A Hyundai começou a produzir na fábrica de Montgomery, no Alabama (EUA), a picape Santa Cruz, rival direta da recém-lançada Ford Maverick, que é esperada no Brasil no início de 2022. Assim, a Hyundai Santa Cruz começou a ser feita visando o lançamento oficial nas lojas agora no verão norte-americano (nosso inverno no Brasil).
Por outro lado, a Santa Cruz ainda não teve preço divulgado pela Hyundai. Além disso, a picape média-compacta compartilha plataforma com a nova geração do Tucson. Fora os dois modelos, a fábrica do Alabama produz ainda os sedãs Elantra e Sonata, bem como o SUV Santa Fe.
Picape para novo segmento
A Hyundai chama a Santa Cruz de SAV (veículo esportivo aventureiro), num trocadilho com SUV (veículo utilitário esportivo). E quer explorar essa mistura de estilos. Dessa forma, a ideia da fabricante sul-coreana é exatamente a mesma da Fiat ao lançar a Toro no Brasil: ter um SUV compacto com caçamba e boa capacidade de carga.
No caso da Santa Cruz, entretanto, só o porte é similar ao da Toro. Portanto, a nova picape tem 4,97 m de comprimento, 1,90 m de largura, 1,69 m de altura e 3 metros de entre eixos. Desse modo, a cabine tem espaço para cinco passageiros com mais conforto e tecnologia.
Já a caçamba tem sistema que permite uma extensão do assoalho. E capacidade de reboque chega as 2,2 toneladas. A Santa Cruz é levemente maior do que a Toro e mais comprida que a Maverick (4,95 m). Além disso, a picape da Hyundai estreia com opção de motor turbo de até 278 cv, mais forte do que o da média Ford Ranger.
“A Santa Cruz tem estilo arrojado, abre um território totalmente novo para o segmento. Isso tanto para a Hyundai quanto para a indústria como um todo”, afirma o presidente e CEO da Hyundai North America, Jose Muñoz. Segundo o executivo, a Santa Cruz “atende às necessidades cotidianas de seus compradores que querem aventura, enquanto os motores potentes e eficientes, e a excelente capacidade de manobra garantem prazer em ambientes urbanos ou off-road”.
Motorizações
Os preços continuam indefinidos, mas a Hyundai Santa Cruz terá quatro versões de acabamento e duas motorizações, sempre a gasolina, além de opção com tração integral HTRAC. Sendo assim, a Hyundai oferece duas opções de motorizações a gasolina. Uma é o quatro -cilindros Smartstream 2.5 GDI, com injeção direta, que gera até 192 cv de potência e 24,8 mkgf de torque máximo.
Já a versão turbo 2.5 T-GDI surpreende ao entregar até 278 cv e 42,7 mkgf, ou seja, potência superior a entregue até por picapes médias, como Toyota Hilux, Ranger e Volkswagen Amarok. Assim, ambas podem receber a tração integral em suas versões mais caras.
Nas versões de entrada, o câmbio é automático de oito marchas. Nas mais caras, a Hyundai usa o câmbio automatizado de dupla embreagem, também de oito marchas. Já em relação à capacidade de carga, a versão aspirada leva até 1,5 toneladas, enquanto a turbinada tem capacidade para rebocar até 2,2 toneladas.
Picape é feita sobre o novo Tucson
A Hyundai Santa Cruz arroja com seu visual futurista, que a coloca como “irmã” do novo Tucson, com quem divide a plataforma. Por isso, a dianteira é praticamente a mesma do SUV. A grade é formada por elementos metálicos e luzes de LED em um só conjunto. Dessa maneira, a parte luminosa, chamada pela Hyundai de “luzes paramétricas escondidas”, entrega um efeito tridimensional.
Por sua vez, os faróis principais ficam mais abaixo e trazem um moldura mais quadrada do que no Tucson. Eles só usam LED nas versões mais caras. A traseira traz design inovador, mas menos inspirado. As lanternas horizontalizadas se assimilam a dois martelos. E o nome da picape vêm estampado em baixo relevo na tampa basculante.
Tecnologia a bordo
A cabine também é a mesma do SUV Tucson, com tela central de 10 polegadas com botões digitais. O painel de instrumentos tem visual retrô, mas também permite opção digital de 10 polegadas. Todas as versões usam recursos de conectividade como Android Auto e Apple Carplay, além do Hyundai BlueConnect.
As versões de topo recebem ainda pacote de recursos de segurança Hyundai SmartSense. Com isso, a Santa Cruz entrega assistência de manutenção de faixa, aviso de atenção do motorista, alerta de ponto cego, câmera 360°, alertas de tráfego cruzado traseiro, frenagem automática, além do controle de cruzeiro.
Santa Cruz pode vir ao Brasil
De fato, a picape compacta-média é bastante interessante ao Brasil, visto o investimento das montadoras neste segmento. Todavia, a sua importação pode ser um empecilho negativo para a comercialização, já que a Hyundai pagaria 35% de taxa de importação, além do câmbio adverso.
Outra saída (mas que tem custos indefinidos) é investir na infraestrutura para implementar a plataforma da picape (e do Tucson) na fábrica de Anápolis (GO), que pertence à Caoa e atualmente monta a geração anterior do Tucson. A decisão sairá provavelmente em 2022.