Os automóveis para PCD (pessoas com deficiência) vão sumir até o fim do ano. Essa é a aposta da Anfavea, associação que reúne os fabricantes de veículos. Segundo a entidade, a crise do coronavírus, aliada a alta do dólar, vai impedir que os fabricantes continuem produzindo modelos especificados no valor limite de R$ 70 mil. Esta cifra foi instituída pelo Conselho Nacional de Fazenda há 11 anos.
Para a Anfavea, é preciso que se repense rapidamente o valor limite. E que ele passe para R$ 110 mil como limite mínimo. Deste valor basal sairiam as isenções de IPI, ICMS, IPVA e IOF, este último para compras à vista.
De acordo com a Anfavea, este aumento do valor de R$ 40 representariam apenas as perdas com a inflação desde 2009. Sem este valor limite maior, as marcas perderiam dinheiro.
O relatório sobre o valor também incide sobre o tipo de produto. Praticamente todos os clientes PCD optam hoje por SUVs. O valores destes modelos estão com tendência de alta e não há versões disponíveis por R$ 70 mil.
Hoje, para o carros se enquadrarem nas regras, as montadoras tiram equipamentos e criam versões mais simples. Mas mesmo esse artifício não será possível mais após a crise de vendas, que chegou a reduzir em 90% as entregas de veículos em maio.
Estados devem ceder
A missão da Anfavea será convencer os estados para que eles, junto ao Conselho Nacional de Fazenda, aumentem o valor mínimo da aquisição do carro PCD. Vale lembrar que esta não é uma discussão nova e que os estados sempre negaram este aumento.
A Associação Brasileira da Indústria, Comércio e Serviços de Tecnologia Assistiva para Pessoas com Deficiência é a favor do aumento para R$ 110 mil e informa que se este ele não aumentar, até setembro não existirão mais carros PCD.