Um novo levantamento do grupo Tracker, especializado em rastreamento de veículos, aponta quais são os SUVs preferidos dos bandidos em São Paulo. Em 2022, segundo o estudo, houve aumento de roubos e furtos de utilitários esportivos, que atualmente já respondem por metade das vendas de carros e comerciais leves no Brasil.
De acordo com o material, feito com base nos dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), os modelos mais visados são Honda HR-V, Jeep Renegade e Volkswagen T-Cross. Respectivamente, o trio registrou 201, 171 e 161 roubos e furtos no primeiro quadrimestre deste ano, e, assim, lideram o ranking.
Para se ter ideia, no mesmo período do ano passado, os números de ocorrências de roubo e furto foram bem menores: HR-V (62), Renegade (51) e T-Cross (92).
Outro veículo da categoria de SUVs que apresenta um comportamento de destaque é o Hyundai Creta. No primeiro quadrimestre de 2021, foram 44 registros de roubo e furto. Entretanto, nos quatro primeiros meses deste ano, somou-se 159 ocorrências (4º lugar). Desse modo, nota-se crescimento superior a 260% neste período.
Os dez SUVs mais roubados em São Paulo
- 1) Honda HR-V – 201
- 2) Volkswagen T-Cross – 171
- 3) Jeep Renegade – 161
- 4) Hyundai Creta – 159
- 5) Jeep Compass – 113
- 6) Nissan Kicks – 87
- 7) Volkswagen Nivus – 76
- 8) Honda WR-V – 56
- 9) Chevrolet Tracker – 47
- 10) Ford EcoSport – 39
- 11) Renault Duster – 31
- 12) Hyundai Tucson – 13
- 13) Renault Captur – 13
- 14) Volkswagen Tiguan – 12
- 15) BMW X1 – 10
Números gerais
A análise do boletim econômico Tracker-Fecap aponta que, entre janeiro e abril deste ano, foram contabilizados 714 registros de furtos de SUVs em São Paulo. Isso representa um aumento de 213,16% na comparação com o mesmo período de 2021. Enquanto isso, os roubos atingiram a marca de 542 ocorrências – 77,12% a mais. Isso acontece porque a frota desse tipo de veículo cresceu 7,3%. Ou seja, quanto mais carros na rua, mais alto é o índice.
Outro fator que contribui para a alta dos roubos de SUVs, a princípio, é o valor mais alto das peças. “Isso é levado em consideração no mercado ilegal dos desmanches. A lucratividade torna-se maior para as quadrilhas especializadas, que começam a preferir esses modelos. O crescimento da categoria nos últimos anos nas vendas estimulam ainda mais os criminosos”, analisa o coordenador do comando de operações do Grupo Tracker, Vitor Corrêa.
Em relação aos locais com maiores incidências de roubo e furto, a capital paulista lidera o ranking de crimes. No total, houve 685 ocorrências no primeiro quadrimestre de 2022 – alta de 148,19% em relação ao mesmo período do ano passado. Na sequência, aparecem Santo André (147 casos) e São Bernardo do Campo (89), ambos na região do ABC.
Soma entre carros, motos e caminhões
O levantamento da empresa de rastreamento e localização de veículos aponta também que, no geral, a alta de roubos e furtos foi de 15,89% no primeiro semestre deste ano. Nesse sentido, o maior aumento ocorre no segmento motos, com 93,35% a mais de ocorrências em relação ao mesmo período de 2021. Já os automóveis e comerciais leves tiveram aumento de 22,02%. Por fim, os crimes no setor de caminhões subiram 2,95% no período.
Corrêa explica que essa alta está associada ao número de veículos circulando nas vias públicas. O executivo aponta que a frota nacional cresceu 23,1% nos seis primeiros meses deste ano. “Com mais motos expostas e mais pessoas trabalhando com delivery, esse segmento passou a ser ainda mais visado pelos criminosos”, afirma.
Por outro lado, a categoria de caminhões não apresentou alta expressiva, justamente porque foi a menos afetada pela pandemia. “Nos dois anos de crise sanitária (2020 a 2022), o setor que praticamente não parou foi o de transporte de cargas. O que faz com que os dados de roubo e furto permaneçam estáveis nesse segmento”, aponta Corrêa.
Mas o perigo está por todo o Brasil. Os estados que apresentaram alta mais significativa de roubos e furtos com veículos leves entre janeiro a julho foram Santa Catarina (386,72%), Rio Grande do Sul (68,18%) e Paraná (39,84%). Por sua vez, Rio de Janeiro e São Paulo tiveram, respectivamente, crescimentos de 39,15% e 28,06% nos casos.