A Via Itália, representante da Ferrari no Brasil, apresentou nesta quinta-feira (30) a primeira unidade do supercupê 296 GTB no País. Revelado há um ano, o modelo é o segundo híbrido da história da marca italiana, e o primeiro a ter produção em série. Além disso, é também o primeiro Ferrari “de rua” a usar motor V6. Ele chega ao Brasil em dezembro. Por isso, o preço de cada um dos 20 exemplares previstos pela importadora não foram anunciados.
O superesportivo herda um sistema criado na Fórmula 1 em 2014, e promete não deixar saudades dos antigos motores V8 ou V12. O conjunto híbrido combina um 3.0 V6 a gasolina a um motor-gerador elétrico alimentado por um pacote de baterias de 7,45 kWh. Assim, gera 830 cv de potência e parrudos 75,4 mkgf de torque – a 6.250 rpm. Segundo a Ferrari, a aceleração de zero a 100 km/h leva 2,9 segundos, enquanto a velocidade máxima alcança 330 km/h.
Separadamente, o motor V6 a combustão gera 663 cv de potência a 8.000 rpm. Dessa forma, estabelece um recorde, afinal, tem 221 cv/litro – é o primeiro carro com relação tão expressiva. Já o motor elétrico gera 167 cv extras. Como se trata de um híbrido plug-in, que pode ser recarregado em tomadas, o 296 GTB tem um conector para recarga próximo da porta do motorista. Com a bateria carregada, pode percorrer até 25 km em modo elétrico.
Entretanto, utilizando apenas eletricidade, o superesportivo tem velocidade máxima limitada 135 km/h. A partir disso, pede ajuda ao motor V6, que trabalha com um câmbio automatizado de dupla embreagem e 8 marchas com diferencial eletrônico. Ou seja, a mesma transmissão dos irmãos SF90 Stradale, Roma, Portofino M e SF90 Spider.
Tecnologia em nome da performance
Um elemento interessante no Ferrari 296 GTB é o spoiler ativo integrado ao para-choque traseiro. O componente fornece um downforce de até 360 kg sobre o eixo traseiro, a uma velocidade de 250 km/h. Além disso, o pacote Assetto Fiorano ajuda a reduzir o peso do cupê, que é de 1.470 kg em ordem de marcha. Dessa forma, melhora o desempenho.
Outro destaque no supercupê híbrido é o controle de distribuição de tração ABS evo. Em síntese, o sistema usa os dados do sensor de seis vias na carroceria, bem como dos freios “by-wire” (eletrônicos e sem cabos), tal como ocorre nos carros de competição.
Por dentro do Ferrari 296 GTB
Como previsto, o superesportivo de Maranello tem a cabine impecável. Embora não seja fácil entrar no carro – afinal, tem 1,18 metro de altura -, por dentro, o cupê dá um show de beleza e tecnologia. Logo de cara, nota-se que há duas telas no painel. Entretanto, nenhuma é central. Uma fica atrás do volante e traz o quadro de instrumentos, outra é um pequeno visor à frente do passageiro, que pode ver os dados de bordo. Inclusive, a velocidade de cruzeiro.
O botão de partida é sensível ao toque, tem Head-Up display, com informações projetadas no para-brisas, bem como estofamento de couro nobre. Há ainda várias peças de acabamento feitas de fibra de carbono, material superleve que ajuda a reduzir o peso. Por fim, o volante também traz botões sensíveis ao toque, além dos clássicos paddle-shifts.
296 GTB não é primeiro Ferrari V6
Após 48 anos, o motor V6 volta a equipar um superesportivo da Ferrari. Até então, apenas os cupês Dino 206 GT, 246 GT e 246 GTS utilizaram motor de seis cilindros em “V”. Foi entre as décadas de 1960 e de 1970. Entretanto, nenhum dos três carregava o emblema do cavalo rampante. Eram modelos de competição, tal como o F2 Dino 156 de 1957. Por isso, o 296 GTB é o primeiro V6 de produção em série. Mas que fique claro: ele vem eletrificado.