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CEO da Citroën diz que os SUVs estão com os dias contados
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CEO da Citroën diz que os SUVs estão com os dias contados

Segundo o chefe da Citroën, aerodinâmica ruim vai penalizar os SUVs, que irão perder força com a busca maior por autonomia e redução de peso

Jady Peroni, especial para o Jornal do Carro

23 de jan, 2023 · 5 minutos de leitura.

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Citroën aposta em baterias com menos de 50 kWh para diminuir peso do carro
Crédito:Divulgação/Citroën

O sucesso dos SUVs é nítido. Em 2022, por exemplo, o segmento representou 43,84% do total de emplacamentos no Brasil. E essa ascensão não acontece apenas em território nacional. Na Europa, a categoria corresponde a 50% das vendas totais. Pois, segundo o CEO da Citroën, Vincent Cobée, os dias dos SUVs estão contados. “O mundo dos SUVs acabou. Embora os números não estejam dizendo que eu estou certo”, disse em entrevista à AutoExpress.

Para o executivo da marca francesa, as pessoas vão mudar muito a visão em relação a esses modelos. E um dos motivos é a eletrificação. De acordo com ele, outras carrocerias possuem melhor aerodinâmica – que é uma prioridade ainda maior atualmente. Em um exemplo, Cobée chegou a pontuar que o design do Citroën C4 X, por exemplo, que é um “sedã crossover”, possui desempenho melhor que um SUV em termos aerodinâmicos.  

citroen C4 X
Divulgação/Citroën

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“Em um veículo elétrico a baterias, se a aerodinâmica estiver errada, a penalidade em termos de autonomia é enorme. Você pode perder 50 quilômetros entre uma aerodinâmica boa e ruim, e entre um SUV e um sedã você fala 60/70/80 quilômetros com muita facilidade”, afirmou o CEO da Citroën.

Peso também é uma questão

Vincent continuou dizendo que a atual solução para essa questão é aumentar o tamanho das baterias. Entretanto, essa tendência não deve se estender por muito tempo. Afinal, segundo o CEO, a proposta futura é diminuir o peso dos veículos. “As pessoas vão começar a limitar o peso e tamanho das baterias, quer seja por impostos, incentivos fiscais, leis ou por vergonha. O segmento de carros subcompactos morreu pela lei e o de SUVs grandes vai morrer pela aerodinâmica e peso”, completou Vincent Cobée.

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Citroën/Divulgação

Durante a entrevista, o executivo chegou a revelar parte da estratégia da Citroën. A marca está investindo em baterias com menos de 50 kWh para seus SUVs 100% elétricos. O CEO compreende que essa proposta pode afastar a marca do desejo atual dos consumidores. No entanto, mudar a estratégia depois pode ser um risco maior.

Contradição

Seja como for, as alegações do CEO da Citroën trazem um pouco de contradição. Principalmente se prestarmos atenção no portfólio da fabricante. Em 2022, a francesa apostou forte nos utilitários e lançou o hatch C3 com características de SUV. Além disso, há outros modelos como o C4, C4 X e C5, que traz o visual de SUV cupê.

citroën
Divulgação/Citroën

Vale lembrar, ainda, que a Citroën apresentou seu mais novo conceito elétrico que mistura formas de SUV e picape. Chamado de Oli (pronuncia-se “All-e”), o jipinho tem cerca de 1.000 kg e alcança autonomia de 400 km com um pacote de baterias de 40 kWh.

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Carros elétricos estimulam busca por fontes de energia renovável

Energia fornecida pelo sol e pelos ventos é uma solução viável para abastecer veículos modernos

19 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

eletromobilidade é uma realidade na indústria automotiva e o crescimento da frota de carros movidos a bateria traz à tona um tema importante: a necessidade de gerar energia elétrica em alta escala por meio de fontes limpas e renováveis. 

“A mobilidade elétrica é uma alternativa para melhorar a eficiência energética no transporte e para a integração com as energias renováveis”, afirma Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

O Brasil é privilegiado em termos de abundância de fontes renováveis, como, por exemplo, a energia solar e a eólica. “É uma boa notícia para a transição energética, quando se trata da expansão de infraestrutura de recarga para veículos elétricos”, diz o professor. 

Impacto pequeno

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil tem condições de mudar sua matriz energética – o conjunto de fontes de energia disponíveis – até 2029. Isso reduziria a dependência de hidrelétricas e aumentaria a participação das fontes eólicas e solar.

Mesmo assim, numa projeção de que os veículos elétricos poderão representar entre 4% e 10% da frota brasileira em 2030, estudos da CPFL Energia preveem que o acréscimo no consumo de energia ficaria entre 0,6% e 1,6%. Ou seja: os impactos seriam insignificantes. Não precisaríamos de novos investimentos para atender à demanda.

Entretanto, a chegada dos veículos elétricos torna plenamente viável a sinergia com outras fontes renováveis, disponíveis em abundância no País. “As energias solar e eólica são intermitentes e geram energia de forma uniforme ao longo do dia”, diz o professor. “A eletromobilidade abre uma perspectiva interessante nessa discussão.”

Incentivo à energia eólica

Um bom exemplo vem do Texas (Estados Unidos), onde a concessionária de energia criou uma rede de estações de recarga para veículos elétricos alimentada por usinas eólicas. O consumidor paga um valor mensal de US$ 4 para ter acesso ilimitado aos 800 pontos da rede. 

Segundo Delatore, painéis fotovoltaicos podem, inclusive, ser instalados diretamente nos locais onde estão os pontos de recarga

“A eletrificação da frota brasileira deveria ser incentivada, por causa das fontes limpas e renováveis existentes no País. Cerca de 60% da eletricidade nacional vem das hidrelétricas, ao passo que, na Região Nordeste, 89% da energia tem origem eólica.”

Híbridos no contexto

Contudo, a utilização de fontes renováveis não se restringe aos carros 100% elétricos. Os modelos híbridos também se enquadram nesse cenário. 

Um estudo do periódico científico Energy for Sustainable Development fala das vantagens dos híbridos, ao afirmar que suas emissões de gases de efeito estufa são inferiores às do veículo puramente elétrico.

“Os veículos híbridos possuem baterias menores, com proporcional redução das emissões de poluentes. Essas baterias reduzem o impacto ambiental da mineração dos componentes necessários à sua fabricação. Os resultados demonstram que a associação de baterias de veículo que usam biocombustíveis tem efeito sinérgico mais positivo”, conclui o documento.