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Dodge esgota lote de Journey e não tem planos para voltar a vender no Brasil
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Dodge esgota lote de Journey e não tem planos para voltar a vender no Brasil

Terceira passagem da Dodge ao Brasil é marcada pela introdução de SUVs grandalhões e despedida tímida com produtos desatualizados

Emily Nery, para o Jornal do Carro

10 de mar, 2021 · 6 minutos de leitura.

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veteranos
DODGE JOURNEY
Crédito:DODGE/DIVULGAÇÃO

Com a formação da Stellantis, pouco se falou da situação da Dodge dentro do Brasil. Mas agora, sabemos o porquê. A montadora norte-americana vendeu todo o estoque do SUV de sete lugares Journey sem perspectiva para importar um novo lote. Assim, a empresa dá adeus pela segunda vez ao Brasil, dessa vez de uma maneira ainda mais acanhada.

Até pouco tempo, o Journey era o único modelo oferecido pela montadora no Brasil. Ele vinha importado do México desde 2008 e há 10 anos ocorria sua última reestilização. De quebra, a versão vendida por aqui ainda era de 2018 e custava R$ 149.990. Sob o capô, ela carregava o motor V6 de 3.6 litros a gasolina de até 280 cv. Embora desatualizada, era uma das mais baratas em seu segmento.

Contudo, a notícia da saída da Dodge no Brasil era questão de tempo: em julho do ano passado, o chefe de carros de passeio da antiga FCA, Tim Kuniskis, anunciou que pararia a produção do Journey e da Grand Caravan no México.

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Dodge Grand Caravan
Divulgação/Dodge

Com isso, os lotes da minivan duraram menos tempo no Brasil e sobrou para o SUV grande ser o último a encerrar as atividades da montadora no país. Eis que agora, o modelo sai do catálogo do site da Dodge. Mas vale lembrar que, na época da entrevista, o executivo confirmou que manteria as atividades no Brasil para atendimento de pós-venda, mesmo após vender todos os estoques.

Para a Quatro Rodas, a empresa anunciou que não tem planos para o mercado brasileiro no momento.


Deja vu

Essa é mais uma vez que a Dodge dá adeus ao Brasil. A primeira vez que um modelo da marca chegou em solo brasileiro foi em 1947, quando a fábrica da Brasmotor (antiga Brastemp e primeira empresa que montou Fuscas no Brasil) passou a montar veículos da Chrysler, como os caminhões da Dodge, Fargo e De Soto. Sob regime de SKD, as peças eram importadas e os modelos soldados e montados em território nacional.

Cerca de dez anos depois dos primeiros Dodge brasileiros, a Chrysler adquiriu mais da metade das ações da Societé Industrielle de Mécanique et Carrosserie Automobile (SIMCA) e iniciou sua produção de veículos no Brasil. Então, em 1969, o emblemático Dart começou a ser fabricado por aqui, carregando o clássico e poderoso motor V8 nacional, que gerava até 198 cv.

Dodge Dart foi produzido de 1969 a 1980 no Brasil
Reprodução/ Ivan Carneiro

Assim, uma avalanche de lendários pony cars e muscle cars entraram no mercado. O Challenger chegou em 1970 para colocar ainda mais pólvora na briga com Chevrolet Camaro e Ford Mustang. Um ano depois, a versão cupê com apelo jovem do Dart chegou ao segmento, o Charger R/T chegava a desenvolver até 215 cv.

Todavia, a história não durou muito. Conforme a Volkswagen anunciava a aquisição de 67% das ações da Chrysler no país em 1979, alguns modelos da Dodge saíram de linha. A montadora alemã, então, resolveu utilizar a fábrica da norte-americana em São Bernardo do Campo (SP) para fabricar caminhões.

Dodge Dakota carros
Divulgação/Dodge

Picape Dakota fez sucesso

O retorno aconteceu em 1998, quando a picape Dodge Dakota chegou ao Brasil. Como uma das picapes mais queridas entre os brasileiros, ela era fabricada em Campo Largo (PR) e de lá saia com os motores de quatro cilindros, V6 e V8. Seu tempo no mercado também foi curto, e saiu em 2022, após da DaimlerChrysler AG reestruturar as operações no Brasil.

Introdução dos SUVs

Já desmembrada da RAM, que virou uma fabricante exclusiva de picapes, o último retorno da marca ocorreu em 2008. Neste ano, o Journey estreou na versão SXT de sete lugares carregando o motor V6 2.7 de 185 cv. Nesse ínterim, a Dodge ofereceu o SUV na carroceria de cinco lugares, bem como outros modelos, como a Grand Caravan e o Durango.


O recém descontinuado SUV chegou até a originar produtos para montadoras do mesmo grupo, como foi o caso do Fiat Freemont, produto que teve uma rápida passagem no mercado, de 2011 a 2015. Diferentemente do Journey, seu motor era o 2.4 de quatro cilindros.



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Oficina Mobilidade

Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.