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Baidu, a “Google chinesa”, quer produzir carros elétricos
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Baidu, a “Google chinesa”, quer produzir carros elétricos

Assim como a Amazon, Sony e a Didi Chuxing (dona na 99), Baidu enxerga tendência de crescimento no setor de veículos elétricos e autônomos.

Emily Nery, para o Jornal do Carro

19 de dez, 2020 · 4 minutos de leitura.

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Baidu Apollo Go Robotaxi
Baidu lança o Apollo Go Robotaxi, serviço de transporte urbano sem motorista
Crédito:Divulgação/Apollo

Mais uma empresa do ramo de tecnologia considera investir massivamente em veículos elétricos e autônomos. Desta vez, a Baidu, buscadora chinesa equivalente ao Google (só que em proporções muito maiores), mostrou interesse em fabricar seus próprios veículos elétricos.  

De acordo com a Reuters, fontes informaram que a empresa realizou conversas preliminares com montadoras chinesas, como a Geely, a GAC Group e a Hongqi sobre uma possível parceria. Por sua vez, a Baidu não quis comentar.  

Além disso, pessoas familiarizadas com a negociação afirmam que a corporação concederia à montadora a maior parcela das ações. Por consequência, o mercado mostrou ânimo com a nova notícia. As ações, antes cotadas a R$ 821, chegaram a atingir mais de R$ 1 mil hoje (16).  

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Ramo automotivo não seria inédito 

Desde 2017, a empresa opera o Apollo Go Robotaxi, serviço de transporte autônomo em algumas cidades chinesas. O objeto é levar o táxi autônomo para até 30 cidades nos próximos três anos. O deslocamento, contudo, conta como um motorista de segurança para eventuais problemas.

Em 2018, a companhia lançou o Apalong, ônibus elétrico e autônomo. O utilitário consegue transportar até 14 passageiros e nasceu fruto de uma colaboração entre a Baidu, a montadora de ônibus King Long e o SoftBank.


Baidu Apalong
A fim de ser uma solução de mobilidade coletiva, o Apalong poderia transportar até 14 pessoas Divulgação/Baidu

Inteligência Artificial atraiu montadoras ocidentais

O sucesso do Apollo chamou a atenção de outras fabricantes multinacionais. Como resultado, a chinesa fornece tecnologia e sistemas de inteligência artificial para marcas como a Toyota, Ford, Volkswagen e Geely. Ao mesmo tempo, ela também financia a startup de veículos elétricos WM Motors.



De certo que o interesse da Baidu em fabricar elétricos/autônomos mostra uma tendência neste setor. A Alphabet, por exemplo, (dona do Google) controla a Waymo, empresa de desenvolvimento de tecnologia para carros autônomos.


Em seguida, a Didi Chuxing , companhia de tecnologia e dona da 99, anunciou um novo carro elétrico feito especialmente para motoristas de aplicativos. Outras gigantes da tecnologia como a Amazon e a Sony também estão investindo no setor.



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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”