A Autotag, concessionária oficial da Volkswagen na Argentina, vem divulgando há alguns meses um anúncio de uma “nova Amarok“. Peças publicitárias mostram a suposta nova geração da picape média. O design, contudo, é diferenciado. A picape divulgada na imagem simplesmente não existe. Trata-se, assim, de uma propaganda falsa.
Ao clicar no anúncio, a página direciona o usuário ao site oficial da Autotag. E, lá, não há qualquer informação sobre a tal nova Amarok. Mas apenas a atual geração da picape, produzida em Pacheco, zona periférica de Buenos Aires. Ou seja, mesmo modelo importado ao Brasil.
Segundo o site local Autoblog Argentina, o objetivo da concessionária, nesse sentido, é capturar “leads de vendas”. Por meio da “fake news” (que tinha até valor das prestações do carro fantasma), a concessionária obtém dados dos interessados por meio de cookies. A ação, dessa forma, gera possibilidade de “pescar” novos clientes. A conduta, passível de ação judicial, segue sem declarações da concessionária.
Ação judicial
Trazendo o problema para o Brasil, fomos atrás de um especialista no assunto. De acordo com o doutor Mayke Iyusuka, advogado empresarial e professor do Curso de Direito do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), a divulgação da empresa argentina é, de fato, passível de ação judicial.
Isso caracteriza crime. Contudo, não há como detalhar uma possível reparação ao cliente lesado. De acordo com o artigo 944 do Código Civil, a indenização mede-se pela extensão do dano. A orientação se baseia na Lei nº 10.406, de 2002.
Doutor Iyusuka defende que, nestes casos, tudo é levado em conta. “A quantidade de dados pessoais que foram afetados e sua natureza (se são sensíveis, que mexem com a intimidade da vítima). Se existe reincidência do caso. A análise é completa”, pondera. A princípio, deve-se comprovar a utilização dos dados pessoais vazados para, dessa maneira, elaborar uma forma de indenização.
Estratégia da VW
A nova geração da Amarok não deverá ser feita na Argentina. O modelo terá produção na África do Sul, objetivando comercialização em países do Oriente Médio, Ásia e mercado norte-americano. Em maio, no entanto, a Volkswagen entrou com pedido para registrar o nome da picape média nos Estados Unidos. A apresentação está prevista para o primeiro semestre do ano que vem.
Conforme antecipamos no Jornal do Carro, a produção da nova geração da Amarok (se beneficiando da arquitetura da próxima geração da Ford Ranger) se concentrará na África do Sul. Por isso, sua comercialização é incerta no Brasil. Quem deverá ocupar o posto de picape acima da Saveiro por aqui é a Tarok. A concorrente de Fiat Toro deverá vir da Argentina, sobre a plataforma MQB. Trata-se da mesma base do SUV Taos.
Por falar em Ranger, a picape da Ford foi confirmada para estrear no Brasil em 2023. Sua nova geração, entretanto, seguirá produzida na fábrica de Pacheco (Argentina).
Como será a Amarok?
Ainda não há flagras ou imagens oficiais da nova Amarok. Entretanto, com a proximidade da estreia da versão de produção, a Volkswagen revelou – há alguns meses – o teaser abaixo.
Se faz notável que a picape seguirá o DNA de outros integrantes da marca, como o Taos e Tarok, por exemplo. O único teaser mostra a Amarok apenas em 3/4 de frente. Todavia, destaque para o desenho do para-choque e a grade frontal, que pode ter iluminação total, seguindo a linha do Taos na versão topo de linha Hignline. O detalhe em preto na região na placa dianteira também imita o SUV.
Nesse sentido, rack de teto, santantônio e estribos laterais também aparecem no teaser divulgado. Entre os acessórios voltados ao uso off-road tem ganchos de reboque, luzes de longo alcance (no teto) e pneus “todo terreno” bem sulcados. Por fim, nada se sabe sobre motorização. Versões híbridas são esperadas. Afinal, a VW ruma para a eletrificação.