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BMW M3 ganha versão perua pela primeira vez após 36 anos de produção
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BMW M3 ganha versão perua pela primeira vez após 36 anos de produção

Equipado com o mesmo motor de 510 cv do sedã, BMW M3 Touring entrará em pré-venda na Europa em setembro; perua não deve vir ao Brasil

Jady Peroni, especial para o Jornal do Carro

26 de jun, 2022 · 6 minutos de leitura.

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Novo BMW M3 Touring será vendido inicialmente na Europa
Crédito:Divulgação/BMW

Após 36 anos em produção e muitos fãs e clientes ao redor do mundo, o BMW M3 tem uma novidade para os entusiastas mais puristas. O esportivo, que sempre foi vendido exclusivamente na carroceria sedã, ganhou a opção Touring pela primeira vez. O modelo foi revelado no Festival de Velocidade de Goodwood 2022, ao lado do – também novo – M4 CLS. Dessa forma, o M3 faz sua grande estreia na versão station wagon.

De acordo com a BMW, a perua do M3 estará disponível apenas em uma versão, a Competition, que recebe a mesma mecânica do sedã. Ou seja, vem com o motor 3.0 turbo de seis cilindros em linha, que gera 510 cv de potência e 66,3 mkgf de torque máximo. O câmbio é automático de oito marchas. Com esse conjunto, o inédito M3 Touring atinge velocidade máxima de 250 km/h. Entretanto, o modelo pode alcançar 280 km/h com o pacote M Driver opcional. Já a aceleração de zero a 100 km/h é feita em rápidos 3,6 segundos. A tração é integral.

BMW M3 touring
Divulgação/BMW

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Cresceu de tamanho

Para transformar o sedã em perua, o M3 passou por alterações importantes. A carroceria, por exemplo, ficou 7,6 centímetros mais larga. Ou seja, agora tem 1,90 m de largura. Com um espaço generoso, a perua ainda possui 4,8 m de comprimento e 2,86 m de entre-eixos, que aumentaram significativamente o espaço traseiro. Além disso, vale citar o porta-malas generoso que, com os bancos rebatidos, pode chegar aos 1.510 litros.

Para comportar as novas medidas, a BMW trabalhou em reforços para o M3 Touring. Assim, o modelo conta com novas estruturas na parte inferior. Com isso, pesa 85 kg a mais que o sedã, com 1.865 kg. No entanto, segundo a marca alemã, a perua M3 tem novos amortecedores para sustentar o ganho de peso, bem como a suspensão adaptativa. Além disso, há opcionais que podem reduzir esse número, como algumas peças feitas de fibra de carbono e os discos de freios de carbono-cerâmica, que são mais leves e também mais eficientes.

BMW M3 Touring
Divulgação/BMW

Visual renovado

No design, a BMW trouxe algumas mudanças pontuais, com linhas mais robustas e alargadas. Na dianteira, claro, o foco vai para a enorme grade com barras verticais. Enquanto isso, as rodas são de liga leve de 19 polegadas na frente, e de 20 polegadas atrás. Contudo, o destaque é a traseira inédita, que traz um spoiler e tem para-choques esportivo com um difusor e quatro saídas de escape.

Seguindo para a cabine, o M3 Touring é bem parecido com o sedã. Porém, conta com novos adendos da divisão M. Exemplo disso são os bancos esportivos, bem como o revestimento de couro com quatro opções de cores. No painel, traz a tela curva com a central multimídia de 14,9″ e um quadro de instrumentos de 12,3″. De acordo com a BMW, o teto vem na cor preta de fábrica. Mas, é possível escolher a pintura com uma cor só como opcional.

Divulgação/BMW

Foco é a Europa

O BMW M3 Touring vai estrear em dezembro na Europa, seu principal mercado. Afinal, diferente do Brasil, as peruas ainda fazem sucesso por lá. No entanto, a montadora já deixou claro que pretende expandir as vendas para países como Austrália e Japão. Então, por enquanto, o mercado brasileiro está fora dos planos. Rival direta da Audi RS4 Avant, a perua da BMW terá preços a partir de 97.800 euros – cerca de R$ 530 mil na cotação atual.

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”