandemia do coronavírus

Crise causada pela pandemia faz fabricantes cortarem custos e põe em xeque futuro de modelos e marcas inteiras

Igor Macário

29 de abr, 2020 · 5 minutos de leitura.

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Infiniti vem perdendo rentabilidade e pode não resistir à crise
Crédito:Infiniti/Divulgação
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A pandemia do novo coronavírus vem disparando estratégias de guerra entre as montadoras de automóveis. Com a paralisação de fábricas e das vendas de carros novos no mundo todo, as margens de lucro em 2020 cairão drasticamente, e as fabricantes precisarão conter custos por todo lado.

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Além de mudanças de planos, como adiamento de novidades e cancelamento de alguns projetos, há modelos inteiros que poderão sucumbir ao corte de custos. Carros com vendas baixas, que trazem pouco lucro para as montadoras, dificilmente verão um futuro pós pandemia.

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Marcas que já vinham cambaleando antes da pandemia poderão até fechar por completo com as quedas registradas. É o caso da Infiniti, a divisão de luxo da Nissan. A fabricante já vinha reduzindo sua gama de modelos nos Estados Unidos e saído por completo da Europa e poderá não resistir à pandemia.

A marca ficou para trás no segmento de SUVs e tem apenas duas opções, os QX50, QX60 e QX80, todos de porte médio e grande. Além dos preços altos, os modelos não oferecem motores híbridos nem se destacam em outras áreas.


Outra fabricante que pode estar com os dias contados é a Smart. A marca de microcarros elétricos da Mercedes-Benz sofreu uma queda nas vendas durante a pandemia da ordem de 90% na Europa. A marca já havia saído dos Estados Unidos e mudado o foco para produção apenas de modelos elétricos. No entanto, o apelo dos carrinhos pode não ser mais suficiente para mantê-los no mercado num cenário pós pandemia.

A Smart também já vinha com dificuldades antes do coronavírus e teve seu fechamento discutido pela Mercedes-Benz algumas vezes. Pode ser que dessa vez a Smart não consiga continuar.

Pandemia também afeta Brasil

No Brasil, a pandemia pode significar o fim da linha para modelos que vendem pouco. Carros como o Volkswagen Up! e o Citroën C4 Lounge podem ter futuro incerto, já que vêm trazendo cada vez menos lucros para as montadoras.


O Up! até não vende tão pouco, com cerca de 800 unidades mensais. O número, no entanto, é muito menor do que há alguns anos, quando o modelo ficava entre os dez mais vendidos. Um possível fim do modelo pode ser antecipado por aqui, para dar espaço a futuros lançamentos da marca.

Outro Volkswagen que sofrerá com os impactos da pandemia é a picape Amarok. A próxima geração do modelo teve a produção cancelada na Argentina após divergências na VW local em decorrência da crise causada pela pandemia. A nova picape seria produzida pela Ford, num projeto conjunto que seguirá em outras partes do mundo, mas não mais na Argentina. Isso muito provavelmente significa que não veremos por aqui a próxima Amarok.


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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”