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Chevrolet Bolt autônomo é parado pela polícia na Califórnia; veja vídeo
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Chevrolet Bolt autônomo é parado pela polícia na Califórnia; veja vídeo

Táxi autônomo da Cruise, subsidiária da GM, trafegava à noite com os faróis apagados pelas ruas de São Francisco (EUA) e foi parado por policiais

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

13 de abr, 2022 · 8 minutos de leitura.

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autônomo
Chevrolet Bolt faz parte da frota de táxis sem motorista da Cruise, que rodam por São Francisco
Crédito:Reprodução/Instagram

Uma situação, no mínimo, curiosa foi registrada em São Francisco (EUA), nesta semana. Durante uma patrulha à noite, policiais que estavam em uma viatura decidiram abordar um carro suspeito. Assim, eles mandaram o veículo parar. Porém, quando se aproximaram da janela do lado do motorista, constataram que não havia ninguém a bordo. Isso porque o modelo ela autônomo.

A abordagem (veja vídeo abaixo) foi feita porque o Chevrolet Bolt rodava com os faróis apagados. O hatch autônomo estava sendo testado pela Cruise, empresa subsidiária da GM. O vídeo feito por transeuntes mostra que a situação gerou bastante curiosidade de quem passava pela rua. Assim como a indignação dos policiais. A princípio, um deles exclama: “Não tem ninguém!”. Em outro momento, ele tenta abrir a porta do motorista, sem sucesso.

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Na sequência, o veículo começa a rodar novamente. Depois, para logo após um cruzamento, ativando o pisca-alerta. No Twitter, a Cruise informou que o Bolt autônomo “se comportou exatamente como está programado”. De acordo com a empresa, o carro autônomo parou, conforme solicitado pela polícia. Depois, manobrou até um local seguro.

Seja como for, a situação foi resolvida depois que a polícia conseguiu entrar em contato a Cruise. Aliás, nos carros autônomos da empresa há um número de telefone para o caso de dúvidas e emergências. Depois de a empresa ser avisada, as luzes do carro foram acesas. Contudo, não fica claro se isso foi feito de forma remota ou não.

Califórnia autoriza testes de carro autônomo

Recentemente, a Cruise recebeu permissão para testar veículos autônomos na Califórnia. Assim, desde fevereiro de 2022 os protótipos da empresa podem transportar passageiros. Porém, há algumas restrições. Ou seja, o serviço só pode ser feito entre 22h e 6h para passeios noturnos pela cidade. A Waymo, da Google, também entrou na onda.


waymo
Heather Somerville/Reuters

Segundo as regras, os carros autônomos não podem passar de 30 mph, ou cerca de 48 km/h. Além disso, por ora é proibido cobrar pelas viagens. Portanto, os interessados podem utilizar o serviço de graça. Para isso, tem de fazer inscrição em um app e entrar em uma lista de espera.

Legislação de autônomos nos EUA ainda engatinha

De qualquer modo, é importante salientar que os carros autônomos ainda não estão disponíveis para venda. Mesmo nos EUA, onde o sistema vem avançando dia a dia, há muito a avançar. Afinal, as empresas precisam atender várias regras ligadas à segurança. Bem como exigências federais, estaduais e locais, para que seus veículos sem motorista possam circular por vias públicas.


Segundo as empresas, há uma lei mais flexível, mas que está parada no Senado. Assim, companhias como a Cruise continuam fazendo testes, como o serviço de táxis autônomos. Se por um lado os veículos autônomos são promissores, por outro há várias questões a serem resolvidas. Por exemplo, sobre a responsabilidade no caso de acidentes.

Afinal, máquinas também estão sujeitas a falhas. Há vários casos envolvendo veículos da Tesla, por exemplo. Segundo relatos, os sistemas de detecção de veículos, pedestres ou mesmo ciclistas, não funcionaram. Há, inclusive, registro de acidentes com vítimas fatais..

Tesla não é 100% autônomo

Muita gente ainda se confunde, mas tecnologias de assistência ao motorista não significam que o carro é 100% autônomo. Tais sistemas ajudam a salvar vidas, pois previnem possíveis acidentes. Portanto, por mais que possa parecer coisa de outro mundo, o Autopilot, da Tesla, por exemplo, tem nível 2+ de tecnologia. O grau máximo é o cinco. Assim, é contra largar o volante com o veículo em movimento. Porém, há registros, inclusive no Brasil, de carros da marca rodando sem motorista.


Isso é um grande risco. Justamente por causa de falhas no sistema autônomo de condução, em fevereiro a Tesla anunciou um recall de 54 mil veículos.

Tesla Auto Pilot
Reprodução/Youtube

Seja como for, algumas tecnologias de assistência servem para avisar o motorista sobre o risco de colisão, por exemplo. Outras tomam medidas para evitar acidentes. Porém, todos os dispositivos oferecidos ainda requerem algum tipo de interação e atenção do motorista. Futuramente, os avanços permitirão não só melhorar a atuação no trânsito, mas também reduzir as emissões de poluentes. Isso porque haverá diminuição dos congestionamentos, por exemplo.


Segundo a Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário (NHTSA), o órgão máximo de trânsito nos EUA, a automação completa é a de nível 5. Ou seja, consiste em um sistema totalmente responsável pelas tarefas de condução. Nestes casos, nenhum dos ocupantes do carro precisa se envolver com a direção.

Atualmente, a GM, Cruise e cerca de outras 30 estão autorizadas a testar veículos com altos níveis de automação nos EUA.

Brasil não tem legislação sobre autônomos

No Brasil, ainda há um longo caminho a seguir até que os veículos autônomos virem realidade. Contudo, é importante que o País avance nessa discussão. Afinal, quem não investir em veículos autônomos e sustentáveis ficará para trás em questões como infraestrutura, conectividade e até mesmo geração de empregos.


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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”