Você está lendo...
Dianteiro, central e traseiro: os tipos de posicionamento de motor
Tecnologia

Dianteiro, central e traseiro: os tipos de posicionamento de motor

Quais os tipos de posicionamento do motor, as vantagens e desvantagens e os tipos de aplicações para cada um deles

José Antonio Leme

09 de mai, 2020 · 10 minutos de leitura.

Publicidade

motor
MINI ORIGINAL QUE POPULARIZOU O MOTOR TRANSVERSAL
Crédito:MINI

Motor dianteiro, motor central ou motor traseiro. Todo mundo que curte carro em algum momento já ouviu falar sobre estas três aplicações básicas de fixação do motor no projeto de um veículo. Mas quais as implicações, vantagens e desvantagens e geralmente em que tipo de carro são utilizados nem sempre fica claro. É isso que vamos tentar deixar mais simples.

Mais comum hoje em dia, o motor dianteiro é o que trabalha com o maior número de aplicações, além de ter variações dentro do mesmo tema: ele pode transversal ou longitudinal e ter tração dianteira, integral ou traseira. A maioria dos carros produzidos e vendidos no mundo hoje usam a aplicação de motor transversal com tração dianteira.



1. Motor dianteiro transversal

Nessa posição, os cilindros ficam posicionados, em fila, entre as rodas dianteiras. A vantagem dessa aplicação é que ocupa menos espaço e permite ter um cofre de motor menor. Com isso, carros menores conseguem ter melhor aproveitamento da plataforma para o espaço interno. Um exemplo é a primeira geração do Mini, em 1959, que popularizou esse uso.

Publicidade


A maior parte dos carros com motor transversais são quatro ou cinco cilindros. Há, apesar disso exceções. Hoje em dia, há alguns motores V6 transversais ainda. Eles têm um ângulo entre as bancadas reduzido para serem mais compactos. Um exemplo bem conhecido é o VR6 da Volkswagen. Já houve também motores V8 transversais dianteiro e até V12 traseiro, como é o caso do Lamborghini Miura, mas são exceções.

Esses carros, geralmente, tem menor custo de produção e, em tese, são mais baratos no custo final. Outros itens geralmente associados ao motor transversal são a tração dianteira e o menor consumo de combustível. A perda mecânica costuma ser menor também pois há menos peças móveis para fazer a potência gerada pelo motor chegar até às rodas.

Uma das desvantagens do motor dianteiro com tração dianteira é tendência ao subesterço. Ao entrar rápido demais em uma curva, a frente sai da trajetória ideal. Geralmente, a maneira mais prática de corrigir é aliviar a aceleração, enquanto mantém o ângulo da direção.


motor
AUDI

1.2 Motor dianteiro longitudinal

A diferença começa na posição do motor. Ele fica fixado com os cilindros do 1 ao 6, por exemplo, no sentido da dianteira para a traseira do veículo. O câmbio, que no motor transversal é acoplado na lateral, no longitudinal fica na parte traseira do motor. Isso já exige um túnel central maior e mais largo dentro da cabine. Isso rouba espaço interno, ou obriga a plataforma a ser maior.

Geralmente, motor longitudinal na dianteira está associado a tração traseira ou integral. Com uma maior capacidade volumétrica, também tende a ter mais cilindros. É o caso dos seis cilindros em linha da BMW. Modelos que adotam V6 ou V8 na dianteira também costumam usar esse conceito.


Ainda assim, há motores quatro cilindros em linha longitudinais em uso. Um exemplo são os Audi A4 e A6 que permite tal uso por ter espaço suficiente no cofre já que sua plataforma é pensada também para receber motores V6 e até V8 para variantes esportivas.

Há também os Gran Turismo nessa categoria. Esportivos com propulsor dianteiro e tração traseira, como era até a geração anterior o Corvette, ou são os modelos da Aston Martin, o Mercedes AMG-GT, ou as Ferrari com motor V12, como a 812 Superfast.

Esses carros tendem a apresentar uma boa dirigibilidade já que o eixo dianteiro fica apenas com o esforço de direcionar o carro para a curva, enquanto o traseiro tem o esforço de empurrar o veículo tracionando as rodas, dividindo as forças que poderiam estar trabalhando em um eixo só.


O problema é, geralmente, o maior consumo de combustível, um peso maior, já que tem mais peças móveis (eixo cardã, diferencial), além é claro, de serem carros mais caros de produzir, comprar e manter.

motor
FERRARI

2. Motor central

O queridinho dos projetos esportivos, a posição de motor central já entrega qual a sua principal vantagem. Ele posiciona boa parte da massa que estaria à frente do eixo dianteiro ou após o eixo traseiro, no meio do veículo. Isso garante a distribuição de peso quase sempre fique em 60% na traseira e 40% ou em alguns casos chegue a ser de 50% em cada eixo.


Por ocuparem um espaço no centro do carro, o motor central acaba por extirpar a possibilidade de bancos traseiros, sendo geralmente carros de dois lugares. A montagem da transmissão costuma vir à frente do motor. Esse tipo de projeto pode ser contemplado com motores seis cilindros em linha ou opostos, V6, V8, V10, V12 ou até W16; caso do Bugatti Veyron.

Algumas vantagens desse tipo de veículo, entre eles Porsche Cayman, Ferrari F8 Tributo, Audi R8 ou Ford GT, é que são ágeis em curvas, enquanto entregam boa capacidade de tração em acelerações. Uma desvantagem é a manutenção. Geralmente, dependendo do trabalho a ser realizado é preciso desmontar toda a traseira do veículo que está montada em um sub-chassi, que é o responsável por fixar o motor.

O Jornal do Carro está no Youtube

Inscreva-se


motor
PORSCHE

3. Motor traseiro

O uso mais incomum dos três hoje, particularmente, está associado ao Porsche 911. Conceito utilizado desde a primeira geração no esportivo coloca o motor de cilindros opostos da marca atrás do eixo traseiro. Essa posição deixa praticamente todo o peso do trem de força localizado na traseira. Isso garante mais tração na hora de acelerar.

Outros modelos que fizeram sucesso com motor traseiro são o Volkswagen Fusca, a primeira geração do Fiat 500 e o Smart ForTwo. Por outro lado, ficou marcado por consecutivos acidentes, e sendo tachado de carro perigoso, o Chevrolet Corvair, que usava o mesmo conceito em um sedã.


O Porsche mostra como a tração traseira é ótima para ajudar na aceleração, afinal o peso na traseira faz o carro “sentar” e oferecer melhor tração. Ainda assim, hoje mesmo a Porsche adotou o sistema de tração integral como opcional para o seu esportivo. Como o peso está situado baixo e atrás, também oferece uma habilidade de frenagem excepcional.

O lado negativo é a tendência excessiva ao sobresterço. Especialmente sob baixa aderência, o carro perde a traseira facilmente. Isso significa que ela sai da linha do traçado ideal. O que pode ser divertido em uma situação controlada, é potencialmente perigoso em uma estrada, por exemplo.

motor

PORSCHE
Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.