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Volkswagen Passat deixa de ser oferecido no Brasil
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Volkswagen Passat deixa de ser oferecido no Brasil

Importado da Alemanha, Passat sai de cena por causa da mudança do interesse do consumidor, que vem preferindo os SUVs, e da desvalorização do real em relação ao euro

Vagner Aquino

13 de ago, 2020 · 7 minutos de leitura.

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Passat
Volkswagen Passat
Crédito:Volkswagen/Divulgação

O Volkswagen Passat não é mais vendido no Brasil. O sedã, que tem o mesmo nome do hatch feito no País de 1974 a 1988, era importado da Alemanha. O modelo, que está na oitava geração, vem perdendo vendas no mundo inteiro por causa da mudança de comportamento do consumidor. As famílias estão trocando os sedãs pelos SUVs. Além disso, com o euro cotado em torno dos R$ 6,30, o carro perdeu competitividade. Seu preço sugerido era caro e quase encostava nos R$ 170 mil.

Mesmo com visual elegante e um bom motor 2.0 turbo de 220 cv de potência, o sedã da Volkswagen nunca foi bem aceito no mercado brasileiro e, com isso, vinha patinando em vendas. De janeiro a julho de 2020, foram emplacadas apenas 124 unidades. Para comparação, líder de licenciamentos do segmento no Brasil, o BMW 320 (parte de R$ 226.950) teve 2.176 vendas no mesmo período.

No ano passado inteiro, foram vendidas 1.048 unidades. E a queda do interesse do consumidor não está restrita ao Volkswagen Passat. O Honda Accord (R$ 224.900), por exemplo, que disputa o mesmo segmento, teve apenas 177 emplacamentos em 2019. O Toyota Camry (R$ 276.990) nem aparece na lista dos 12 mais vendidos.  Os dados são da Fenabrave, federação que reúne as associações de concessionárias instaladas no Brasil.

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Até o Fusion, um médio grande considerado também como concorrente, sucumbiu à queda nas vendas. O sedã da Ford, que deixou de ser importado no fim do ano passado, acaba de sair de linha. O modelo, que custava entre R$ 149.990 e R$ 182.990, era feito no México e vendido em vários mercados, inclusive os Estados Unidos – até o último dia 31.

Trocado por um SUV

O motivo dessa aposentadoria é, justamente, dar espaço para a produção do Bronco Sport. Trata-se de um SUV médio que deve chegar ao Brasil no ano que vem. Ou seja, mesmo reunindo atributos como porta-malas generoso (514 litros) e soluções como opção de motorização híbrida, o modelo não conseguiu enfrentar o forte apelo dos utilitários esportivos, que vêm conquistando cada vez mais clientes com esportividade, tecnologia e até mais espaço que os três-volumes.


Por falar em espaço, esta continua sendo a cartada dos poucos sedãs que persistem no mercado. Para se ter ideia, o Camry transporta até 593 litros de bagagem no porta-malas. No Accord, esse espaço cai para 574 litros. Em relação a entre-eixos, ambos são generosos. Oferecem os mesmos 2,83 metros. Porém, enquanto o Honda se move com o auxílio do 2.0 turbo de 256 cv, a Toyota investiu num 3.5 V6 de 310 cv.

Passat brasileiro era igual ao Audi 80

Embora tenha o mesmo nome, cabe salientar que o modelo retirado da gama Volkswagen no Brasil nada tem a ver com o hatch fabricado por aqui no passado. O modelo da foto acima era baseado no Audi 80 (marca que também pertence ao Grupo VW).


Foi a partir do sedã da marca das quatro argolas que o renomado designer italiano Giorgetto Giugiaro conferiu ao Passat uma carroceria com perfil fastback. Lançado em meados de 1973 (1974 no Brasil), tinha versões com duas e quatro portas. A configuração perua, da primeira geração, não chegou a ser vendida por aqui.

Demais opções

Aliás, já importado – a partir da quarta geração, nos anos 1990 -, o Passat passou a comercializar a versão station wagon no País. Mas a falta de interesse da clientela acabou por encerrar sua comercialização há cinco anos.

Foi, justamente, nessa época que o Passat de oitava geração desembarcou no Brasil. O sedã ainda passou por mudanças visuais na Europa em fevereiro de 2019. Porém, o mercado local não acompanhou a atualização.


De acordo com a Volkswagen, as últimas unidades à venda do Passat Highline ainda estão disponíveis em algumas concessionárias do País. Mas é pouco provável que o consumidor cogite a compra do estoque, afinal, a empresa oferece modelos como Jetta GLI (R$ 165.490) e Tiguan R-Line (R$ 208.590), que têm conjunto mecânico semelhante e melhor relação custo-benefício. Ambos são importados do México, o que facilita até mesmo o pós-vendas.

A Volkswagen até cogitou a importação o Passat GTE para o Brasil. O modelo híbrido chegou a ser mostrado no Salão do Automóvel de São Paulo em 2018, mas o plano não seguiu em frente.


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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”